Sobre Gêneros Textuais.

RESUMO

Os Gêneros Textuais podem ser literários e não literários. Fornecem ao leitor letrado que com eles entra em contato, certa familiaridade, desde que fazem parte da comunicação pessoal, grupal e social. Servem para legitimar os discursos e “contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia [...] Caracterizem-se como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos” (Marcuschi). Neles, a função se sobrepõe à forma. Satisfazem a necessidade das pessoas envolvidas com leitura e comunicação, incentivando-as à troca de ideias, impressões sobre eventos sociais de natureza política, jurídica e cultural. Após explicitar os tipos de gêneros, este artigo tipifica as textualidades, passando, a seguir, a diferenciar ambos: textos e gêneros literários. E termina por concluir que há uma necessidade social premente por mudanças nos paradigmas políticos, econômicos e jurídicos da superestrutura social que de há muito sente “a ferrugem lhes comer”. Comer, antropofagicamente, a dignidade social e a cidadania das pessoas. Da sociedade.

GÊNEROS TEXTUAIS

ORAIS E ESCRITOS

Sabemos que todas as formas de comunicação entre as pessoas são também formas de linguagem. Desde o choro do bebê ao nascer, até seu estertor adulto ou na terceira idade, ao morrer. Todas as linguagens, por mais primárias ou complexas, são formas de interação e comunicação entre os seres. Ao crescer, a criança começa a dominar seus instrumentos de comunicação oral e a manter contato com as diversas formas de manifestação da oralidade de outras crianças, adolescentes e de adultos: familiares, vizinhos, terceiros.

Ao ingressar no ensino fundamental a criança começa a trabalhar formas escritas de aprendizado e comunicação através do uso das palavras no papel ou no monitor. O aprendizado da gramática fornece ao aluno instrumentos de alfabetização que incentivam a criação de textos em exercícios de mensagens alfabéticas que produzem seu desenvolvimento cognitivo. E, consequentemente, a produção textual nos gêneros, oral e escrito, com melhor desempenho cognitivo e de conhecimento pertinente ao desenvolvimento da linguagem.

Dessa forma, a criança e o adolescente criam um olhar pessoal e diferenciado sobre os fatos do mundo em que vivem. E, certamente, se o adolescente continuar a ser incentivado na produção de textos próprios e na leitura e interpretação de textos produzidos por terceiros, poderá se tornar um criador de textos nos antigos e em novos gêneros de comunicação oral e escrita. Ou pode simplesmente estagnar e começar a repetir fórmulas e padrões de uma cultura tatibitate que não se renova em saberes por falta de incentivos culturais pertinentes a seu crescimento emocional e intelectual.

Se o adolescente em processo de aprendizado e desenvolvimento cognitivo evoluir em sua visão e conceituação do mundo, poderá criar e produzir textos segundo estilo, discernimento e os critérios genéricos dramáticos, épicos e líricos. Pertinentes à percepção intelectual renovada por seus saberes. E pelo exercício de desenvolvê-los.

Mikhail Bakhtin, teórico russo do início do século XX teorizou a palavra gêneros propagando-a em sentido amplo, definindo seu uso nas modalidades cotidianas e triviais de comunicação: carta, bilhete, receita de bolo, e-mail, telefonema, bate-papo. A complexidade argumentativa aumenta em texto no gênero “artigo científico”. Ele pode revelar complexidades, tipo relações magnéticas entre átomos e a descoberta de novas partículas subatômicas.

Os gêneros secundários não são controlados diretamente pela situação, funcionando psicologicamente via entidades separadas e necessitando de outros mecanismos de controle mais potentes. A diferença entre o gênero primário e secundário está no tipo de relação com a ação, linguística ou não. É na ação da linguagem que o gênero primário se estabelece, e é por meio de outros mecanismos que o gênero secundário se estabelece. Os gêneros são ótimos instrumentos para ensinar e aprender a língua. Quanto mais gêneros são apropriados, maiores são as capacidades de se usar a língua. Para esclarecer como os gêneros são instrumentos privilegiados para a aprendizagem, o autor considera que toda a aprendizagem se dá não individualmente, mas nas interações sociais (Schneuwly, 2004).

