AS SEREIAS***MITOLOGIA GREGA E ORIGEM DAS LENDAS
AS SEREIAS NA MITOLOGIA GREGA
Na mitologia grega, as sereias são seres metade mulher e metade peixe (ou pássaro, segundo alguns escritores antigos) capazes de atrair e encantar qualquer um que ouvisse o seu canto. Um mito de origem de lendas de pescadores e marinheiros que relatavam existência de animais marinhos com características próximas daquela que mais tarde foram classificados como sirénios.
Elas viviam em uma ilha do Mediterrâneo, em algum lugar do Mar Tirreno, cercada de rochas e recifes ou nos rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália.Outros diziam que eram filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore, quem conseguisse falar com uma delas, tinham chance de saber do seu destino, pois podiam prever o futuro, o que condiz com divindades nascidas de Gaia.
A sedução provocada pelas sereias era através do canto. Os marinheiros que eram atraídos pelo seu canto e se aproximavam o bastante para ouvir seu belíssimo som, descuidavam-se e naufragavam. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali, muitos enfeitiçados se lançavam ao mar de encontro com a morte ou colidirem com os rochedos e afundavam toda embarcação.
A ORIGEM DAS LENDAS
Acompanhando o estudo de Meri Lao (Las Sirenas, 1985), encontramos referências sobre a morfogênese das sereias em três versões que expressam bem a ligação entre elas e o mundo feminino arcaico; Nas seguintes passagens: a primeira conta que as sereias haviam se atrevido a competir em canto com as Musas, as quais lhes arrancam as penas sem piedade para utilizá-las como coroas. Em outra passagem conta-se que na Grécia Antiga, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite ( Deusa da beleza e do amor) e como castigo foram viver numa ilha isolada, elas se assemelham às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única. Foram castigadas dando-lhes forma de pássaros devido à sua recusa em unir-se com mortais ou com divinos
Outros tantos, conta-se que elas eram ninfas do séquito de Perséfone, a filha de Zeus e Deméter, esta foi raptada por Hades, Deus dos Infernos. Segundo a lenda, as sereias devem sua aparência a Deméter, que as castigou por terem sido negligentes ao cuidarem de sua filha. Assim, em outra versão as asas das sereias estão associadas ao mito de Deméter de a terem “transformado em aves como punição por não terem evitado o rapto de sua filha por Hades”. Além disso, as sereias são frequentemente descritas como fiéis a Perséfone, intercedendo junto a ela em favor dos mortos através de cantos fúnebres.
A clássica lenda, é o episódio mais famoso popularmente, onde Ulisses exausto depois de tantos anos tentando retornar à Ítaca, tem que atravessar a região onde ficavam as sereias. Adepto a consultar os deuses e crendices sobre o direcionamento a seguir em suas conquistas marinhas, desta vez buscou conselhos da feiticeira Circe; Ulisses foi instruído pela feiticeira que ordenasse sua tripulação para que o amarrem com força junto ao mastro de seu barco, e que seus marinheiros tampassem os ouvidos com cera, evitando assim ouvir o canto das sereias e ao seu chamado se atirassem ao mar ou destruíssem o navio.
Venceu a sedução do encanto (lançado pelos cantos sonoros das sereias) ; Depois que chegou na terra firme, relatou sua travessia, que teve sucesso ao conseguir passar incólume com muita dificuldade, mas que a experiência, cicatrizou sua alma, ficando-lhe o sofrimento e o desespero vividos enquanto estava preso no navio escutando e sentindo o canto inebriante e encantador daquelas criaturas encantadas.
Um episódio importante na mitologia grega é da lenda de Orfeu, que embarca com a expedição dos Argonautas e no encontro com as sereias se põe a cantar de tal forma, em alta voz quase gritante, assim ouvia sua própria voz e conseguiu sufocar o canto das sereias sem ouvi-las, superando o fascínio do canto-chamado das sereias. Desta vez, apenas um dos tripulantes chamado Butes, não resiste e se lança ao mar enfeitiçado, entretanto foi salvo por Afrodite e alcançando assim um destino mais feliz.
As sereias eram representadas como grandes pássaros com cabeça e busto de mulher. Podemos encontrar sua figura presente em frisos, monumentos fúnebres, vasos da arte grega, estatuetas, jóias e outras obras. Representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade. Em nossos dias, utiliza-se ainda a expressão "canto da sereia" que designa algo que tem grande poder de atração em que as pessoas caem sem resistência.
