Ana, Guto e o Gato Dançarino
“A finalidade da arte é, simplesmente, criar um estudo da alma.” Oscar Wilde
Acabo de ler o fantástico livro de Stephen Michael King intitulado ‘Ana, Guto e o Gato Dançarino’.
Ana, uma artista plástica com medo de expor seus talentos para as pessoas.
Guto, o menestrel, o dançarino ousado, alegre, realizado.
Gato, o companheiro fiel dos espetáculos de Guto.
Quando se encontram, aprendem uns com os outros suas respectivas artes e transformam seu ambiente, anteriormente formado por pessoas ‘comuns’, previsíveis, imediatistas.
Ana ganha coragem de ser quem é.
A transformação é, igualmente, interna.
E não é esse o papel da Educação?
Transformar, compartilhar.
O papel da Arte na escola é fundamental.
Já não estamos mais numa época de supervalorização apenas da inteligência da lógica, da matemática e da linguagem.
Já não se fala em inteligência, mas em inteligências, como a musical, a corporal-cinestésica, a pictórica, a espacial, a interpessoal, a intrapessoal, a naturalista... consoante os estudos do teórico Gardner.
Essa perspectiva traz a valorização dos múltiplos talentos dos alunos e da diversidade de aptidões que carreiam consigo.
Podemos pedir que os alunos ilustrem poemas, conjugando a inteligência linguística com a pictórica.
Podemos pedir que os alunos transformem poesias em músicas, conjugando a inteligência linguística com a musical.
Podemos pedir que os alunos realizem debates sobre variados temas, conjugando a inteligência linguística com a interpessoal.
Os exercícios são infinitos...
Particularmente, gosto da arte engajada, da arte como um instrumento de denúncia social, de transformação da realidade.
Como Drummond, não gostaria de ser ‘poeta de um mundo caduco’...
Mas de um mundo onde houvesse espaço para as pessoas serem quem realmente são.
Conforme a adorável Ana e o encantador Guto.
E você?
Não gostaria de fazer parte desse mundo?
‘Vamos de mãos dadas’!...