Numa sequência narrativa temporal formal, com início, meio e fim tipo fábula, conto ou notícia, ou numa sequência descritiva em que não há ordem linear imposta ou estimulada, com presença de uma organização espacial delimitada num processo de ancoragem tipo anúncio, classificado de jornal ou “curriculum vitae”, o dissente pode produzir outros modelos de textos, numa sequência comunicativa tipo explicativa, com conceitos e relações causais, que associem fatos a partir de uma verificação ou conclusão que objetive chegar a uma proposição avaliativa, modelo texto de divulgação.

O processo de comunicação e produção textual pode seguir a linha da argumentação presente numa tese com premissas argumentativas, contra-argumentativas e conclusivas que servem também de modelo para editoriais de jornais, carta argumentativa e artigos de opinião.

Numa sequência dialogal os processos de interação verbal, discursivos e interativos, se realizam ainda via abertura do intercâmbio oral, transicional e fechamento, em entrevistas de exposição dialogada (entrevistador/entrevistado).

Em síntese, no quadro de agrupamento de gêneros elaborado por Schneuwly e Dolz (2004), há, em suma, três tipos textuais, a saber: Narrativo (fábula, charge), Descritivo (relato pessoal, poesia descritiva) e Dissertativo (carta ao leitor, carta de reclamação). Schneuwly e Dolz (2004) afirmaram as concepções bakhitinianas dos gêneros literários, assim como as noções sobre os gêneros primários e secundários, igualmente à proposta de servir-se desses gêneros textuais discursivos a partir de sequências didáticas.

Por vezes existe uma certa confusão entre “tipo de texto” e “gênero textual” tal como afirma Marcuschi (2002): “Quando alguém diz que a carta pessoal é um tipo de texto informal, essa pessoa não está usando o termo “tipo de texto” de maneira correta (...) desde que nesse contexto ela é um gênero textual”.

Os tipos textuais têm traços linguísticos característicos: traços sintáticos, lexicais, tempos verbais e outras associações lógicas pertinentes. Um tipo textual é traduzido por um conjunto de traços que formam uma sequência e não um texto. Segundo Marcuschi (2002) “quando se nomeia um certo texto como sendo narrativo, descritivo ou argumentativo, não se está nomeando o gênero mas sim o predomínio de um tipo de sequência de base”.

A riqueza e a diversidade dos gêneros são infinitas porque são inesgotáveis as possibilidades da multiforme atividade humana e porque em cada campo dessa atividade é integral o repertório de gêneros do discurso, que cresce e se diferencia à medida que se desenvolve e se complexifica um determinado campo. — Ainda segundo a grande quantidade de gêneros do discurso existente faz com que seja praticamente impossível que todos eles estejam catalogados. Neste sentido o autor considera importante destacar a existência de gêneros primários (simples) e de gêneros secundários (complexos). (Bakhtin, 1996) e Bakhtin (1997).

Um certo sujeito ao escrever uma carta pessoal para a namorada, está usando um gênero textual. Assim com o são gêneros textuais um resumo de artigo, o prefácio de um livro, uma entrevista de jornal, um artigo científico, uma bula de remédio, uma poesia, um editorial jornalístico, uma bula de medicamento, um horóscopo. Ou um artigo científico.

Na perspectiva do interacionismo social, a atividade é necessariamente concebida como tripolar: a ação é mediada por objetos específicos, socialmente elaborados, fruto das experiências das gerações precedentes, através dos quais se transmitem e se alargam as experiências possíveis. Os instrumentos encontram-se entre o indivíduo que age e o objeto sobre o qual age ou a situação na qual ele age. Eles determinam seu comportamento, guiam-no, afinam e diferenciam sua percepção da situação na qual é conduzido a agir. A intervenção do instrumento — do objeto socialmente elaborado — nessa estrutura diferenciada, fornece à atividade uma certa forma. A transformação do instrumento transforma evidentemente as maneiras de nos comportarmos numa situação (Schneuwly, 2004).

TEXTO PRESCRITIVO

TEXTO INJUNTIVO

Diz-se do texto prescritivo que é explicitamente ordenado e estabelecido. Tal como a gramática normativa ou prescritiva, na linguagem erudita, precisa ser cumprida à risca, no texto prescritivo suas instruções são inquestionáveis, imposta por leis de natureza coercitiva, a exemplo (1) das cláusulas contratuais e cartoriais de um contrato.