Na literatura moderna, as sereias inspiraram muito poemas e numerosas obras, Segundo a lenda, o único jeito de derrotar uma sereia ao cantar seria cantar melhor do que ela. Em 1917, Franz Kafka escreveu o seguinte no conto O silêncio das sereias: As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio; A história da sereia, de E.M. Forster (1947), As sereias de Titã, de Kurt Vonnegut (1959), entre muitas outras.
GENEALOGIA E ATRIBUTOS
Apesar de haver variações, três são consideradas as sereias da antigüidade clássica: Leucotea (a deusa branca), Ligia ( a de voz clara) e Parténope (a virgem). Saber de onde elas vieram é difícil, muito se fantasia a respeito. a questão da paternidade das sereias. Não é muito questionado e em geral considera-se que Aqueloo, a mais antiga divindade fluvial do Ocidente, seria o pai das sereias. Porém, sua maternidade é bastante controvertida.
Segundo uma das versões, Aqueloo tem um corno arrancado por Hércules na disputa por Dejanira e das gotas do sangue derramado teriam nascido às sereias. Fato curioso este, pois esta narrativa se aproxima muito daquela que descreve o surgimento de outras figuras femininas importantes como Atená e Afrodite, cujos nascimentos também ocorrem sem intermediação materna. Em outras versões elas seriam filhas de Aqueloo e da Musa Melpômene, Estérope, ou Terpsícore.
Nesse sentido podemos entendê-las como seres que conhecem e participam dos Mistérios e dos ritos sagrados de morte e renascimento. Nesse percurso as sereias ganharam dois acessórios importantes que passaram a formar parte de sua representação simbólica: o espelho e o pente. Os pelos e os cabelos sempre estiveram associados à sexualidade e indicam atributos de natureza sexual. Cabeleiras hirsutas ou desgrenhadas são atributos de personagens tidos como indomáveis, loucos, lunáticos ou geniais e, assim como os pentes são utilizados para cardar a lã dos animais tornando-os mais atraentes, íntimos e convidativos.
Já o espelho nos fala da vaidade e da beleza, mas antes é instrumento que revela, ilude ou engana. Separa o virtual do real, e nos assombra mostrando mundos paralelos, infinitos, mágicos. O espelho é armadilha para aprisionar almas e sua ambiguidade é a mesma das sereias, que surgem no espelho d'água nos convidando a cruzar a fronteira entre dois mundos. Assim vemos que, onde quer que apareçam, Sereias, Iaras ou Iemanjás, carregam seus pentes e espelhos como parte dessa simbólica.
Quanto ao caráter, na tradição clássica as sereias são descritas como ameaçadoras e vorazes, mas também vamos encontrar sereias protetoras e maternais. Também são retratadas como prostitutas, já foram identificadas com santas, e como divindades de importantes mitos de criação. Vejamos algumas destas ocorrências.
Seu lado ameaçador e voraz talvez seja um dos mais marcantes e presentes na mítica grega antiga, nas lendas medievais e no folclore latino americano. Na narração de Homero, a feiticeira Circe descreve as sereias "sentadas e rodeadas por montes de ossos de homens putrefatos cuja pele ia se engrouvinhando" (Homero, Odisseia, Canto XII).
Na Idade Média essa voracidade aparece associada ao vício, ao pecado e às tentações. Já no folclore latino americano, por exemplo, existem algumas lendas argentinas que falam de uma sereia que em troca de riquezas exige do pobre pescador que lhe entregue seu filho homem.
Como figuras protetoras elas aparecerão bordadas em mortalhas de pescadores ingleses no séc. XVI e identificadas com santas, como no caso de uma sereia irlandesa do lago de Belfast. Batizaram-na com o nome de Murgen (nascida do mar) e a ela foram atribuídos muitos milagres, e parece que Congal, o santo irlandês, intercedendo perante as potências divinas, conseguiu fazer com que subisse ao céu. (Meri Lao, 1985, 85).
