“Modernidade”

Por: Francineide Batista de Sousa Pedrosa (Fran Souza)

Temos a tendência de pensar que tudo que é moderno é novo, é bom, tem resultados positivos. No entanto não paramos para pensar que o novo surge do velho, do antigo, e que esse velho possuiu na sua essência algo de bom que continuamos a cultivar em nós. Assim, o que é novo, o que é moderno leva consigo os pontos positivos do antigo, do que já se encontra “ultrapassado”.

A idéia da modernidade parte do ponto em que o homem achou-se capaz de se desligar de Deus e de promover, sozinho, a própria ciência. E achando-se capaz de produzir uma nova sociedade onde descartou Deus em detrimento da ciência, deu a esse fato o nome de modernidade. No entanto, não conseguiu até agora encontrar um conceito definido para a mesma. Visto que a sociedade pensada está em constante mutação.

Os fatos novos surgidos a partir das idéias iluministas, repercutem na sociedade atual, mas traz em seu seio fortes resquícios do passado, onde a modernidade não consegue suprir ou descartar. São valores intrínsecos na essência humana, como as questões religiosas, políticas e até mesmo intelectuais. O homem frente à racionalidade da ciência perde o controle da natureza ao qual deveria se pautar e não consegue vivê-la plenamente como eram os seus pressupostos.

Descartando Deus, o homem teria todo o controle sobre a natureza, e assim resolveria todos os problemas, todas as aflições humanas. Mas nos resta imaginar que algo deu errado. Pois o que se associa a esse pensamento é uma grande desestruturação social. Vivemos numa sociedade capitalista, onde a “natureza” só beneficia quem tem poder aquisitivo alto. E os interesses políticos continuam cada vez mais centrados na ideologia do poder. E a sociedade que deveria ser fonte de valores, de bem, de compromisso com a justiça social, na verdade só beneficia a alguns.

A idéia de seres livres, sujeitos críticos e pensantes, não está expressa na sociedade atual, moderna, ela continua tão antiga quanto a falta de educação em nosso país, por exemplo, ou o desrespeito aos jovens e idosos, ou a discriminação sexual, mostrando assim que a modernidade não superou a fragmentação histórica.

Diante desses fatos podemos definir modernidade como a ruptura do velho em conseqüência ao novo, porém que esse novo seja a quebra de um pensamento ultrapassado que busca superar os valores para a construção de uma sociedade que de fato viva sob o pensamento crítico/reflexivo, e que procure entender que a sociedade é uma ação solidária e que todos têm os mesmos direitos perante a natureza.

Fran Souza
Enviado por Fran Souza em 15/03/2013
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