Juventude sonhadora
Juventude sonhadora, - permita-me assim, ao pedestal da realidade assaz conspícua, respeitosamente à responsabilidade evocá-la. É que em breve o nosso país passará novamente por uma situação melindrosa, da qual, inevitavelmente, seremos os principais coadjuvantes: o das eleições para prefeito e vereadores. (O primeiro turno das eleições municipais de 2012 ocorrerá no dia 7 de outubro e o segundo no dia 28 de outubro). Em todos os rincões de nossa nação varonil, candidatos aos magotes apresentar-se-ão. Não tão somente pessoas de boa fé e de índoles ilibadas, mas também os das piores espécies: - raposas velhas e novos falcões. Todos, sem exceção, lobos travestidos em peles de cordeiros, que, acoitados nos esgotos da própria existência, à espreita e engravatados a garganta do nosso sofrido povo vivem risonha e sorrateiramente a vampirizá-lo.
Falo daqueles roedores gigantes e dos seus pequenos confrades que das cinzas do inferno em muito das brasas fumegantes outrora ardentes ressuscitaram, - quais filhos descendentes da Hidra de Lerna o mortal veneno aos heróis da resistência grega sem piedade dardejavam... –Aqueles! Aqueles! Ah, é claro que você sabe... Não finja de boba e muito menos de cega, surda ou muda. Pois para mim isso não mais à memória de meus idos e carcomidos dias encaixa. Quiçá àqueles leigos abandonados ao “Deus-dará” nas marquises e pontes da extrema incoerência...
Mas, se ainda insistir em permanecer adormecida nos braços do Morfeu e deixar de lado um evento tão importante como esse passar despercebido, esqueça!... Despertá-la-ei agora com um ruído ensurdecedor. Não reclame e muito menos se irrite... Afinal de contas, o que está em jogo não são somente os filhos do hoje e os do porvir... Quer prova maior do que isso? Porquanto, chega. Não vamos mais nos digladiar. Pois o tempo urge e requer de nós ávidas ações e, principalmente, de decisões igualmente acertadas.
Depois de toda essa ligeira explicação, há de acordar ou não? Não mais no claustrofóbico assunto persistirei. Mas, de antemão, alerto-a pela última vez: - Se continuar a fingir que está tudo ok, será num futuro não tão distante equiparada a esses demônios disfarçados de anjos ou até mesmo à lápide da posteridade homenageada, - bem antes de alcançar as profundezas das suas fétidas e abrasantes fornalhas -, com umas frases lendárias, cujas letras garrafais ser-lhe-iam iguais às de covarde, de verme, de carniceira e de outros turpilóquios mais.
Quero crer que não há de querer pendurar na parede da sua memória esses modorrentos adjetivos por toda a eternidade. Ou vai? Tenho certeza absoluta que não, porque sempre acreditei no vigor e na opinião certeira que lhes acerca desde a mais tenra infância, quando os seus pais à flor de um dantesco sonho e da retidão de caráter à vida com um imenso e especial carinho fizeram festivamente a vir...
Portanto, os encare face a face. Diga a você mesma e ao mundo que é muito mais do que isso. Que é, acima de tudo, a Guardiã da honestidade e da prosperidade. Que morrerá por esta causa nem que tenha que sacrificar a própria vida em detrimentos dos porvindouros ratos-coró e camundongos; e a favor dos dotados de bondade e de espírito que ainda insistem, à sombra da justiça, lutar em prol de uma sociedade mais justa e humanamente adornada por uma impoluta idoneidade. E aí, às urnas do patriotismo e da cidadania iremos ou não afrontar estas novas, velhas e bestiais feras do apocalipse? Pois, então não se cale e muito menos se acovarde diante dessas abomináveis aberrações e, por Deus, deixe que este gigante adormecido dentro de si à esfera da existência se desperte e as expulse de volta às trevas de onde nunca deveriam ter saído...
Entretanto, e ao final destas entrelinhas, peço-lhe, humildemente, que, à luz da mais estreita sobriedade, os filtre quando à véspera da decisão o dedo o número da razão teclar. Mostre aos corruptos e às sanguessugas do ontem, do hoje e aos do amanhã o quanto vale o seu voto, e, como moeda de repulsa, dê-lhes o troco da rejeição mostrando que, quando for chegada a hora, terá tomado a atitude correta por ter miudamente acolhido apenas os representantes do bem com aquela afinada acuidade que lha é concernente, - pra não dizer mais do que nunca agora tão presente.