Um colega do Recanto, com quem mantenho contato formal, escreveu dizendo que vai sair do site porque as pessoas não dão muita importância ao que escreve tentando agradar a gregos e troianos. Que tentou de tudo mas não conseguiu a reciprocidade esperada, mesmo convencido que os seus textos possuem um bom nível em comparação àqueles com expressivos registros de leitores.

Quando li esse desabafo não pude deixar de sorrir. Não por querer fazer pouco caso dele, mas em razão do mesmo acontecer comigo com frequência O único diferencial é que não dou muita importância a esses detalhes. Lógico que gostaria que lessem e comentassem o que escrevo com assiduidade, mas acredito que seja um trabalho de formiguinha junto às bases, de modo a fazer que as pessoas aos poucos se acostumem com o meu estilo e retribuam com suas críticas espontaneamente, e não por um penoso dever de ofício, como geralmente acontece. 

Também passei ao meu infortunado amigo ser necessário um pouco de talento nas artes das letras. Escrever pode ser um bom exercício para extravasar as emoções que nos assaltam regularmente, mas não significa que o produto final mereça o desejado aplauso da plateia, concordam? 

Assim, disse-lhe que se fosse sua intenção conseguir continuamente mais leitores, talvez acabasse se decepcionando, e muito. Afinal, nem todos possuem o estilo desejado que motive uma maior procura por parte dos usuários do site. Agora, que se ele escrevesse apenas como hobby, teria a oportunidade única de interagir com os seus pares e fazer novas amizades virtuais, ainda que se restringissem a três ou quatro ledores fieis que o prestigiassem sempre, como acontece comigo.
Cronista
Enviado por Cronista em 06/02/2015
Reeditado em 06/02/2015
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