(2) Das regras e pressupostos normativos da gramática. (3) Instruções manifestas nos editais de concursos públicos. (4) nos discursos dos artigos da Carta Magna do país, a constituição Federal, principalmente em seus artigos de natureza ditas cláusulas pétreas. (5) Nos artigos e cláusulas dos códigos Civil, Penal e outros de qualidade textual normativa vigente em códigos com efeito jurídico, tais como os de instituições educativas e condomínios.

Os textos injuntivos têm por finalidade a instrução. Não apresentam direcionamento normativo de caráter coercitivo. Induzem o interlocutor a um procedimento indicado nesta ou naquela forma. Ou seja: certo procedimento prescrito pode simplesmente ser substituído, sem mais demandas, por outro. Numa receita de salgadinho, doce ou bolo.

TIPOS TEXTUAIS

GÊNEROS TEXTUAIS

Não são poucos os teóricos que tecem comentários sobre as diferenças entre “tipos textuais” e “gêneros textuais”. Esses teóricos definem narração, descrição e dissertação como sendo modos de organização textual. Eles diferenciam-nos das denominações que são consideradas “gêneros textuais”.

Os “tipos textuais”, segundo a linguística aplicada, a linguística descritiva e a educacional, assim como segundo a linguística histórica, são caracterizados por uma sequência de texto com composição redacional de tipologia definida:

As tipologias existentes atualmente, segundo a web são: narração, descrição, dissertação (exposição), informação e injunção. Penso, logo afirmo que não se deve confundir “tipo textual” com “gênero textual”.

“Gêneros textuais” ditos primários são os textos do cotidiano com a marca registrada da grupal e da social comunidade globalizada comunicativa. São espontâneos e produzidos em situações de comunicação vulgar ou trivial, com predomínio da oralidade. Em seus diferentes países, com suas manifestações de comunicação oral e escrita mais ou menos padronizadas segundo as influências dos meios de comunicação, informação e formação de opinião pública, com comunicação nivelada pelos interesses dos donos dos conglomerados de mídias.

Os “gêneros textuais” secundários são inerentes a situações discursivas formais, tipo requerimento, carta, abaixo-assinado, produção de textos narrativos, debate, seminário, com predomínio do texto escrito.

Não é possível haver comunicação verbal ou escrita exceto através da intermediação de um texto. Esse texto possui caracterização estrutural (de que modo ele é criado?) de acordo com as suas condições de divulgação, atuação e influência social.

O ensino e a produção de textos em cursos de redação classificam-nos em narrativos (fábula, parábola, apólogo, lenda, crônica, conto, romance), descritivos (eventos astronômicos, biogeográficos, botânicos, geométricos, linguísticos, memoriais) e dissertativos (discursos, conferências, preleções, teses, com ênfase na argumentação).

Na sociedade globalizada, na sociedade horizontalizada culturalmente pelas influências de baixo nível de representação social dos programas radiofônicos e “talk-shows” TVvisivos, cinematográficos e internéticos... Há carência de qualidade no conteúdo da comunicação textual, assim como na representação dos atores sociais desses textos nas mídias convencionais: rádios, jornais impressos e TVvisivos, revistas e demais mídias. Essa influência cultural conduz a sociedade a uma representação cada vez mais bufa de si mesma. Há uma ululante e conivente situação de influência deletéria das mídias na mentalidade social brasileira.

Há uma situação bastante alarmante a propósito da formação de leitores no Brasil: “as práticas escolares e docentes brasileiras tendem a formar leitores com apenas as capacidades mais básicas de leitura, ligadas à extração simples de informação de textos relativamente muito ordinária e superficial” (Rojo e Cordeiro (2004).

Quando se compreende que a principal função do texto é a interlocução, a abordagem textual deve reconhecer as diversidades existentes nos diversos tipos de textos: as características de formação em seus contextos de uso.

Segundo Brandão (2001) “o reconhecimento disso tem conduzido os estudiosos da linguagem à busca de uma classificação nos diferentes gêneros do discurso”. Os educadores de modo geral não fazem uma abordagem do texto em sua dimensão discursiva, polêmica, eles não possuem “uma concepção sócio-interativa da linguagem centrada na problemática da interlocução” (Brandão, 2001).

