São Bernardo E "São Bernardo": Dois Atores Três Personagens (I)
“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso. A palavra foi feita para dizer.” (Graciliano Ramos em entrevista a Joel Silveira).
RESUMO
Este texto possui por objetivo explicitar as relações ideológicas de semelhança entre os discursos da personagem Paulo Honório no romance de Graciliano Ramos, “São Bernardo”, obra literária característica da Segunda Geração do Modernismo, e os discursos do ex-presidente Lula da Silva no período sindicalista e, posteriormente, seus discursos enquanto presidente da República, quando iniciou sua política de “Lulla Beija-Mão”. Este trabalho, conforme os critérios de análise discursiva vigente na área acadêmica, utilizou os discursos dessas personagens, a literária, do romance de Graciliano Ramos e a do ex-presidente em dois momentos de sua história política, visando mostrar a identificação do discurso do latifundiário Paulo Honório com a política do ex-presidente “Lulla Beija-Mão”. A coleta de informações manteve a consistência dos princípios de análise discursiva presentes na obra de autores filiados a Michel Pêcheux: associação língua/sujeito/ideologia/história. As interfaces narrativas selecionadas visam identificar as questões críticas do Brasil Rural, presentes em “São Bernardo” e as questões urbanas socialmente dramáticas presentes nos discursos do Lula sindicalista. E, posteriormente, de Lulla Beija-Mão. O trabalho resultou na identificação de “Lulla Beija-Mão” com os processos ideológicos que combatia quando sindicalista, assim como na manifesta conveniência de apropriação, em longo prazo, do poder político e jurídico nacionais, transformados numa psicose (ideia fixa e obsessão) de se manter no poder pelo poder: a qualquer preço. Veja-se evento Mensalão. Este trabalho estabeleceu a identidade do discurso autoritário de Paulo Honório na fazenda “São Bernardo” com o de Lulla Beija-Mão. O Brasil e os interesses políticos e jurídicos nacionais ficaram subordinados à fixação (ex-líbris) psicótica do ex-líder sindicalista do poder pelo poder. Sem outras considerações de contexto social. De cidadania dos eleitores.
INTRODUÇÃO
A SITUAÇÃO CÊNICA
DOS ENUNCIADOS EM
“SÃO BERNARDO” E EM
SÃO BERNARDO (ABC)
Este trabalho é relevante para a compreensão dos processos que conduziram um trabalhador rural e um ferreiro sindicalista (Paulo Honório/Lula da Silva) ao poder político e econômico, e à mudança de atitude ideológica dos mesmos quando do usufruto das mordomias desse poder, ao sentirem-se nele, poder pelo poder, estabelecidos e instalados. Sentados no trono de Satã.
O processo de construção e representação do “Ethos” dessas personagens firmou-se no corpus da pesquisa textual do romance “São Bernardo” de Graciliano Ramos, com ênfase no artigo publicado pelo autor Decio Goodnews “São Bernardo: Enunciação e Enunciado”, e em artigos do mesmo autor sobre a mudança de atitude discursiva do ex-presidente Lula da Silva, a começar pelas inserções discursivas de Lula da Silva no contexto jornalístico documentário da eleição para governador de São Paulo em 1986, “Os Degraus do Bandeirantes: Às Vésperas Do 4° Reich”, passando por “Um Cordel Das Antigas” e artigos tais como esse, denominado: “Mensalão. Democracia! Constituição. Golpe Branco, Garantismo: STF”.
Consideremos em nossa análise o discurso de Paulo Honório, principal personagem do romance mais marcante do Ciclo da Seca, 2ª Geração do Modernismo (1930/45) de Graciliano Ramos: antes de comprar a fazenda “São Bernardo” era um peão, trabalhador assalariado, vítima da tirania de seus patrões, usado para seus interesses escusos. Após a compra da fazenda, ele se define um velhaco vil e infame. E se orgulha de suas conquistas. E do modo com que enganou e maltratou os empregados de “São Bernardo” e a própria mulher, tal como lemos nos trechos:
A princípio o capital se desviava de mim, e persegui-o sem descanso, viajando pelo sertão, negociando com redes, gado, imagens, rosários, miudezas, ganhando aqui, perdendo ali, marchando no fiado, assinando letras, realizando operações embrulhadíssimas.
