Asilo dos Velhinhos
Asilo dos velhinhos
Os asilos dos velhinhos é um braço da Igreja Católica, administrados por irmãs de caridade e supervisionados pela Igreja. Existem outros asilos particulares, mas seus métodos de atuações são idênticos àqueles mantidos pelas Irmãs de caridade.
• Entretanto, para conseguir uma vaga em um desses Asilos, o velhinho deverá ser aposentado, e transferir sua aposentadoria à Congregação através de uma procuração, e na hipótese de não ser aposentado, jamais ele conseguirá uma vaga. Neste particular, depois de passada a procuração, nunca mais ele verá o seu pobre dinheirinho da aposentadoria. Por outro lado, o asilo não passa de uma prisão dos pobres velhos no aguardo de sua passagem para outro mundo, e neste caso, pra que dinheiro... Nem precisam.
Dessa forma, o pretendente só terá a chance de obter uma vaga para se asilar se tiver uma aposentadoria, não sendo aposentado, jamais seu intento será concretizado.
No entanto, existe outra opção para se internar numa dessas casas, no caso de não ser aposentado. Se o velhinho possuir algum imóvel, alugado ou não, ele poderá doar o imóvel ao asilo, passando a escritura em cartório. A instituição exige a transferência da escritura passada no nome da organização; se o imóvel estiver alugado, o valor do aluguel pertencerá ao Asilo. Nada é de graça.
Ouvimos há pouco tempo de uma ex-irmã de caridade, (nossa conhecida) com oito anos de congregação, relato de fatos estarrecedores relacionados ao tratamento aos velhinhos e praticados pelas irmãs de caridade da casa. A sequência de tais fatos, acabou por motivar a perda da fé da ex-irmã, conduzindo-a ao abandono da congregação.
Em amistosa conversa com a referida, ficamos sabendo que, tantos os móveis, como roupas de cama, vestuários e alimentos são resultado de doações particulares.
Diariamente, uma das irmãs percorre às ruas da cidade com uma perua (doada é claro) para fazer as arrecadações de alimentos, roupas e dinheiro. Água, luz, gasolina e outras pequenas despesas, são isentas de pagamento, tudo é gratuita. Resumindo: o asilo não gasta um centavo para nada.
Consequentemente, a casa nada gasta com os velhinhos, pois, todo o dinheiro recebido, tanto das aposentadorias como das doações fica no próprio estabelecimento, no qual é contabilizado e repassado para as dioceses, ou bispados. Posteriormente o dinheiro é dividido entre a Diocese e o Vaticano. Tudo é bem controlado e contabilizado em livros próprios, pois, as dioceses fiscalizam diariamente os asilos através de padres diocesanos.
Portanto, numa atípica suposição de 100 velhinhos asilados, e tomando por base um salário mínimo por cada um, teríamos em um mês 78 mil reais.
Vale dizer que muitos velhinhos ganham um salário bem acima do mínimo. Além dos salários acrescentam-se ainda as subvenções dos governos municipais e estaduais e doações particulares.
A soma total das arrecadações, só Deus sabe. Tudo isso sem pagar um centavo de imposto; verdadeiros párias da nação.
Assim, todo esse dinheiro é considerado lucro líquido do asilo. Não se gasta nada com os velhinhos.
Um detalhe desagradável que tomamos conhecimento, é relacionado com as refeições. Existe uma separação entre a comida dos velhinhos e a mesa das irmãs. A mesa delas, conforme constatamos, pode-se considerar uma espécie de banquete, e a dos velhinhos... Coitados, nem é necessário especificar o que seja a mesa deles, o leitor já deve ter percebido.
Vale dizer que diariamente uma irmã faz a coleta de doações de alimentos nos açougues, mercados e empórios da cidade.
Acompanhados da referida ex-irmã ao asilo onde ela atuou por oito anos, foi o suficiente para disfarçadamente sentir o quanto ela tinha razão em expor aqueles tristes fatos. Obviamente, poucos são aqueles que têm a oportunidade de constatar essa veracidade.
A nossa confidente acrescentou ainda que as irmãs que ali trabalhavam, não tinham nenhuma assistência médica, e que ela apesar de estar bastante doente, jamais obteve cuidados médicos patrocinados pelo Convento. Tal detalhe foi o suficiente para ela tomar a decisão de abandonar o Convento.
Nada contra a religião católica, mesmo porque somos oriundos de família católica. Logicamente, achamos por bem levar estes fatos ao conhecimento de muitos, pois, não são todos que conhece os bastidores dessas instituições; ao contrário, ignoramT a safadeza dos dirigentes de instituições consideradas de caridade, quando na verdade não passam de meras arapucas, ou um comércio como outro qualquer. Não há nenhuma diferença entre religiões e filantrópicas. Todas vivem em função do dinheiro e por enriquecimento e poder.
Luiz Pádua
(texto extraído do livro publicado de minha autoria “No Domínio dos Deuses”. (esgotado)