De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.
“Estamos num processo de involução” de José Saramago. O escritor citou que a língua está num processo de involução, e podemos concluir que a língua é um reflexo do que acontece com a mente de uma população. Tendo essa ideia esclarecida, também concluímos que o povo falante da língua esta num processo involutivo, já que a língua é parte essencial do ser humano. Mas é certo dizer que o homem está indo contra a maré evolutiva? E toda essa parafernália digital criada por nossa mente? E as grandes descobertas da ciência moderna? E o átomo? E o DNA? E o computador?
Sim, nós sabemos do grande salto científico dado no século passado, mas a questão que eu trago aqui está além dos aparatos tecnológicos; está na substância pensante e reflexiva do ser, que no seu capitalismo selvagem esqueceu-se de usar a linguagem interpessoal para tratar de softwares, do merchandising, e das suas commodities. Sem falar do cerceamento das palavras nas chamadas redes sociais, como já falou o próprio José Saramago: “Os tais 140 caracteres refletem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido”.