Os dilemas da literatura brasileira

Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Clarisse Lispector... esses são apenas alguns nomes que fizeram a história da literatura no Brasil. Uma história, aliás, muito rica, repleta de livros e textos incríveis, que até hoje nos faz viajar pelas esferas estreladas da imaginação.

Porém, o que vemos hoje não condiz com essa magnífica história. Somos um dos países que menos lê no mundo, temos um dos mercados editorais mais injusto, e não somos devidamente reconhecidos pelo mundo afora. De quem á culpa? É isso que vamos tentar descobrir a partir de agora.

O dilema da leitura

Estamos na lanterna, não dos afogados, mas da leitura. O Brasil é o país que menos lê na América Latina. Perdemos para Argentina, Uruguai e Chile. Se é assim só aqui, no nosso continente, imagina se compararmos com a Europa? E não é difícil percebemos isso, basta prestarmos atenção e logo vamos ver que o hábito da leitura não faz parte da cultura brasileira. E por que é assim? Segundo a Unesco, órgão da ONU que cuida das questões educacionais e culturais no mundo, existem vários fatores que promovem o hábito da leitura, e o mais importante deles está em casa. Se os pais não incentivarem seus filhos a lerem, dificilmente eles se tornarão leitores no futuro. Mas, como os pais podem incentivar seus filhos se nem mesmo eles tiveram tal incentivo? Ai o problema passa para o sistema educacional. É de praxe os professores de língua portuguesa tentarem ensinar seus alunos a lerem os clássicos da literatura nacional. É claro que isso é bom, mas, escritores como José de Alencar ou Castro Alves fogem da realidade dos jovens, fazendo com que não se interessem pela leitura. Resultado: poucos leem, e quem lê, as vezes não entende bem o que está lendo, já que a educação brasileira preza pela quantidade, e não pela qualidade.

O dilema dos livros

Mas, mesmo quem gosta de ler, encontra problemas, e um dos que mais incomoda é o preço dos livros. O valor médio dos lançamentos no Brasil é de R$ 40,00, enquanto na Europa é comum ver livros novos sendo vendidos a R$ 20,00, ou até R$ 15,00 (convertidos do Euro). Isso também é um problema para os escritores, principalmente os independentes, que não têm respaldo das grandes editoras. Isso acaba afastando autores talentosos, mas que não podem arcar com seus livros, e os que podem, precisam vender caro. Ou seja, mesmo que o livro seja bom, o preço vai acabar espantando os leitores, que na dúvida, vão comprar livros de autores conhecidos.

O dilema do reconhecimento

O Brasil é o único país pentacampeão de futebol, um orgulho, não é? Mas você sabia que entre os 15 países mais ricos do mundo (o Brasil atualmente está em 6º nesse ranking), somos o único que ainda não ganhou Prêmio Nobel? Considerado a mais importante premiação do mundo, o Nobel é um verdadeiro atestado de inteligência e competência. Mas, até agora, ainda não ganhamos. No caso da literatura, o pais passou perto algumas vezes, com Carlos Drummond de Andrade. A verdade é que a culpa pelo Brasil não ter ganho ainda é a falta de investimento no bem mais valioso que temos: o brasileiro. E não falo só de dinheiro. Bastaria valorizar mais nossos escritores. E só tem um jeito de fazer isso: lendo mais livros de autores brasileiros.

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 20/05/2014
Reeditado em 20/05/2014
Código do texto: T4813273
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