MULHER... as lembranças

Homenageio Maria de Lourdes Cardoso Mallmann, em lembrança de quem, com sua força criativa, refletiu a confiança em nós mulheres com conceitos de beleza, auto-estima, dinamismo e sentimentos. Ela é representante da arte literária, onde, com sensibilidade nos ensinou a dar brilho à vida, deixando como sua marca a alegria de viver. Seu recado para todos foi “penso que todo o livro deixa uma lembrança boa e acrescenta algo na pessoa que o lê.”

Muitas vezes percebemos que a lembrança está em nós e, não por acaso, encontro a sua mensagem de que “A vida é uma dádiva divina e vivê-la com alegria e aceitação é a maneira mais certa de retribuição.”. Esta mensagem traz coragem e respeito, benefícios e palavras inspiradoras para enfrentar qualquer tipo de mudança.

Vejo estampada a lembrança de Mariazinha, como carinhosamente era conhecida, na mulher, amiga, professora, cronista, contista, romancista, articulista e poeta que dedicou sua vida a arte de escrever e ler; bem como a esposa, mãe, avó e bisavó, sempre rodeada pela sua família.

Minha vontade é transformar as lembranças da escritora Maria de Lourdes em memória, onde possamos nos identificar com o coração, propondo-nos a entender que cada movimento dela foi caminho para as palavras, trazendo o sonho como realidade, como registrou, “A mais profunda paixão sempre foram os livros e a escrita. Minha maior surpresa era descobrir a cada dia novas possibilidades de ser feliz.”

Há momentos em que podemos nos permitir um mínimo de exclusividade, para alimentar as nossas vidas, sem perder a essência de nossa missão como defensores da cultura e ainda desfrutar o que há de melhor, para vivermos bem, como na poesia de Maria de Lourdes onde, “As lágrimas dos meus olhos / Pelas faces a rolar / São lembranças, são saudades / Do que nunca vai voltar//... As lágrimas que brilham / Sem correr e sem rolar / São emoções não contidas / Que me fazem recordar //... Lágrimas benditas lágrimas / Que escorrem sem marcar / Mostram fragilidade / E capacidade de amar!”

Admito não ser fácil driblar a saudade, mas acredito que podemos nos reconhecer no compromisso para com o idealismo, sem perder de vista as lembranças. Escrevo com o coração ao lembrar a Mulher escritora em verso e prosa: Maria de Lourdes Cardoso Mallmann, porque nela sempre vi a harmonia necessária para ampliar a nossa força interior, porque tinha algo a mais, a maneira diferente de olhar e fazer as coisas; colocava graça e emoção no que realizava. Era firme, mas agia com o coração. Foi o resultado do contato com a realidade e os sonhos, e nos deixou com o fundamental, as lembranças. E ao lembrar Mariazinha, aplaudo, e escrevo, parafraseando Mário Quintana, que Mariazinha nasceu para ser amada.