BRUXAS

Bruxas? Perdidas? Confusas?

Decididas, elas resolvem sair em busca do sentido de suas histórias. Partem em missão para resgatar o que não quer ser resgatado: histórias engraçadas e tocantes sobre a magia. Tatiana Belinky conta, “Queria ser bruxa, porque achava as fadas muito boazinhas.”

Bruxas usam seus talentos e se envolvem em situações desastrosas; por exemplo, no conto A Bruxa e o Gamo (Edelbra), “... até que uma bruxa malvada apareceu. Ela era muito maldosa e encantou o menino que o transformou em gamo. A menina pediu muito à bruxa que não fizesse aquilo, mas ela respondeu que não gostava de meninos e, por isso ele ficaria assim...”

Da onde vêm as bruxas? Como podemos encontrar uma bruxa? É só aparecer a bruxa e muda o rumo da história, tirando o fôlego das crianças, como em Lambão e o Gnomos das Cores, de Otávio Augusto Barbosa, “O duende bruxo roubou as cores dos meus lápis, disse Nenê, fazendo beicinho...”

Descobrir o maravilhoso mundo das princesas e das bruxas é desafio e divertida brincadeira. E, também, propõe a reflexão sobre momentos de crise, contribuindo para o enfrentamento de situações como: medo, dificuldades, comportamentos, etc. É assunto que, quando abordado, se destaca pela coragem do leitor e pela otimização da compreensão dos conceitos. Mas, é preciso, antes de tudo, se livrar do medo, esse sentimento que impede a criança de acompanhar a história com risco de não se divertir.

Marta Melo, em seu livro infanto-juvenil, As Inventações da Bruxinha Tatá, conta história onde a personagem Tatá inventa ser uma bruxa, porque está com problemas, mas, depois, tenta desistir de ser bruxa, mas sua vassoura dificulta a escolha, criando um mundo de faz de conta. Até as palavras voam para casa, deixando Tatá sozinha na floresta; porém, ela consegue voltar para casa. Será que ela era mesmo uma bruxa?

Os escritores, inspirado nas bruxas, buscam formar leitores conscientes do tempo e da sociedade em que vivem, despertando neles o senso crítico e a curiosidade, além de valores como a tolerância e o respeito pelas diferenças. Criam novas histórias com o intuito de despertar, através da imaginação, a criatividade da criança e ampliar seu universo para ajudá-la a compreender o que parece inexplicável.

“... Quero assustar as bruxas/ perturbar os duendes/ que sei escondidos em teu quintal./ Vou ferver a água/ fazer o chá/ enquanto percorro cada ruga/ cada músculo/ enquanto te caminho/ entregue aos teus contos...” (Miriam Portela)