Levei o Padilha para a cidade, vigiei-o durante a noite. No outro dia cedo ele meteu o rabo na ratoeira e assinou a escritura. Deduzi a dívida, os juros, o preço da casa e entreguei-lhe sete contos quinhentos e cinquenta mil reis. Não tive remorsos.
E como sempre tive a intenção de possuir as terras de “São Bernardo”, considerei legítimas as ações que me levaram a obtê-las.
Cinquenta anos. Cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada
Fastio, inquietação e raiva. Madalena, Padilha, D. Glória, que trempe! O meu desejo era pegar Madalena e dar-lhe pancadas até no céu da boca (Paulo Honório, recortes de discursos em “São Bernardo”).
Na análise do discurso de Paulo Honório podemos facilmente identificar o processo de desumanização da personagem principal do romance “São Bernardo”. Sua decadência física, emocional, psicológica. Não houve um aprendizado que o tornasse benéfico em sua disposição pessoal para com as pessoas que trabalhavam na fazenda. Não havia gratidão nem para com sua mulher, Madalena. Nem compaixão para com as pessoas que em seu redor se reuniam em encontros de interesses que deveriam ser comuns. Seu sofrimento em mãos de fazendeiros pelos quais foi usado serviu apenas para o aprendizado do ódio, da raiva, dos resentimentos. E para torná-lo um latifundiário amante da tirania.
Lula da Silva quando sindicalista manteve um discurso contra a corrupção na política, contra a opressão dos trabalhadores pelos poderes constituídos, em favor da prevalência dos direitos dos oprimidos no área rural e no ambiente industrializado da cidade de São Bernardo onde era trabalhador, ferreiro (torneiro mecânico). Suas opiniões sobre políticos não condizem com a manifestação de seus interesses de permanecer sentado no trono do poder pelo poder no Palácio do Planalto:
Ele (FHC) é melhor do que seus antecessores. Melhor que Sarney, Collor e Itamar — (Lula da Silva, 29/01/95, entrevista ao jornal O Globo).
FOLHA — O sr. Apoiou Sarney, reatou relações com Collor, é amigo de Renan Calheiros, do Jader Barbalho e recebeu o Delúbio Soares recentemente na Granja do Torto. Todos eles são acusados de práticas atrasadas na política e de corrupção. Ao se aproximar dessas figuras, o presidente não transmite a ideia de tolerância com desvios éticos?
LULA — O dia em que for acusado, justa ou injustamente, enquanto não for julgado, terá que ser tratado como cidadão normal. Não tenho relações de amizade, mas relações institucionais. As pessoas ganham eleições e exercem seus mandatos (entrevista à FOLHA em 22/10/2009).
A revolução social num certo momento decisivo, vai exigir que os antagonismos de classe conduzam a uma guerra civil. A uma guerra civil armada. A 3ª menção à esta questão nessa eleição, nas palavras do presidente do PT, Luís Inácio da Silva: "Não posso admitir que a direita queira se manter no poder através do uso de armas: aí sou amplamente favorável a que haja uma resistência da população igualmente armada". Nesse momento Lula ainda se escrevia com um "ele" apenas. E ninguém o imaginaria futuramente beijando publicamente a mão de Jader Barbalho. Nem tampouco sair em pública defesa da "história política" de Romão Sarney (GOODNEWS, “Os Degraus do Bandeirantes”, 1986).
Sabemos que Lula da Silva se transformaria em Lulla Beija-Mão. O Lulla Beija-Mão que saiu em defesa pública da permanência de Sarney enquanto presidente do Senado, de modo a garantir apoio político à uma personagem de extrema direita que concedeu apoio incondicional à ditadura militar e a representou enquanto presidente da Arena, partido da ditadura através do qual foi eleito e reeleito senador na década de 1970 ficando no cargo até 1985. Romão Sarney presidiu a legenda (Arena) desde 1979 que, por ser execrada publicamente pelos eleitores, mudou de nome para PDS (1980).
