Quanto tempo levamos para passar da infância à maturidade, e desta à velhice? Muitos anos, ora direis; algumas páginas, eu direi, no entanto. O breve espaço de tempo que leva a deliciosa leitura deste livro de Ana Mello, uma das mais queridas poetrixtas do Movimento Internacional Poetrix. Sim, porque parafraseando Neil Gaiman, em Vidas Breves, todo espaço de tempo, por maior que pareça, é breve, diante da nossa finitude. E menor ainda se torna quando é preenchido pelos prazeres da alma, como o de flanar por estas páginas.


Na primeira parte do livro, “Infância”, Ana consegue nos transportar ao lúdico mundo infantojuvenil, fazendo-nos recordar um tempo perdido, de alegria, simplicidade e inocência. Como Exupéry, consegue falar ao coração de jovens de todas as idades.


Com a chegada de “Maturidade”, mudam as experiências e os sentimentos. É o momento da voz da mulher adulta mas, igualmente poética. Ana Mello nos faz recordar o seu conterrâneo Mário Quintana, ao tratar dos temas mais profundos com a maior leveza.


Não há sessão “Velhice” no livro, mas alguns poetrix, como o que tem esse título (É lida / De fazer a vida / Mais comprida), além de  “Vida” e  “Espelho” que são um anúncio desta sabedoria, que só o passar dos anos pode nos conceder, até chegar a um inusitado recomeço em “Ao nascer”, último poetrix do livro.


É um orgulho ver nascer (e ler) um livro de poetrix como este que, como nós, crescerá, amadurecerá mas, diferentemente, não envelhecerá nem morrerá, porque como todas as obras literárias de qualidade, traz em si a semente da imortalidade.


(prefácio de Goulart Gomes, para o livro).


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Goulart Gomes
Enviado por Poetrix em 03/08/2014
Reeditado em 03/08/2014
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