Os Best Sellers brasileiros da década de 50 e seus Cronistas
Resumo do texto publicado na enciclopédia “Nosso Século” volume - 1945/1960
Na década de 50 alguns escritores nacionais tiveram seus romances transformados em best sellers. O principal deles foi Jorge Amado, com Gabriela, Cravo e Canela, (1958) chamando atenção para a convulsão social que acompanhou o surto do cacau. Outro autor que continuou como um dos primeiros colocados como vendedor de livros foi Erico Veríssimo: Olhai os Lírios do Campo (1938) teve sucessivas reedições; O Tempo e o Vento (em três volumes: O Continente,1949; O Retrato,1951; O Arquipélago,1952). O Tempo e o Vento, começando no século XVIII, conta a história da formação da nacionalidade, a partir da saga rio-grandense, até a instauração da ditadura getulista do Estado Novo. Mário Palmério, com Vila dos Confins, cria um romance com genuinidades léxicas e sintáticas das falas do Sertão, que também se transformará num dos clássicos da literatura brasileira mais lidos na década de 50. Este romance de Palmério surgiu de uma pesquisa realizada no tempo em que ele era deputado federal por Minas Gerais. Querendo colocar a Câmara a par do coronelismo e dos vícios eleitorais de sua região, o escritor organizou um minucioso relatório que deu origem a uma série de artigos e, posteriormente, ao romance. A Paulista Dinah Silveira de Queirós teve seu romance mais popular Florada da Serra (1939) – transformado em filme de grande sucesso em 1953. No ano seguinte publicou a Muralha.
Cronistas e o retrato da cidade.
No Rio de Janeiro, da década de 50, era notável o número e a qualidade de escritores que se dedicavam à crônica. Sergio Porto (Stanislaw Ponte Preta) fazia desde 1954, na Última Hora (Rio) um gênero de crônica leve e humorística. Henrique Pongetti tinha em O Globo (Rio), a coluna “Show da Cidade” e Antônio Maria fazia a crônica do Rio noturno na seção a “A Noite é Grande” do Diário Carioca, onde colaborava também o poeta Paulo Mendes Campos. Este, ao lado de Rubem Braga e Fernando Sabino, formaram a mais importante trindade da crônica brasileira depois, em Manchete. Outros cronistas que se destacaram no período foram; Eneida, no Diário de Notícias; Raquel de Queirós, em O Cruzeiro; José Carlos de Oliveira, no Jornal do Brasil, e o poeta Ledo Ivo em o Estado de São Paulo. Ainda temos dois outros poetas que se destacaram como cronistas: Carlos Drummond de Andrade, que publicou Passeio na Ilha (1952) e Fala Amendoeira (1957) e Manoel Bandeira, que reuniu algumas de suas crônicas em A Flauta de Papel (1956). Vários livros de crônicas apareceram nessa época: Pássaro Ferido (1956) de Genoíno Amado; A Cidade e os Dias(1957), de Ledo Ivo; O Homem Nu (1960) de Fernando Sabino.
Na foto: Fernando Sabino, Antonio Maria e Rubem Braga
Resumo do texto publicado na enciclopédia “Nosso Século” volume - 1945/1960
Na década de 50 alguns escritores nacionais tiveram seus romances transformados em best sellers. O principal deles foi Jorge Amado, com Gabriela, Cravo e Canela, (1958) chamando atenção para a convulsão social que acompanhou o surto do cacau. Outro autor que continuou como um dos primeiros colocados como vendedor de livros foi Erico Veríssimo: Olhai os Lírios do Campo (1938) teve sucessivas reedições; O Tempo e o Vento (em três volumes: O Continente,1949; O Retrato,1951; O Arquipélago,1952). O Tempo e o Vento, começando no século XVIII, conta a história da formação da nacionalidade, a partir da saga rio-grandense, até a instauração da ditadura getulista do Estado Novo. Mário Palmério, com Vila dos Confins, cria um romance com genuinidades léxicas e sintáticas das falas do Sertão, que também se transformará num dos clássicos da literatura brasileira mais lidos na década de 50. Este romance de Palmério surgiu de uma pesquisa realizada no tempo em que ele era deputado federal por Minas Gerais. Querendo colocar a Câmara a par do coronelismo e dos vícios eleitorais de sua região, o escritor organizou um minucioso relatório que deu origem a uma série de artigos e, posteriormente, ao romance. A Paulista Dinah Silveira de Queirós teve seu romance mais popular Florada da Serra (1939) – transformado em filme de grande sucesso em 1953. No ano seguinte publicou a Muralha.
Cronistas e o retrato da cidade.
No Rio de Janeiro, da década de 50, era notável o número e a qualidade de escritores que se dedicavam à crônica. Sergio Porto (Stanislaw Ponte Preta) fazia desde 1954, na Última Hora (Rio) um gênero de crônica leve e humorística. Henrique Pongetti tinha em O Globo (Rio), a coluna “Show da Cidade” e Antônio Maria fazia a crônica do Rio noturno na seção a “A Noite é Grande” do Diário Carioca, onde colaborava também o poeta Paulo Mendes Campos. Este, ao lado de Rubem Braga e Fernando Sabino, formaram a mais importante trindade da crônica brasileira depois, em Manchete. Outros cronistas que se destacaram no período foram; Eneida, no Diário de Notícias; Raquel de Queirós, em O Cruzeiro; José Carlos de Oliveira, no Jornal do Brasil, e o poeta Ledo Ivo em o Estado de São Paulo. Ainda temos dois outros poetas que se destacaram como cronistas: Carlos Drummond de Andrade, que publicou Passeio na Ilha (1952) e Fala Amendoeira (1957) e Manoel Bandeira, que reuniu algumas de suas crônicas em A Flauta de Papel (1956). Vários livros de crônicas apareceram nessa época: Pássaro Ferido (1956) de Genoíno Amado; A Cidade e os Dias(1957), de Ledo Ivo; O Homem Nu (1960) de Fernando Sabino.
Na foto: Fernando Sabino, Antonio Maria e Rubem Braga