1ª FESTA LITERÁRIA DO CCJ (SP) - NOITE 1

Cheguei agora do primeiro dia da 1ª Feira Literária do CCJ (Centro Cultural da Juventude), na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da Sampalândia.

De cara vou avisando que chegar lá exige uma certa paciência budista, com o trânsito infernal de Sampa numa tarde de sexta, aliado ao fato de que as placas indicativas, pra variar, não indicam porra nenhuma! Conversando com um e outro, errando mais que acertando, cheguo ao local e enfim encontro o povo, "meu povo". Não conhecia ninguém mas isso não foi problema. Todos, desde o segurança que primeiro me atendeu logo à entrada, pasando pelos funcionários do CCJ e cehgando aos outros autores, o mundo todo foi simpático, atencioso e dedicado.Os escritores inscritos formam um timaço que dá o maior orgulho estar lá, com eles, compartilhando o aprendizado, a informação e a troca de experiências.

Provavelmente cometendo injustiças que pretendo reparar nos próximos diários de bordo, destaco hoje a presença luminosa da Fernanda de Aragão, que além de divulgar seu livro Língua Crônica, também apresentava a já conhecida instalação Diz-Quetes, com poemas colados na face dos antigos precursores dos pen-drives. Outra que compareceu iluminada com sua artesania fanzineira foi Thina Curtis, com viço raro e frescor nato das ideias que não envelhecem, desde os anos 80.

Mano Cákis, Michel Yakini, Cidinha da Silva, Akins Kintê, Paulo do Perifatividade, o Binho do sarau, Hugo Paz e tantos outros foram os que já firmei contato, conheci, troquei ideia, li seus escritos, aprendi. Eles marcam presença, enriquecem qualquer conversa, alimentam as discussões com bastante substância, dilatando as proposições iniciais da Feira. Tem outros, que vou descobrir depois.

Paralelamente à Feira, ocorre o 1º Seminário de de Literatura da Periferia, uma mesa de discussões cujo cerne, no primeiro dia, foi a imbricação entre literatura periférica e a transversalidade política, assunto que foi mediado por Diego Arias (Sarau da Brasa), e que tinha como convidados Nelson Maca (Bahia) e Ruivo Lopes (São Paulo). No sábado, Michell da Silva - Chellmi (Sarau da Brasa), interfere na discussão entre Allan da Rosa e Celinha Reis, ambos de Sampa, com o tema "Educação - Barreiras Visíveis e Invisíveis: Teorias e Práticas que Entrelaçam Educação e Literatura da Periferia". No domingo, o mote será "Estética - entre as Frestas da Forma: Rachaduras e Horizontes", com Cidinha da Silva (MG) e Érica Peçanha (SP) com direção de Michel Yakini (Sarau Elo da Corrente, SP).

PS: No meio da festa, o Rodrigo chega e nos rouba a atenção. Creio que ainda o desconheço mas, maleporcamente, acho que posso apresentá-lo. Artista de criações rigorosas, postura imprevisível e de ricas texturas e costuras sígnicas, espero revê-lo, para ousar tentar desvendar mais de seu mundo, particular e eclético. E de profundos mergulhos. Quem será o Rodrigo?