“Tão breve quanto o agora”, de Álvaro Posselt


Recebi hoje à tarde o livro "Tão breve quanto o agora", de Álvaro Posselt.

 
Estava muito curiosa para lê-lo, seja porque já cruzara com o autor pelos caminhos da internet, seja porque já participamos de duas antologias, seja pela criatividade da capa e do título, seja, principalmente, porque já tenha lido muitos textos dele e saiba de seu dom de manipular as palavras, que atingem a nós, leitores, em cheio com sua capacidade de jogar com elas de modo a nos presentear com textos inusitados sobre o comum e imperceptível da vida.
 
Li o livro de um fôlego, quase sem respirar, sempre querendo saber o que me esperava na próxima página. Só o larguei quando cheguei à última página, degustando não somente os textos, como também as ilustrações muito apropriadas, de muito bom gosto. A cada terceto, que considero poetrix (mas também o nome que se dê à composição literária não tem importância), eu pensava: “Este foi melhor”. E “o melhor" foi do primeiro ao último poema.
 
É o nosso quotidiano apresentado pelo viés poético e sensível de Álvaro. O que dizer do terceto que abre o livro?
“A vida é o agora
Se alguém chegar atrasado
vai ficar de fora”
 
onde o poeta nos instiga a esquecer o passado que nos amarra e do qual, às vezes, temos tanta dificuldade de fugir e regozijar-nos neste presente, dádiva que recebemos e que não sabemos aproveitar.
 
E do poema que fecha o livro com chave de ouro?
 
“Não existe norma
No mundo da leitura
a gente se transforma”
 
Um convite à fantasia por meio da leitura, que nos permite esquecer as normas impostas por esta nossa sociedade discriminadora, tornando-nos muito melhores.
 
Este livro é uma verdadeira joia, que deve ser colocado entre aqueles que, estendendo a mão, pegamos e lemos de novo, e de novo, e de novo...
 
 
Imagem: Google
 
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