Como figuras maternais estão presentes em inúmeras catedrais e igrejas europeias, onde aparecem amamentando uma criança, esculpidas em capitéis, colunas, relevos e afrescos. Também no Brasil, no Convento de São Francisco (1779), em João Pessoa, existem seis sereias funerárias esculpidas nas bases das colunas da capela do Santíssimo Sacramento. (Cascudo, L.C., 1954, 576).
AS HISTÓRIAS DE SEREIAS EM ARTES , TELEVISÃO E CINEMA
*Em A PEQUENA SEREIA (The Little Mermaid);
*Em SAINT SEIYA, Tetis é uma sereia subordinada a Poseidon/Julian Solo. Também há o marina Sorento de Sirene, também subordinado a Poseidon;
*Em ONE PIECE, existe uma ilha onde moram tritões e sereias, sendo que destas últimas apareceram duas: Kokoro, viúva do Carpinteiro Tom, e Caimie, amiga de Hachi. Foi revelado que, após os 30 anos de idade, as sereias ganham a habilidade de mudar sua cauda para duas pernas sempre que quiserem;
*Em H2O: Just Add Water, no Brasil, H20 Meninas Sereias, é uma série australiana que conta a história de três garotas chamadas Cléo, Drika e Nanda que acidentalmente viram sereias ao se molharem. Assim, vivendo grandes confusões! No Brasil, é exibida pelo canal pago Boomerang e na Rede Record com exceção dos estados de SP, RJ e BA. Em Portugal, a série é exibida na Nickelodeon, na SIC e no Disney Channel onde a junção dos episódios da primeira temporada foi lançada como telefilme;
*Em SPLASH um filme de 1984 a sereia Madison (Daryl Hannah), salva o jovem Allan Bauer(Tom Hanks) de um afogamento, já na idade adulta é Bauer que tem que salva-la de pesquisadores;
*AQUAMARINE é um filme de 2006, adaptado do livro homónimo da escritora Alice Hoffman. Duas amigas, Claire Brown(Emma Roberts) e Hailey Rogers (JoJo) encontram a sereia Aquamarine(Sara Paxton) e decidem ajudá-la a encontrar o seu verdadeiro amor, em troca ela realizara o maior desejo das meninas;
*No ANIME MERMAID MELODY cada uma das sete sereias é a princesa de um oceano e possuem uma pérola que representa uma das cores do arco íris;
*Na Rede Globo o tema foi abordado em uma minissérie de (04) quatro capítulos, denominado “ O CANTO DA SEREIA (minissérie). A história era de uma moça que se chamava "Sereia", graças a sua devoção por Iemanjá, conseguiu ser a rainha do axé baiano.
*No Animal Planet o tema foi abordado em um documentário, denominado "SEREIAS: O DESCOBRIMENTO", que apoia uma das teorias sobre a evolução humana; “ A teoria do macaco aquático " que diz que o ser humano surgiu de um primata marinho;
*Em MAKO MERMAIDS é quase igual H2O: Just Add Water, mas conta que tinham 3 sereias para proteger a ilha Mako, mais um menino entra na ilha durante a lua cheia e cai na piscina da lua e vira um tritão, entao Sirena, Nixie e Lyla vão para a terra para que Zac não conte esse segredo para ninguém.
Fontes de pesquisa:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sereia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sereia
http://www.discoverybrasil.com/guia_conspiracao/lendas/sereias/index.shtml
Da autora: “O ENCANTO DA SEREIA” – Esta mini-série em contos, é uma mistura de fábulas e mitologias já conhecidos, com um pouco de fantasia e criação de alguns novos mitos e lendas além convencionais, com nuances de prosas poéticas que elevam a beleza da natureza e das emoções vividas de uma sereia que se apaixonou perdidamente pelo pescador. Ela um ser encantado que sentiu o desejo de descobrir o verdadeiro sentido do amor, ele um homem belo, grotesco, ambicioso, mas também fascinado pela beleza da vida e da natureza, respeitando a vida e seus princípios. Porém enfeitiçado ficou pelo canto da sereia, e ficou em dúvida entre o poder e o amor...
Por: Flor do Sol *** POETISA : LETI RIBEIRO
AS SEREIAS NA MITOLOGIA GREGA
Na mitologia grega, as sereias são seres metade mulher e metade peixe (ou pássaro, segundo alguns escritores antigos) capazes de atrair e encantar qualquer um que ouvisse o seu canto. Um mito de origem de lendas de pescadores e marinheiros que relatavam existência de animais marinhos com características próximas daquela que mais tarde foram classificados como sirénios.
