Demorou, mas chegou. Ontem foram uns pingos; hoje ventania, relâmpagos, trovões e ela - desceu com vontade de limpar o ar, de regar a flora, de hidratar os poros dos animais (inclusive os meus) e as cascas grossas dos troncos das árvores baixas e tortas do cerradão goiano-candango. Bem-aventurada seja você, ó chuva que cai generosa, lavando o óleo do asfalto até então fervente, lavando os telhados das casas e prédios, iodando o ar indispensável à vida em todas as suas formas. Água benfazeja à saúde do meu querido e sofrido bioma desprezado pelas autoridades e latifundiários deste País. Ah, lobeira e lobo-guará, ipê rosa, verde, amarelo e branco; tamanduá-bandeira, pássaro-preto, sabiá-laranjeira, borboleta branca, beija-flor, pau-preto, pequizeiro! Celebremos porque agora tudo mudou, sem que a ambição e o descaso pudessem impedir.
Brasília, 21 de outubro de 2014
Brasília, 21 de outubro de 2014