A Pedra no Meio do Caminho
Drummond de Andrade
O poema de Carlos Drummond de Andrade intitulado: No meio do caminho, foi publicado pela primeira vez, na modernista Revista de Antropofagia, em 1928. Drummond foi violentamente criticado pela imprensa. Alguns acharam o poema desqualificado, talvez pelas repetições existentes em seus versos, ou ainda, por o autor dizer “tinha uma pedra” e não “havia uma pedra...” Coisas de alguns críticos que desrespeitam a liberdade de criação, e, se assumem autores dos textos alheios.
Verdade é que o sentir de um poeta é peculiar ao próprio poeta, algumas vezes, as críticas servem para tirar o autor do anonimato e imortaliza-lo, Drummond que o diga! Ou melhor... Nós que comprovemos o fato.
NO MEIO DO CAMINHO
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
As sucessivas repetições que o autor faz em seus versos denota, a inquietação do seu eu poético. Sinto ser a mais pura realidade exposta como que ficção, algo que o acompanhou por longo tempo, companhia indesejada, da qual não conseguia livrar-se. O caminho se fez longo, na metade do percurso, se achava detido, não podia completar a jornada – por haver um grande impedimento. A descoberta de como livrar-se de tamanho obstáculo, a fórmula de como removê-lo, é que se lhe apresentou maravilhosa e inesquecível. Não por ter sido algo espetacular em ação, mas poderoso em simplicidade. Tão simples, que por todo o tempo estava bem à mostra, sem que ele conseguisse enxergar, bastava só uma iniciativa, simples ação – quem sabe uma palavra, um estender a mão, um pedido de perdão, o reconhecimento de um erro cometido no passado.
Por que tanto tempo perdido? A solução era tão simples (...) Nunca me esquecerei na vida das minhas retinas tão fatigadas que no meio do caminho tinha uma pedra...
Enfim, retirada do meio do caminho.
Recorda o autor...
Drummond de Andrade
O poema de Carlos Drummond de Andrade intitulado: No meio do caminho, foi publicado pela primeira vez, na modernista Revista de Antropofagia, em 1928. Drummond foi violentamente criticado pela imprensa. Alguns acharam o poema desqualificado, talvez pelas repetições existentes em seus versos, ou ainda, por o autor dizer “tinha uma pedra” e não “havia uma pedra...” Coisas de alguns críticos que desrespeitam a liberdade de criação, e, se assumem autores dos textos alheios.
Verdade é que o sentir de um poeta é peculiar ao próprio poeta, algumas vezes, as críticas servem para tirar o autor do anonimato e imortaliza-lo, Drummond que o diga! Ou melhor... Nós que comprovemos o fato.
NO MEIO DO CAMINHO
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
As sucessivas repetições que o autor faz em seus versos denota, a inquietação do seu eu poético. Sinto ser a mais pura realidade exposta como que ficção, algo que o acompanhou por longo tempo, companhia indesejada, da qual não conseguia livrar-se. O caminho se fez longo, na metade do percurso, se achava detido, não podia completar a jornada – por haver um grande impedimento. A descoberta de como livrar-se de tamanho obstáculo, a fórmula de como removê-lo, é que se lhe apresentou maravilhosa e inesquecível. Não por ter sido algo espetacular em ação, mas poderoso em simplicidade. Tão simples, que por todo o tempo estava bem à mostra, sem que ele conseguisse enxergar, bastava só uma iniciativa, simples ação – quem sabe uma palavra, um estender a mão, um pedido de perdão, o reconhecimento de um erro cometido no passado.
Por que tanto tempo perdido? A solução era tão simples (...) Nunca me esquecerei na vida das minhas retinas tão fatigadas que no meio do caminho tinha uma pedra...
Enfim, retirada do meio do caminho.
Recorda o autor...