Partimos do pressuposto básico de que é impossível se comunicar verbalmente a não ser por meio de um gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser por meio de algum texto. Em outros termos partimos da ideia de que a comunicação verbal só é possível por meio de algum gênero textual. Essa posição é adotada por autores que tratam a língua em seus aspectos discursivos e enunciativos e não em suas peculiaridades formais. Essa noção segue uma visão de língua como atividade social, histórica e cognitiva. Privilegia sua natureza funcional e interativa e não o aspecto formal e estrutural da língua. Afirma o caráter de indeterminação e ao mesmo tempo de atividade constitutiva da língua, o que equivale dizer que a língua não é vista como um espelho da realidade, nem como um instrumento de representação dos fatos (Bachkthin, 1997) e (Bronckart 1999).

Se a produção de textos em seus vários gêneros continuar a ignorar a linguagem em seus significados amplos e dinâmicos de participação social efetiva na vida política, econômica e jurídica do país, as pessoas dos eleitores tenderão, cada vez mais, a perder completamente a noção de seus direitos fundamentais e de sua cidadania.

E quando lhes jogarem migalhas à mesa, a exemplo dos trinta dinheiros do Bolsa-Família, esses mesmos eleitores vão se tornar eternamente gratos e capachos dessas mesmas lideranças políticas que jogam moedas sobre suas misérias. Em busca de votos. Sem nenhuma consideração à qualidade de vida, à qualidade de percepção enunciativa dessa realidade deletéria. Dessa realidade sem mérito moral, sem cidadania política.

Isto porque não foi desenvolvida neles, alunos, dissentes, eleitores, a capacidade de pensar e de se autovalorizar. O amor-próprio e a autoestima desses eleitores de há muito estão mantidas por essa política de privilégios e concentração arbitrária de poderes e renda, nos níveis de representação social os mais baixos possíveis.

O século XXI parece que não vai chegar nunca, jamais, a influenciar culturalmente a sociedade a partir de uma produção cultural que não esteja financiada e dirigida para a gerência e a representação de textos (artigos, crônicas, ensaios, frases de exteriorização de ideias e pensamentos, livros, roteiros de TV e cinema, poemas, contos, romances, discursos políticos, discursos jurídicos, entre muitos outros) que não estejam a serviço dos patrões que lhes pagam as “trinta moedas” salariais. Os “trinta dinheiros” da Bolsa-Família.

Quer dizer: o século XXI culturalmente inexiste enquanto padrão de qualidade social comunicativa. Globalizada. E a produção e divulgação das textualidades mostram abertamente essas deficiências na formação supostamente discursiva do leitor nacional. Os programas supostamente educativos têm muito mais deficiências que mérito didático.

CONCLUSÃO

É necessária uma mudança radical de paradigmas políticos, econômicos e jurídicos na (super)estrutura social na qual, tal como diz a música popular, esta estrutura de há muito “está sentindo a ferrugem lhes comer as entranhas”. As entranhas institucionais de uma sociedade totalmente voltada para os interesses de poucos grupos dominantes, em detrimento da qualidade da educação, da saúde, mobilidade urbana, habitação e da segurança social. Inexiste incentivo na área da educação, de uma política didática de produção e divulgação de textos em salas de aula.

A sociedade dita democrática produz seus textos a partir de interesses patronais neolíticos. Um “escritor” saído de suas escolas e universidades não possui autonomia de pensamento nem de ação (exceto aparente), desde que as demandas culturais e/ou textuais dessa sociedade obedecem a critérios e juízos de valor que não mais servem à comunidade de eleitores sob a influência socialmente direcionada pelos déspotas, sedutores das multidões de analfabetos reais, virtuais e funcionais, fomentadores de programas de educação e distribuição de renda (na realidade programas de compra de votos em massa) tipo a Bolsa-Família.

Há exceções a essa regra de criação de textos em gêneros literários os mais diversos, que parece ser desobedecida por um e outro escritores brasileiros, a exemplo do parágrafo transcrito de um gênero híbrido conto/crônica, denominado “Excelências Infringentes”:

Essa mesma Excelência do Discurso Louco (para os íntimos Pidolo) em 2012 por ocasião da condenação dos mensaleiros afirmou no Plenário do Supremo: “Nada mais ofensivo e transgressor à paz pública do que a formação de quadrilha no núcleo mais íntimo e elevado de um dos poderes da República, com o objetivo de obter, mediante perpetração de outros crimes, o domínio do aparelho do Estado e a submissão inconstitucional do Parlamento aos desígnios criminosos de um grupo que desejava controlar o poder” (GOODNEWS, 2013).

