BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS

Milhares de pessoas, ao redor do Planeta, associam a inteligência dos habitantes de uma comunidade pelo número de Bibliotecas Públicas existentes, pela qualidade do acervo nelas contido e também pela quantidade de leituras registradas durante o ano.

No momento de transição que estamos vivenciando, do livro de papel para o livro eletrônico, é surpreendente tomarmos conhecimento de que inúmeras comunidades brasileiras ainda não têm a sua Biblioteca e isto significa milhares de crianças, jovens e adultos sem acesso a leitura clássica e universal (muito menos dos autores nacionais!), aos quais desconhecem completamente.

No decorrer dos anos que me dedico a escrever poemas, crônicas, artigos, etc., tenho recebido cartas de lugares inóspitos deste Brasil imenso, vindas de professores suplicando por doações de livros, pois na sua cidadezinha não havia uma única Biblioteca Pública. Isto, na década de 90!!

Pleno Século XXI!!!

Cidades do interior do Pará, Ceará, Espírito Santo, etc., através dos seus valorosos professores, manifestaram a tristeza imensa pela falta de uma Biblioteca Pública. Confesso que me senti responsável por esta lacuna, mas, como também sou professora, não pude adquirir livros e enviar pelo correio para estas comunidades esquecidas nos recantos deste País, pois os Correios têm um custo elevado para encomendas avultadas.

Portanto, gostaria de repassar aos Órgãos Públicos responsáveis, essa preocupação cultural que representa um grande atraso na alfabetização de crianças e jovens que moram nestas cidadezinhas do interior do Brasil.

Enquanto que milhares de crianças já têm acesso às Bibliotecas virtuais eletrônicas, outras milhares de crianças ainda não saborearam a alegria de segurar nas mãos e ler os livros feitos de papel, cujo contato ainda traz a natureza, na sua exuberância, para perto dos seres humanos.

Acrescento a minha Súplica às vozes dos professores destas pequenas comunidades, para que sejam providenciadas - urgentemente - Bibliotecas Públicas em cada Comunidade deste imenso território brasileiro.

Pois, o livro de papel ainda é o único meio de oferecer cultura de qualidade às pessoas que não conhecem o computador e as maravilhas da internet, ao contrário do que muitos pensam, que a tecnologia já seria de domínio popular completo.

Uma sugestão para o MEC: fazer uma pesquisa territorial para saber onde falta uma Biblioteca Pública Municipal, e enviar urgentemente um bom acervo de literatura nacional e universal, para promover ainda mais a EDUCAÇÃO no interior deste imenso Brasil. O rastreamento poderia iniciar pelas escolas, onde os professores têm dificuldade para alfabetizar seus alunos, também na área cultural literária.

Ainda nesta época áurea da tecnologia, conserva-se a frase de um dos grandes escritores nacionais do passado (e futuro): "Uma Nação se faz com Homens e com Livros."

Saleti Hartmann

Professora e Poetisa

Cândido Godói-RS