Elas viviam em uma ilha do Mediterrâneo, em algum lugar do Mar Tirreno, cercada de rochas e recifes ou nos rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália.Outros diziam que eram filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore, quem conseguisse falar com uma delas, tinham chance de saber do seu destino, pois podiam prever o futuro, o que condiz com divindades nascidas de Gaia.
A sedução provocada pelas sereias era através do canto. Os marinheiros que eram atraídos pelo seu canto e se aproximavam o bastante para ouvir seu belíssimo som, descuidavam-se e naufragavam. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali, muitos enfeitiçados se lançavam ao mar de encontro com a morte ou colidirem com os rochedos e afundavam toda embarcação.
A ORIGEM DAS LENDAS
Acompanhando o estudo de Meri Lao (Las Sirenas, 1985), encontramos referências sobre a morfogênese das sereias em três versões que expressam bem a ligação entre elas e o mundo feminino arcaico; Nas seguintes passagens: a primeira conta que as sereias haviam se atrevido a competir em canto com as Musas, as quais lhes arrancam as penas sem piedade para utilizá-las como coroas. Em outra passagem conta-se que na Grécia Antiga, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite ( Deusa da beleza e do amor) e como castigo foram viver numa ilha isolada, elas se assemelham às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única. Foram castigadas dando-lhes forma de pássaros devido à sua recusa em unir-se com mortais ou com divinos
Outros tantos, conta-se que elas eram ninfas do séquito de Perséfone, a filha de Zeus e Deméter, esta foi raptada por Hades, Deus dos Infernos. Segundo a lenda, as sereias devem sua aparência a Deméter, que as castigou por terem sido negligentes ao cuidarem de sua filha. Assim, em outra versão as asas das sereias estão associadas ao mito de Deméter de a terem “transformado em aves como punição por não terem evitado o rapto de sua filha por Hades”. Além disso, as sereias são frequentemente descritas como fiéis a Perséfone, intercedendo junto a ela em favor dos mortos através de cantos fúnebres.
A clássica lenda, é o episódio mais famoso popularmente, onde Ulisses exausto depois de tantos anos tentando retornar à Ítaca, tem que atravessar a região onde ficavam as sereias. Adepto a consultar os deuses e crendices sobre o direcionamento a seguir em suas conquistas marinhas, desta vez buscou conselhos da feiticeira Circe; Ulisses foi instruído pela feiticeira que ordenasse sua tripulação para que o amarrem com força junto ao mastro de seu barco, e que seus marinheiros tampassem os ouvidos com cera, evitando assim ouvir o canto das sereias e ao seu chamado se atirassem ao mar ou destruíssem o navio.
Venceu a sedução do encanto (lançado pelos cantos sonoros das sereias) ; Depois que chegou na terra firme, relatou sua travessia, que teve sucesso ao conseguir passar incólume com muita dificuldade, mas que a experiência, cicatrizou sua alma, ficando-lhe o sofrimento e o desespero vividos enquanto estava preso no navio escutando e sentindo o canto inebriante e encantador daquelas criaturas encantadas.
Um episódio importante na mitologia grega é da lenda de Orfeu, que embarca com a expedição dos Argonautas e no encontro com as sereias se põe a cantar de tal forma, em alta voz quase gritante, assim ouvia sua própria voz e conseguiu sufocar o canto das sereias sem ouvi-las, superando o fascínio do canto-chamado das sereias. Desta vez, apenas um dos tripulantes chamado Butes, não resiste e se lança ao mar enfeitiçado, entretanto foi salvo por Afrodite e alcançando assim um destino mais feliz.
As sereias eram representadas como grandes pássaros com cabeça e busto de mulher. Podemos encontrar sua figura presente em frisos, monumentos fúnebres, vasos da arte grega, estatuetas, jóias e outras obras. Representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade. Em nossos dias, utiliza-se ainda a expressão "canto da sereia" que designa algo que tem grande poder de atração em que as pessoas caem sem resistência.
Na literatura moderna, as sereias inspiraram muito poemas e numerosas obras, Segundo a lenda, o único jeito de derrotar uma sereia ao cantar seria cantar melhor do que ela. Em 1917, Franz Kafka escreveu o seguinte no conto O silêncio das sereias: As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio; A história da sereia, de E.M. Forster (1947), As sereias de Titã, de Kurt Vonnegut (1959), entre muitas outras.
