Raul

No menino Raul, apareceu uma mancha azul.

Parece ferrugem...

Era um sintoma.

De opressão.

Sempre que o menino deixava de expressar seus sentimentos, lá estavam elas... as manchas.

A obra “Raul, da ferrugem azul”, da genial Ana Maria Machado nos alerta sobre os sentimentos represados das crianças, das pessoas.

Trata da relevância de dizer o que estamos sentindo.

Desabafar.

Reivindicar.

A esse propósito, autores há afirmando que as crianças normalmente não expressam seus sentimentos com palavras literais, mas por meio de reações, até agressivas. Eles aconselham que as crianças escrevam e contem histórias para se expressarem, pois é terapêutico.

Raul consegue se libertar da opressão conhecendo outras crianças que vivenciavam o mesmo problema, como Estela da ferrugem amarela.

De fato, a escola não pode ser uma gaiola onde as crianças e seus sentimentos sejam aprisionados.

É preciso dar voz às crianças.

Para conhecê-las.

Para ajudá-las.

Para transformá-las.

Dizer não à pedagogia do ‘engole o choro’...

Viver uma democracia de turnos de fala, e não um monólogo a partir do qual apenas os professores falam.

Diálogo.

Essa é a apalavra.

Tirar a ferrugem do coração.

Exercitar o debate.

A troca.

Interpretar textos?

Interpretar crianças!

Também!

Afinal, crianças são cartas vivas...

E a vida nos pede para decifrá-las.

Ferrugem azul?

Céu azul!

Sem limites pra sonhar...

Kate Lúcia Portela
Enviado por Kate Lúcia Portela em 09/04/2013
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