Todos os nomes da política nacional que representaram tudo o que de mais ordinário existia em política nacional, e que Lula da Silva tanto e exaustivamente combateu e criticou, Lulla Beija-Mão adotou como sendo seus aliados políticos e amigos institucionais e pessoais. A exemplo: Collor de Mello, Renan Calheiros, família Sarney, Maluf e Jader Barbalho ao qual beijou, literalmente, a mão. Esses e outros de igual estofo “moral” Lulla Beija-Mão agora carrega nos ombros. É uma carga e uma mala pesada demais para qualquer eleitor que não seja cooptado pela ingenuidade de intenções de voto. Nele e em seus atuais aliados. Políticos.
Lulla da Silva, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, político de discursos intermináveis em prol Transparência Brasil e pelo combate à corrupção na política, agora abraça o tronco e beija a mão daqueles políticos que se distinguiram exatamente por contrariar esses objetivos. Isto quer dizer que os objetivos de Lulla Beija-Mão é o poder pelo poder. Assentar-se o mais prolongadamente possível no trono de Satã do poder pelo poder. Agora é rei do Palácio do Planalto. E os mais emblemáticos corruptos do país são seus príncipes. O principado maquiavélico da Corte do Palácio Planalto.
Perto do fim da campanha, Lula da Silva assinou um “Compromisso Anticorrupção” com a Transparência Brasil. Especificava uma série de medidas concretas que seriam tomadas. Fundamentalmente Lula da Silva comprometeu-se a tratar a corrupção como problema estratégico, organizando para isso uma instituição que centralizaria ações de planejamento e acompanhamento de ações engendradas nesse âmbito. Prontamente engavetou o compromisso. No discurso de posse ao público que o saudava na Praça dos Três Poderes, Lula da Silva afirmou que seria “implacável com a corrupção”. O tema desapareceu nos meses subsequentes, para reaparecer em falas do então ministro José Dirceu, perto do final do ano, quando, irritado com críticas da Transparência Brasil, passou a usar o bordão que se tornaria conhecido: “o governo do PT não rouba e não deixa roubar”. Frases que Dirceu proferiria inúmeras vezes, incluindo seu discurso na tribuna da Câmara dos Deputados quando, pressionado por denúncias de corrupção envolvendo diversas figuras de seu partido, teve de abandonar a Casa Civil (ABRAMO, Transparência Brasil, Lulla e a Corrupção).
De sindicalista moralista da política nacional a rei do Brasil da Corrupção, essa a distância percorrida por Lula da Silva até chegar às ingerências do mensalão de Lulla Beija-Mão. E a Corte palaciana conseguiu, juntamente com ingerências jurídicas nos supremos tribunais, fazê-lo invisível às instâncias jurídicas. Por que, afinal, com Lulla Beija-Mão atrás das grades, quem mais poderia sustentar os esquemas da politicagem corrupta que caracteriza a política nacional?
Mesmo parecendo óbvio que línguas e literaturas formam uma parceria inquestionável, nata, atestada pela cumplicidade firmada em ter criadores, criações e estudos da linguagem, muitas vezes opera-se uma dicotomia, por força de contingências institucionais, que apaga a natureza dessa confluência inquestionável. Há, entretanto, inúmeros textos enunciados por gramáticos, linguistas, teóricos da linguagem literária ou cotidiana, poetas, ficcionistas, em que se pode observar o quanto é artificial a dicotomia imputada aos pares língua/literatura, linguagem/vida, uso/criatividade, gramática/estilística. Nos textos que tematizam essa relação, a confluência é surpreendida, exposta, caracterizando a cumplicidade das duas instâncias de expressão e conhecimento. Nesta palestra, o objetivo é mostrar de que forma a teoria análise dialógica do discurso (ADD), fundamentada no pensamento bakthiniano, encaminha os estudos dessa indissolúvel articulação (BRAITH, Resumo do livro Língua e Literatura: Saber e Sabor).
