ALEGORIA DOS CORPOS

Sempre acho que o exercício dos jogos do amar é impiedoso. O viés do prazer chama-nos ao absurdo de nos pretendermos dentro do outro. Todavia, sem o decurso deste jogo de gato e rato, negamos a nossa primária condição animal. É também por esta que somos sensivelmente diferentes um do outro. Na vertical, a educação, a lhaneza de trato e o polimento tornam o humano ser muito paritário quanto a gênero e opções. Na horizontal, a relação intimista é o diferencial. Nada como suprir o “fogo que arde sem se ver”. Convive-se com a angústia do até quando o sentir se faz. O restante é crucifixão social...

– Do livro POESIA DE ALCOVA, 2014.

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