FELIZ PÁSCOA
Em cima da mesa, papel colorido, fitas, tintas e brilhos. Caixas de papel de todos os tamanhos e cascas de ovos. Ao redor da mesa, amigos e parentes, reunidos para pintar os ovos e confeccionar os ninhos da Páscoa.
Sabemos que celebrar a Páscoa é viver o espírito da Ressurreição do Filho de Deus. É unir-se para um dia especial ao festejarmos o momento religioso. Refletir sobre a renovação ao nos permitir criar mudanças em nossa alma. É nos inspirar, alegrar e nos emocionar, pelas pequenas atitudes que recuperam os valores essenciais, como o amor ao próximo. É criarmos novas posturas para enfrentarmos cada momento de incerteza, lapidando novas alianças: o que mantém a nossa esperança no futuro.
Compartilhar a Páscoa é também acreditar no sentido de uma nova vida, como no poema de Cecília Meirelles, VIGÍLIA DO SENHOR MORTO:
“Teu rosto passava, teu nome corria / por esses lugares do sol e da lua. / Como se contava a tua biografia!/ ... Guerreiro cortado de injúrias de guerra; não trouxe consigo nenhuma ferida /... Por tanta subida, por tanta descida, aqui dou contigo, no teu morto leito, / eu, que vim por ti salvando a minha vida! /... Sangue que tiveste, por perdidas cenas; derramou-se, longe, e é pó do pó sem glória, /...Por que serei triste com a minha memória, diante do teu corpo sem auréolas? Triste / pela minha viagem? Pela tua história? / Este é o Senhor Morto – e este, somente, existe. / Noite de vigília...
Dizer FELIZ PÁSCOA nos permite refletir sobre os motivos de tal consagração e, sobretudo, incorporar o preciosismo, motivo do fascínio, ligado à vida do homem. Segundo Hélio Pedroso, “O significado desta data religiosa é tão rico de mensagens, que encantou todas as culturas”. Isto é, novas mensagens são criadas e a adesão, a continuidade em acreditar na representação da morte e da ressurreição de Cristo, nos dá a certeza de que estamos no caminho certo: da liberdade e, assim, temos a oportunidade de encontrar a poesia de Antônio Olinto, “... No colher os dias e saber / Renascer no renascimento. / Na hora da paixão...”