SEMELHANÇAS ENTRE
AS LIDERANÇAS DE
PAULO HONÓRIO EM
“SÃO BERNARDO” E
DE LULLA BEIJA-MÃO
EM SÃO BERNARDO
(ABC)
No romance “São Bernardo”, a personagem Paulo Honório criou, através de seus discursos, a utopia de um lugar que era melhor do que o anterior, um lugar construído a partir de sua vontade de ser o proprietário, senhor e dono, não apenas de propriedade privada (bens móveis e imóveis), mas da vontade anímica e da força física das pessoas que para ele trabalhavam.
Após ser por muito tempo explorado por latifundiários, tornou-se um deles, depois da compra da fazenda “São Bernardo” através de tretas, falsificações e cambalachos cartoriais. Uma vez patrão, ele reproduz todos os comportamentos de tirania gerencial impostos a ele enquanto trabalhador em fazendas e latifúndios da região.
Lula da Silva se elegeu presidente da República pronunciando um discurso cheio de princípios éticos em defesa das metas políticas e sociais do Partido dos Trabalhadores. A análise que projetava por meio de seus discursos era a de um líder popular empenhado em fazer valer os interesses democráticos dos eleitores: interesses em estabelecer uma ética para o exercício da política, da economia, dos objetivos democráticos dos eleitores em busca de elegê-lo para fazer valer a cidadania dos brasileiros. Fazer valer a Transparência Brasil e a luta contra a corrupção na política nacional.
Uma vez eleito presidente, o envolvimento de seus representantes partidários em casos de corrupção foi se multiplicando como bola de neve ao descer a montanha por quilômetros. Em 2003, primeiro ano do governo Lula da Silva em pleno processo transformista para Lulla Beija-Mão, a ministra da assistência e Promoção Social, Benedita da Silva (PT-RJ) viajou para a Argentina com um grupo de evangélicos às custas do contribuinte.
Em 2005 o mensalão começou sua exposição de velhacarias institucionais, enquanto o STF determinava a abertura de inquérito criminal para investigar o ministro Romero Jucá (PMDB/Roraima) da Previdência Social por irregularidades em empréstimos concedidos pelo Banco da Amazônia a um frigorífico de sua propriedade. Deixou de ser ministro mas voltou fortificado no segundo mandato do governo Lulla Beija-Mão enquanto líder do governo no Senado.
Em 2007 a Polícia Federal flagrou fraudes na fundação Nacional de Saúde (Ministério da Saúde) através da Operação Metástase quando trinta acusados de desviar trinta e quatro milhões de reais sob comando do ex-deputado Ramiro José Teixeira, líder desse esquema de corrupção. O líder de Lulla Beija-Mão obteve empréstimos de três milhões e cem mil reais no mesmo Banco da Amazônia em 1996.
José Dirceu, Antônio Palocci, José Genuíno, Marcos Valério, João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato (foragido) entre muitos e muitos outros, foram tornando mais e mais espessa a bola de neve da corrupção no governo Lulla Beija-Mão. O grande polvo Dirceu estendeu seus tentáculos em todos os esquemas principais e vicinais de corrupção. Logo ele que pretendia ser o próximo presidente da República, com planos de fazer permanecer no poder partidário por, pelo menos meio século, seu Partido dos Trabalhadores.
Dezenas de milhões de dólares somaram os acertos de seu partido com o grupo Opportunity da banqueiro Daniel Dantas. Marcelo Sereno, da Casa Civil em arranjo da administração municipal do PT em Campina Grande faturava uma “mesada” de nada menos de seiscentos mil reais que ia parar nas mãos de Dirceu.
Ruy Vicentini, tesoureiro do PPS paulistano, relatou ao Ministério Público, em julho de 2005, um esquema mensaleiro de entrega de dinheiro a vereadores no mandato da prefeita Marta Suplicy (PT-SP 2001/04). Em Mauá, cidade vizinha a Santo André, quando Dirceu era presidente nacional do PT, na administração do prefeito Oswaldo Dias, o nome do “grande polvo” fora mencionado num relato de corrupção do ex-secretário municipal de Habitação, Altivo Ovando Jr. (Veja, nos anexos, entrevista dele ao Estadão em maio de 2006).
