A água lava, lava tudo, só não lava a língua da gente...
Por falar em época de carnaval e dia internacional das mulheres, me veio na lembrança algumas cantorias da minha mãe, quando ainda éramos crianças, e como gostava de sempre estar cantando de boa, era comum cantar estas marchinhas carnavalescas, como Amélia, Jardineira, hinos religiosos que usava nos terços, entre outros, e sobre a “água lava tudo” que eu infelizmente lembro só da frase acima. Ao relembrar a minha mãe, já no mundo espiritual o faço comemorando o seu aniversario que se dará em 30 de abril.
Retornando a frase “só não lava a língua da gente”, nos alude a ter o Máximo de cuidado, em não estar comentado, discutindo ou denegrindo a vida alheia, principalmente quando sabemos que perante Deus, eu e o outro somos Um, conseqüentemente “Filhos de Deus”, e conscientes destas Verdades, não seria de bom alvitre estar comentando, seus devaneios, seus tombos e as desgraças alheias, quando espiritualmente o outro também é meu irmão, perante a espiritualidade.
Recordei também das nossas negativas, de quando crianças e eu uma delas, com relação à limpeza, higiene. Se uma visita, não muito conhecida, por exemplo, um caminhante, que pedia água ou café e mesmo refeições, ficávamos reclamando, querendo eliminar o vasilhame e a minha mãe se esbraveja, dizendo “a água e o sabão lava tudo”. O sabão que naquela época era feito por ela mesma e muitas vezes o fazia usando a decoada: “Cinzas de ramos e folhas seco de feijão, colocadas em um saco de pano, dependurado em suporte próprio, com água e o gotejamento, sistema de filtragem e era o substituto da soda caustica”.
Agora lembrei que o meu barbeiro o Djalma Gonçalves, comentou que sua mãe, lá em Itapagipe/MG, fazia este sabão com decoadas, a pedido de pessoas que tem excesso de caspa, confidenciando ser um eficaz remédio.
A seguir passo a letra da marchinha que encontrei no Google, como segue:
A Água lava tudo.
Você notou,
Que eu estou tão diferente,
Você notou,
Que eu estou tão diferente.
A água lava lava lava tudo,
A água só não lava,
A língua dessa gente.
Já vieram me contar,
Que lhe viram por aí,
Em lugar tão diferente,
A água lava lava lava tudo,
A água só não lava,
A língua dessa gente.
A minha mãe que foi uma verdadeira rainha do lar, teve 13 filhos, criados com todo zelo e dedicação, dezenas de netos, bisnetos. Uma vida simples, uma mulher exemplar e que dedicou toda sua vida em beneficio da família, dentro dos parâmetros do trabalho, trabalho, trabalho, otimismo, esperança e fé.
Me fez lembrar também la no meio da década de 1950, um dos irmãos com provavelmente uns 2 a 3 meses, com intensa febre a cidade distava 18 km, havia por um caminhão carregando de lenha para para padarias. A minha mãe pediu carona e o motorista se prontificou leva-la porem ela teria que ir na carroçaria encima da lenha, pois já havia duas mulheres na cabine. Então ela pediu para que as mulheres levar a criança no colo e ela foi por cima da lenha. Portanto sendo esta dentre outras aventuras em favor da salvação da família.
Frutal/MG, a 1º de maio de 2012.
José Pedroso