Trecho de "A Passagem dos Cometas" pág. 120

Compartilho com os amigos leitores mais um trecho de "A Passagem dos Cometas" pág. 120.

"POETA-DENTISTA - Oh meu caro! Bem sabe que eu amo o poeta, amo com sofreguidão, o poeta da minha solidão, das minhas noites de insônia. Ser poeta é morrer todos os dias. Morre a erva verde, que viceja, verdejante. Morrer na mocidade pode parecer ultrajante, mas é a glória. E o poeta, ao compor, narra, mesmo inconscientemente, a sua dor. Poetar é o mesmo que sofrer, versejar, que carpir. Ser poeta é morrer de paixão, morrer de loucura, de solidão, de saudade, de um gozo espiritual espicaçante... e de amor, evidentemente. Enfim, é morrer aos poucos. E uma vez morto, liberto do sofrimento terreno, paira nas estrelas, solene, para gáudio e admiração de todos nós, que aqui ficamos, cultuando-o.

EDITOR - Comovente tudo isso que acaba de dizer. De tanto ouvi-lo falar deles, sinto-me cada vez mais seduzido.

POETA-DENTISTA - Sim, eles exercem uma grande atração. Desde que sejamos susceptíveis.

EDITOR – E quem não é? Só mesmo os insensíveis."

Sinopse na minha página do Facebook, e caso goste clica em curtir, obrigado >> https://www.facebook.com/APassagemDosCometas?ref=hl

Edir Araujo
Enviado por Edir Araujo em 10/09/2013
Reeditado em 10/09/2013
Código do texto: T4476125
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