Ao assassinato do prefeito de Santo André (PT) Celso Daniel sucederam-se outros assassinatos: Otávio Mercier (investigador da Polícia Civil, telefonou para Dionísio na véspera da morte de Celso Daniel), Antônio Palácio de Oliveira (garçom que serviu Celso Daniel na noite do crime), Paulo Henrique Brito (testemunha da morte do garçom), Iran Moraes Redua (agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito na estrada e chamou a polícia em Juquitiba), Carlos Delmonte Printes (legista que atestou marcas de tortura no cadáver), Sérgio “Orelha” (escondeu Dionísio após o sequestro), Dionísio Aquino Severo (sequestrador de Celso Daniel, uma das principais testemunhas).
A cena da enunciação é, ao mesmo tempo, a fundação ou a atualização de um já dito e a legitimação, a validação, daquilo que funda ou atualiza: todo discurso pretende convencer fazendo reconhecer a cena de enunciação que ele impõe e por intermédio da qual se legitima. Entende-se por isso que o dito e o dizer se sustentam reciprocamente (Maingueneau, 2006, p. 181).
E enunciação no sentido de proposição afirmativa de intenção, se estabelece sem nenhum questionamento ético ou considerações de caráter humanista, no gerenciamento e construção da identidade tirânica do fazendeiro Paulo Honório, gerente da fazenda “São Bernardo”. Seu “Ethos” afirmou-se na crença de que seus traços de comportamento tirânicos representavam a construção da ordem e do progresso social no empreendimento de lucro pessoal em “São Bernardo”.
Assim como Lulla Beija-Mão, o latifundiário Paulo Honório criou a utopia cenográfica de um lugar que era melhor do que o anterior, um lugar construído a partir de sua vontade de ser o proprietário, dono, não apenas de propriedade privada (bens móveis e imóveis), mas da vontade anímica das pessoas que para ele trabalhavam. Para afirmar a determinação desse objetivo ele não media esforços. A utopia política, cenográfica, dos discursos de Lulla Beija-Mão ao fazer seus eleitores acreditarem que seu governo traria ao país Transparência Brasil e a luta contra a corrupção seria renhida, não passavam de demagogia barata. De palanque.
Os discursos do ferreiro Lula da Silva em São Bernardo (ABC), assim como a atuação do fazendeiro Paulo Honório no romance “São Bernardo” se equivalem ideologicamente. Ideológica e mentalmente. Ambos visavam a consecução de seus objetivos que nada tinham de humanitários. Os objetivos do fazendeiro de “São Bernardo” e do ferreiro de São Bernardo (ABC), nada tinham de filantropos. Logo, aqueles que trabalharam para suas realizações, eram pessoas (eleitores) subordinados a todo tipo de enganos. Embustes. Ilusões.
Uma cenografia só se manifesta plenamente se puder controlar o próprio desenvolvimento, manter uma distância do co-enunciador. É na coreografia que a atividade enunciativa se mostra essencialmente reflexiva. Ela fala do mundo apontando, de algum modo com o dedo para sua própria atividade de fala. Eu significa designar alguém e mostrar que esse alguém é aquele que profere o enunciado em que aparece esse Eu. Um verbo empregado no presente designa o próprio momento em que se produz o enunciado que contém esse presente (Maingueneau, 2004, p. 108).
A análise do discurso da opinião geral da imprensa e de parlamentares da oposição, é a de que Lulla Beija-Mão não mais está credenciado moralmente (se é que um dia esteve), para as funções e obrigações políticas de proferir seus discursos deletérios sobre a atuação institucional do Judiciário. Na ausência de compostura em suas falas discursivas Lulla Beija-Mão se auto descredenciou à falação crítica contra o STF por seus membros terem condenados seus cúmplices no evento mensalão. Seus ressentimentos não são bem-vindos em nenhuma instância de eleitores da população.
(At. Este espaço não está formatado de modo a manter a disposição visual do arquivo original deste texto).