GENEALOGIA E ATRIBUTOS
Apesar de haver variações, três são consideradas as sereias da antigüidade clássica: Leucotea (a deusa branca), Ligia ( a de voz clara) e Parténope (a virgem). Saber de onde elas vieram é difícil, muito se fantasia a respeito. a questão da paternidade das sereias. Não é muito questionado e em geral considera-se que Aqueloo, a mais antiga divindade fluvial do Ocidente, seria o pai das sereias. Porém, sua maternidade é bastante controvertida.
Segundo uma das versões, Aqueloo tem um corno arrancado por Hércules na disputa por Dejanira e das gotas do sangue derramado teriam nascido às sereias. Fato curioso este, pois esta narrativa se aproxima muito daquela que descreve o surgimento de outras figuras femininas importantes como Atená e Afrodite, cujos nascimentos também ocorrem sem intermediação materna. Em outras versões elas seriam filhas de Aqueloo e da Musa Melpômene, Estérope, ou Terpsícore.
Nesse sentido podemos entendê-las como seres que conhecem e participam dos Mistérios e dos ritos sagrados de morte e renascimento. Nesse percurso as sereias ganharam dois acessórios importantes que passaram a formar parte de sua representação simbólica: o espelho e o pente. Os pelos e os cabelos sempre estiveram associados à sexualidade e indicam atributos de natureza sexual. Cabeleiras hirsutas ou desgrenhadas são atributos de personagens tidos como indomáveis, loucos, lunáticos ou geniais e, assim como os pentes são utilizados para cardar a lã dos animais tornando-os mais atraentes, íntimos e convidativos.
Já o espelho nos fala da vaidade e da beleza, mas antes é instrumento que revela, ilude ou engana. Separa o virtual do real, e nos assombra mostrando mundos paralelos, infinitos, mágicos. O espelho é armadilha para aprisionar almas e sua ambiguidade é a mesma das sereias, que surgem no espelho d'água nos convidando a cruzar a fronteira entre dois mundos. Assim vemos que, onde quer que apareçam, Sereias, Iaras ou Iemanjás, carregam seus pentes e espelhos como parte dessa simbólica.
Quanto ao caráter, na tradição clássica as sereias são descritas como ameaçadoras e vorazes, mas também vamos encontrar sereias protetoras e maternais. Também são retratadas como prostitutas, já foram identificadas com santas, e como divindades de importantes mitos de criação. Vejamos algumas destas ocorrências.
Seu lado ameaçador e voraz talvez seja um dos mais marcantes e presentes na mítica grega antiga, nas lendas medievais e no folclore latino americano. Na narração de Homero, a feiticeira Circe descreve as sereias "sentadas e rodeadas por montes de ossos de homens putrefatos cuja pele ia se engrouvinhando" (Homero, Odisseia, Canto XII).
Na Idade Média essa voracidade aparece associada ao vício, ao pecado e às tentações. Já no folclore latino americano, por exemplo, existem algumas lendas argentinas que falam de uma sereia que em troca de riquezas exige do pobre pescador que lhe entregue seu filho homem.
Como figuras protetoras elas aparecerão bordadas em mortalhas de pescadores ingleses no séc. XVI e identificadas com santas, como no caso de uma sereia irlandesa do lago de Belfast. Batizaram-na com o nome de Murgen (nascida do mar) e a ela foram atribuídos muitos milagres, e parece que Congal, o santo irlandês, intercedendo perante as potências divinas, conseguiu fazer com que subisse ao céu. (Meri Lao, 1985, 85).
Como figuras maternais estão presentes em inúmeras catedrais e igrejas europeias, onde aparecem amamentando uma criança, esculpidas em capitéis, colunas, relevos e afrescos. Também no Brasil, no Convento de São Francisco (1779), em João Pessoa, existem seis sereias funerárias esculpidas nas bases das colunas da capela do Santíssimo Sacramento. (Cascudo, L.C., 1954, 576).
