Porquê a Poesia em tempos de indigência?
Há tempos estamos vivendo indigências de toda a ordem. Temos indi- gência na paz social, de salários dignos e de dignidade humana.
Há muito descobrimos que o ser indigente trancede os limites da falta de recursos para a sobrevivência.
Estamos indigentes. Navegando na corrupção, na injustiça e na impunidade O Povo brasileiro está indigentes das mais elementares chances de reversão do quadro atual.
Estamos indigentes e somos indigentes. Não existe a transitoriedade num povo que nasceu na indigência e vive na indigência do dia a dia.
Porém, entre o estar e o ser indigente está um dos maiores legados da filosofia e da vida: A ESPERANÇA.
A Esperança é consequência da fé e nela se fundamenta. Tem Esperança quem tem Fé, e ter fé não é discurso consequente de otimismo infantil. Ter fé é confiar num projeto de vida, nu, trabalho, numa idéia.
Estamos indigentes... de valores morais e políticos, valores cristãos e valores humanos. Estamos indigentes de homens confiáveis, é ticos e verdadeiramente humanos.
Estamos indigentes de razões para amar nossa Pátria e até mesmo de lutar por ela.Esatmos indigentes de governantes que não emprestam nossa bandeira, mesmo sob as mais nobres causas. E mais ainda, que não faça dela objeto de negociação e falcatruas.
Este incontido lamento da indigência manifesta-se no talento de homens que buscam nas letras a expressão de suas angústias. O Home
e as angústias de Ser sempre caminham lado a lado.
A angústia é o naufrágio da esperança.É a indigência da paz. É estar em pleno mar de sonhos não realizados e de esperanças naufragadas. Quando chegamos a esta ilha, resta-nos o fazer poético.
A Poesia preenche a ânsia do ser no homem, que na sua indigência, busca a realização de suas completudes.
É o tempo de indigência, o tempo favorável, não por ser adequado, mais sim,por ser inadiável salvar-se. E salve-se quem puder. ( De Usse-
dir Campos).
Resolvi transcrever esse texto do amigo Usseldir,publicado há dez anos, por achar bastante pertinente com o momento em que vivemos. Boa Tarde, Brasil!