Polêmica: as mudanças

Passamos muitas horas nos preocupando com o tempo, com o clima que encontraremos amanhã: calor demais ou chuvas? E, em proporções incontroláveis, talvez uma tragédia econômica, que poderá ameaçar o nosso futuro e quem sabe despertar a “ira planetária”. Em que poderá atrapalhar o nosso cotidiano as mudanças climáticas? Quem não procura saber como estará o tempo no próximo dia, para se organizar? Faça chuva ou faça sol, a vida continua... Não é bem assim, que a mudança no clima pode atrapalhar o nosso humor e os nossos planos.

As mudanças nos impulsionam quando apostamos no nosso interesse intelectual; por exemplo, ler o livro Meteorologia: fatos & mitos 3, escrito por Gilberto Cunha. A obra mostra medidas arrojadas necessárias para frear as mudanças climáticas; receoso para com o futuro tenta com boa vontade, competência e austeridade racional legitimar tais mudanças, que se alastram, dia após dia, demonstrando que “o tempo é de fato o que ocorre”.

No livro encontramos artigos enriquecedores na área de ciências, porque apresentados na fronteira do conhecimento: fatos versus mitos; informação empírica versus informação científica que, com efeito, levam-nos a relativar as nossas “verdades”, na medida em que nos ajudam a entender o fenômeno da vida por outros ângulos, na benevolência da natureza, além da conta, de que podemos chegar ao próximo dia sem sermos sufocados pela ameaça de temperaturas elevadas e fora de época.

O autor nos coloca diante de algo novo como literatura ao nos facilitar a compreensão, através da coerência, de que podem acontecer mudanças em nós ao adquirir conhecimento e informação sobre meteorologia e, ao mesmo tempo, que devemos nos conscientizar ao integrar tais informações na nossa vivência; como expressa, “... diante das evidências temos que começar imediatamente antes que seja tarde demais, a construir a nossa capacidade de lidar com as mudanças climáticas globais e sua variabilidade associada...”.

De uma maneira ou de outra, a polêmica das mudanças nos atrai pelo desconhecimento, gerando dúvidas, questionamentos, dividindo opiniões e provocando emoções. Desafios que temos de enfrentar ao nos dispor as mudanças ao assumirmos o novo com as inseguranças trazidas por ele, sem amedrontamento, que o medo também é parte do desconhecido.

Nas palavras de Cunha, “... Interpretações as mais variadas possíveis, mas pelo menos uma fica evidente: que temos que acreditar naquilo que fazemos, pois na vida, depois das coisas feitas, não há possibilidade de repetição”. Digo mais, nem de nos arrependermos pelo não feito. Jogo que marca o significado do encontro na hora de olhar para a realidade na polêmica das mudanças, retratada no artigo Dedique Um Tempo Para Sentir O Perfume Das Rosas, “... ando gastando tempo demais olhando para o futuro e acabo esquecendo de pensar / viver o presente”.

O importante é incorporarmos as mudanças como informação significativa para mantermos o interesse pelo fascínio da vida, sem desviarmos o olhar do tempo, vez que os acontecimentos se apresentam naturalmente e fazem com que o nosso destino seja diferente e a praia tenha de ser adiada, que só o tempo consegue deixar a sua marca em nossas vidas.