O lema dessa sociedade supostamente democrática parece ser: “ME ENGANA QUE EU GOSTO”. “ME ENGANA QUE EU GOSTO” ao dizer que existe educação nacional de qualidade, que existe saúde de qualidade, que existe segurança na sociedade, que existe transporte público e asfalto nas ruas esburacadas das cidades, nas estradas cheias de assaltos a ônibus e veículos automotores.

“ME ENGANA QUE EU GOSTO” parecem dizer os eleitores da Bolsa-Família quando aceitam uma esmola mensal (mensalão Bolsa-Família) que apelidam também de programa de distribuição de renda. “ME ENGANA QUE EU GOSTO”, quando os políticos dizem nos palanques que o ensino fundamental, médio ou superior está melhorando.

E todos parecem gostar dessa sociedade dita democrática, mas que, politicamente, juridicamente, não possui Oposição política. Apenas desgoverno. O atual sistema de governo dever-se-ia denominar, por força das circunstâncias, e do óbvio ululante de interesses pequenos e exclusivamente “funcionais” ou “econômicos”, de sociedade de “tirania democrática” das oligarquias dos produtores de uma cultura neolítica para “mortos-vivos”. Para pagodeiros.

Mortos-vivos do ponto de vista intelectual. Mortos-vivos do ponto de vista da percepção pertinente a seus direitos e de sua cidadania. Tal como na ficção da filmolândia, a terra dos sonhos hollywoodianos que se transformaram em pesadelos. Filmes nos quais pontificam a violência, a ultraviolência, as patologias mais antigas e degeneradas representadas pelo besteirol da produção de enlatados cinematográficos para o “entretenimento” de chimpanzés sapiens/demens globalizados pela tecnologia dos TVvisores e da Internet. Com seus atores, diretores e produtores de vampiros. Sociais. E todos se divertem com isso. E a crítica intelectual pertinente à essas produções, fazem apenas o louvor das mesmas.

A vergonha da condição da educação no país deve-se a investimentos que têm o propósito de camuflar a tragédia irreversível da educação do faz de conta, à qual o ex-presidente Analfabeto contribuiu com investimentos em sua imagem de "salvador da Pátria". Sua sucessora já prometeu que vai ampliar os investimentos na Bolsa-Bufa, atingindo uma quantidade mais ampla de eleitores, com os quais pretende se reeleger.

Por mais que ella (presidente do 3° mandato de Lulla L O S T) pretenda convencer os corações e às mentes que sentem e pensam a tragédia política ora vivenciada pelos eleitores brasileiros, está aí, nas escolas e nas ruas a resposta a essa política: uma sociedade que se adapta aos esquemas de corrupção política e jurídica cada vez mais considerados numa perspectiva "normal" (veja o presidente da Casa Grande Senado, exemplo entre dezenas). Veja a exponencial multiplicação da violência urbana. Os assaltos à joalherias nos shoppings é apenas um dos muitos sintomas.

É normal as polícias participarem dos esquemas de "repressão" aparente às drogas. É normal a aceitação tácita de uma educação do faz de conta. É normal ignorar o tipo de futuro que se reserva às crianças e à juventude do país, entregues à sanha da propaganda comportamental (social) tipo BBB. É normal os esquemas de prostituição em massa. É normal a exportação de travestis e prostitutas que buscam em países europeus, asiáticos e africanos acumular um pé-de-meia familiar. É normal os paradigmas da República Velha prevalecerem na República dos amigos do ex-presidente Analfabeto (GOODNEWS, 2012).

E não há produção de textos que critique de modo pertinente os enlatados de baixo nível da filmolândia. Cinematográfica, internética e TVvisiva.

Uma estrutura social e jurídica que não possui Oposição política efetiva é simplesmente tirânica e despótica. É preciso que a mocidade independente crie uma Oposição de rua. Para que toda a estrutura de comunicação social não permaneça no mais temerário e deletério marasmo. Sem nenhum mínimo mérito social. De qualidade discursiva.

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

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DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 17/11/2013
Reeditado em 24/11/2019
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