SEXTA-FEIRA em CARTAZ
Sempre que leio e ouço a palavra em cartaz, me direciono a algo importante, que se salienta por si, como sexta-feira em cartaz. João Guimarães Rosa revela, “o vento experimenta / o que irá fazer / com sua liberdade...”
Chegada a hora de enfeitar a realidade e perceber que a semana de trabalho é difícil para todos. Dessa forma, a sexta-feira é sempre muito esperada; com ela se anuncia a abertura de processo a favor do encontro familiar e do lazer. Traz para o cotidiano a possibilidade do afloramento do bem-querer, sempre na iminência de acontecerem mudanças: mesmo repetidos, os dias são diferentes. Nas palavras de Alberto Cunha Melo, “... Os homens não se medem / pelo tamanho de seus horizontes, / mas pela insistência em alcançá-los.”
Anunciar a sexta-feira em cartaz é recuperar o pensamento, dar sentido a novas oportunidades de fazer a súmula dos finais de semana: os dias podem ser traduzidos em alegrias e conquistas, que com braços fortes, talento e dedicação ergo no coração a sensação do feito e a sensação de transformar o sonho em realidade. Pedro Du Bois em seu livro, A Diferença Entre Os Dias, mostra Os Dias Indiferentes e, entre eles, a Sexta-Feira, ”No desconhecido busca / gloria e reconhecimento / de que o feito altera / o conhecimento existente...”
É possível planejar antes do imaginado, estou frente ao desafio com diversas vestes e cores, estilos e variedades com que anuncio a sexta-feira em cartaz: como novo conceito de felicidade, quebrando paradigmas. Já há algum tempo descobri que passo períodos demais trabalhando e que isso traz poucas contribuições para o bom convívio com os amigos e para o enriquecimento das relações familiares. Então, considero a sexta–feira o dia da mudança: promissora, talentosa e construtiva à disposição para driblar o final de semana. Nesse contexto, sexta-feira é o dia de fazer o cartaz para avançar as possibilidades do lazer, com intuito de chegar ao sábado e domingo, com merecida atenção. Sim, as ações podem transformar a realidade. A ousadia é sentir-me viva, porque cada dia passa a ser uma única sexta-feira em cartaz.
Sexta-feira é planejamento que me faz sentir os pequenos prazeres, como “crianças brincam na grama”, ao perceber a reação das pessoas diante da meta atingida. Elas mostram sua melhor faceta ao conseguir com naturalidade aquilo que é vida real: arrancar um sorriso.
Nada original, mas o que une e comove é tentar mudar o gesto pela atitude e ter a chance de mostrar que a felicidade pode ser qualquer coisa, menos a acomodação, com em Miriam Portela, ”Hoje nem existiu / tão doído foi / dia assim / vivido pelo avesso / vingado em si / por ter nascido. / Hoje viver não foi/ desafio / foi desafeto / doeu tanto.”