AS HISTÓRIAS DE SEREIAS EM ARTES , TELEVISÃO E CINEMA
*Em A PEQUENA SEREIA (The Little Mermaid);
*Em SAINT SEIYA, Tetis é uma sereia subordinada a Poseidon/Julian Solo. Também há o marina Sorento de Sirene, também subordinado a Poseidon;
*Em ONE PIECE, existe uma ilha onde moram tritões e sereias, sendo que destas últimas apareceram duas: Kokoro, viúva do Carpinteiro Tom, e Caimie, amiga de Hachi. Foi revelado que, após os 30 anos de idade, as sereias ganham a habilidade de mudar sua cauda para duas pernas sempre que quiserem;
*Em H2O: Just Add Water, no Brasil, H20 Meninas Sereias, é uma série australiana que conta a história de três garotas chamadas Cléo, Drika e Nanda que acidentalmente viram sereias ao se molharem. Assim, vivendo grandes confusões! No Brasil, é exibida pelo canal pago Boomerang e na Rede Record com exceção dos estados de SP, RJ e BA. Em Portugal, a série é exibida na Nickelodeon, na SIC e no Disney Channel onde a junção dos episódios da primeira temporada foi lançada como telefilme;
*Em SPLASH um filme de 1984 a sereia Madison (Daryl Hannah), salva o jovem Allan Bauer(Tom Hanks) de um afogamento, já na idade adulta é Bauer que tem que salva-la de pesquisadores;
*AQUAMARINE é um filme de 2006, adaptado do livro homónimo da escritora Alice Hoffman. Duas amigas, Claire Brown(Emma Roberts) e Hailey Rogers (JoJo) encontram a sereia Aquamarine(Sara Paxton) e decidem ajudá-la a encontrar o seu verdadeiro amor, em troca ela realizara o maior desejo das meninas;
*No ANIME MERMAID MELODY cada uma das sete sereias é a princesa de um oceano e possuem uma pérola que representa uma das cores do arco íris;
*Na Rede Globo o tema foi abordado em uma minissérie de (04) quatro capítulos, denominado “ O CANTO DA SEREIA (minissérie). A história era de uma moça que se chamava "Sereia", graças a sua devoção por Iemanjá, conseguiu ser a rainha do axé baiano.
*No Animal Planet o tema foi abordado em um documentário, denominado "SEREIAS: O DESCOBRIMENTO", que apoia uma das teorias sobre a evolução humana; “ A teoria do macaco aquático " que diz que o ser humano surgiu de um primata marinho;
*Em MAKO MERMAIDS é quase igual H2O: Just Add Water, mas conta que tinham 3 sereias para proteger a ilha Mako, mais um menino entra na ilha durante a lua cheia e cai na piscina da lua e vira um tritão, entao Sirena, Nixie e Lyla vão para a terra para que Zac não conte esse segredo para ninguém.
Fontes de pesquisa:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sereia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sereia
http://www.discoverybrasil.com/guia_conspiracao/lendas/sereias/index.shtml
Da autora: “O ENCANTO DA SEREIA” – Esta mini-série em contos, é uma mistura de fábulas e mitologias já conhecidos, com um pouco de fantasia e criação de alguns novos mitos e lendas além convencionais, com nuances de prosas poéticas que elevam a beleza da natureza e das emoções vividas de uma sereia que se apaixonou perdidamente pelo pescador. Ela um ser encantado que sentiu o desejo de descobrir o verdadeiro sentido do amor, ele um homem belo, grotesco, ambicioso, mas também fascinado pela beleza da vida e da natureza, respeitando a vida e seus princípios. Porém enfeitiçado ficou pelo canto da sereia, e ficou em dúvida entre o poder e o amor...
Por: Flor do Sol *** POETISA : LETI RIBEIRO
21/06/2015 18:40 - Luandro
Querida Escritora: estou devendo visitas a esta página belíssima. Que viagem maravilhosa proporciona a todos que a leem. Falara de mitologia com o seu dom é envolvente e nos faz admirar ainda mais tudo que tem a nos presentear. Parabéns. Meus aplausos e desculpas pela raridade da visita, que se deve a problemas agravados de visão.] Minha contínua admiração.
16/06/2015 20:28 - Aisha Farah
Um artigo muito bem escrito! Parabéns flor! As lendas sobre sereias me causam encantamento. Obrigada minha querida pela sua visita a minha página. Um forte e cordial Abraço! ?
