ACIMA
SALÃO INTERNACIONAL DO LIVRO
TURIM/2014

DIVAGAÇÕES

Nem só de publicações e encontro com leitores vive o escritor. Há sempre aquele momento bom , de encontros e conversas,trocas de experiências e muita surpresa boa.Como,por exemplo,descobrir ,fora dos muros da sua cidade,o que andam aprontando os outros escritores brasileiros,aquém e além fronteiras. E,descobrir,maravilhado ,que o nosso país,sim,já exporta cultura.E,que,mesmo sem exposição na mídia,grandes talentos se desenham e fazem a diferença na nossa literatura .
Escreve-se muito no Brasil e escreve-se bem.E é,justamente,nesses encontros,nesses momentos ,que descobrimos essas pessoas e seus trabalhos maravilhosos.E que percebemos que têm ,sim,um público europeu que comparece,compra seus livros e volta sempre para prestigiar seu autor favorito. 
Nunca acreditei em “booms” literários; o autor novato publica , a editora que investiu nele mexe os pauzinhos,a mídia o eleva,os convites para importantes festas literárias dentro do país acontecem e... parou ai.Nã o acontece mais nada.Voos de galinha.Já vi muitos assim.
– Cadê aquela promessa literária que estava aqui no ano passado?
– Sumiu! Mas, seus livros ,não.Acabam nos sebos ou embaixo das suas camas.É duro de ouvir e ler? Mas, é a realidade, amigo(a) ,pois,talento não se solidifica com notinhas de jornais.
O trabalho literário é para uns poucos corajosos e é ,sobretudo,um trabalho de formiguinha,um passo a passo dorido,aqui,avança, ali ,recua acolá avança novamente,até que,por fim,virá o reconhecimento,ou não.Melville e Balzac,entre outros,só o tiveram post – mortem.
Paciência! O que não se deve é desanimar.
Lá vou eu ,batendo na mesma tecla,antipática para uma editora,pois,os autores esperam de nós,no mínimo o Prêmio Jabuti.
Mas,nunca tive medo da verdade e enfrento os problemas de frente.De ilusões também se vive ,mas,o aterrissar é doloroso.E,caro,já que se investe muito para fazer um livro.
Voltando ao Salão, recomendo a todos os escritores que participem; aquela energia boa que envolve o recinto, aquele convergir de interesses que anima todos, aquela experiência vivida e trocada ,não tem preço.E,ainda não falei das atividades paralelas como passeios turísticos,as visitas a museus e bibliotecas,os almoços e jantares,o bate – papo nos barzinhos,enfim,o compartilhamento e a alegria de conversar e ouvir pessoas com interesses e objetivos idênticos.
Neste que participei - o primeiro fora do Brasil – tudo foi perfeito,graças ao trabalho da ACIMA,encabeçado pela Mariana Brasil que abriu ,para os participantes,um leque de oportunidades que ficarão para sempre através dos catálogos impressos,dos vídeos individuais para todos os escritores,das entrevistas e antologias que correrão o mundo,mostrando que ,quando se quer ,se faz,apesar das dificuldades a serem vencidas.