POR QUE NÃO?
Por que não reconhecer o que está sentindo?
E quais as razões desses sentimentos?
Escolher viver honestamente os sentimentos é uma missão, uma opção para continuar sempre motivado e enriquecendo horizontes. Ou seja, é desafio permitir se reconhecer e uma possibilidade que se abre para encontrar sua história com certo mistério.
A arte de pensar e de sentir, desperta os sentimentos como sofrer, amar, sorrir e beijar,e isso os diferencia para uma vida plena.
A arte de ler eleva o pensamento ao coração. Permite a imaginação ir e vir espontaneamente. Entregar-se de corpo e alma à leitura nos faz sentir o prazer de tomar conta da liberdade; manter a expressão é sonhar o melhor despertar.
Por que não reconhecer que os sentimentos são nobres?
Respirar fundo, repensar e optar são atitudes e razões para expressar as preferências e os desejos marcando posições.
Eduardo Barbosa escreveu: “...a razão é o presente que a nossa consciência quer receber por toda a vida, e adverte-nos acerca das razões a que estamos sujeitos...”. Diversas são as razões que nos levam a pensar sobre escritores que nos embalam no tempo, provocando sensação de bem estar. Por que não desfrutar da razão de Ernani Rosas? “Eis a razão de tudo colorido: / olfato, paladar, ouvido, olhar.../ rompe da sacada, assim como um gemido! // É uma forma de ser mais singular.../ que anseia muito além do meu sentido,...”
Por que não procuramos a forma própria de viver e abrir espaço para a realização? As razões nos levam a aprender a recusar e a reservar o tempo para nós e escolher quem e o que pode partilhar a nossa vida.
Por que não reconhecer que não podemos ser quem somos ou ver como vemos a vida, sem a contribuição dos escritores?
João Cabral de Mello Neto expõe suas razões: “Como não invocar, /sobretudo, o exercício / do poema, sua prática, /sua lânguida horti- / cultura?...”.
Por que não reconhecer que poesia é sentimento e faz parte das nossas vidas? As razões desse sentimento estão na criação, na arte que exprime ideias, desnudando a alma do escritor solta em sua imaginação, mostrando-nos semelhanças em pessoas diferentes, levando-nos a mares nunca dantes navegados, revelando-nos novidades e, ainda, permitindo-nos permanecer no rito constante da magia, como em Comportadas Razões de Pedro Du Bois, “... Procura razões / para ser assim / razões para o futuro / razões para não ser exterminado / razões para acreditar / razões para aproveitar / razões para ter chegado / até aqui // desarrazoado corpo / sente a brisa / sobre os cabelos.”