06/06/2015 21:01 - Márcio Melo Martins
Que apanhado fabuloso de muita biografia, farto material sobre a mitologia que agregam o quanto seu conto é obra vinda não só de inspirações, mas um apanhado de fatos poéticos em direções concretas... Um presente de sabedoria, admiro seu trabalho com muito respeito; grande o seu capricho... Tenha uma noite maravilhosa, aquele abraço... Sou mais Brasil!
05/06/2015 01:18 - Mauro Martins Santos [não autenticado]
Aqui está o que direi ao capíulo final em maior ênfase ao todo de sua obra. Para se alcançar o belo, a sintonia do agradável e do assombro, há que desprender-se tempo, desgaste e entrega, em detrimento do lazer com os queridos. Esse é o ofício de escritor sério, que ama a literatura; a arte pela arte. Muitas vezes mal compreendido e preterido por pseudos-beletristas que vendem bilhões de enganações à guisa de cultor de literatura profética-mística-sideral: - Em miúdos, estelionato literário - e vai para a ABL. Quase me esqueço...Estamos no Brasil!... Mas amiga querida, o que quero dizer é que, o impressionante é a evolução literária de quem tem denodo e persistência. Tu és uma dessas escritoras que vem num crescendo evolutivo rápido e sequencial, diversificando temas e surpreendendo com o potencial ainda estocado no celeiro de tua alma nobre,suave e fiel às amizades granjeadas, não com o "canto da sereia", mas com o encanto da naturalidade que só a simplicidade abençoada conquista. Um beijo e um abraço fraterno querida poeta-escritora amiga.
19/05/2015 14:06 - Antenor Rosalino
Belíssima aula sobre as sereias que sempre fulguram imaginativamente como as lindas crisálidas de todos os mares. Meus aplausos, Flor do Sol, e um abraço com o carinho de sempre.
17/05/2015 01:03 - José de Castro
Sempre me encantaram e ainda encantam essas mulheres-peixe. Associo-as sempre ao luar. São muito inspiradoras para poemas de amor... Parabéns pelo artigo... Abraços, amiga...
12/05/2015 13:38 - Carlos Melgaço
Belo artigo. Uma verdadeira aula sobre a Lenda das Sereias. Adorei. Saúde, amor e paz.
11/05/2015 18:47 - Ana Tão
Oi, Flor do Sol! Muito bom o seu artigo, eu já nem me lembrava da versão da sereia em forma de aves. Parabéns!
11/05/2015 11:16 - suspirospoeticos
Muito bom!
04/05/2015 16:52 - Ansilgus
Boa tarde...mais um texto maravilhoso...parabéns...grande abraço do ansilgus.
30/04/2015 21:19 - Coelho Zacarias
Bem pouco, ou melhor; quase nada, sabia eu desse assunto que me impressionou bastante; obrigado e parabéns pelo teu belo trabalho que nos deixa mais esclarecidos...Aguardo os próximos capítulos; beijos e abraços fraternos.
29/04/2015 19:16 - Tomás Santos
Que curioso! Adorei o texto. Explicativo e interessante. Adorei!
29/04/2015 17:48 - James Assaf
Adorei seu artigo. "Agora as sereias possuem uma arma ainda mais fatal do que seu canto, ou seja, seu silêncio... Talvez fosse possível escapar do seu canto: mas do seu silêncio, por certo, jamais" "Franz Kafka". Grande abraço, tenha uma ótima noite!
28/04/2015 18:13 - Miguel Carqueija
Amiga, este é um tema inesgotável. É curioso como existe a versão indígena, brasileira, das sereias: a iara amazônica, também citada no seu artigo. Há um filme brasileiro que não cheguei a ver, e já antigo, "O pescador e sua alma", creio que de Osvaldo Massaini, abordando esse tema. A diferença entre iara e sereia é que a primeira é fluvial e a sereia, marítima. Beijos carinhosos e até mais.
27/04/2015 22:27 - Fábio Ribbeiro
Boa Noite Graça Paz e Vitória! ' Parabéns por todo seu trabalho >>! Se possível visite-me em (Mudança De Status) Minha Gratidão *** May God Bless You!
27/04/2015 17:04 - Cândido Paulo Domingues
Parabéns querida poetisa pelo belíssimo texto, ótimo artigo. Abraço.
27/04/2015 03:10 - OTAVIO JM
Interessante