MÁSCARA e MASCARADOS
“Brasileiro é alegre, um ser dotado de musicalidade incrível” (Bibi Ferreira)
Carnaval é a festa onde temos a oportunidade de fantasiar os sonhos, inspirados em histórias reais, pelo menos por alguns dias, fazendo do mundo que habitamos um mundo encantado.
“Quem é você //... hoje os dois mascarados //... Mas é carnaval / Não me diga mais quem é você //... deixa o dia raiar / Que hoje sou eu / Da maneira que você quer/ O que você pedir / Eu lhe dou / Seja você quem for..."
Chico Buarque em sua música A Noite dos Mascarados, de 1967, mostra o tema central para brincarmos sem medo no carnaval, fugindo da determinação da vida para viver o sonho, pegar o nosso querer e o colocarmos na passarela. Aproveitamos o carnaval para descobrir momentos e passatempos divertidos com pessoas alegres, dançando em fantasias.
A máscara esconde o tempo e o transforma, muitas vezes, em passado, retornando em horas que chegam ao carnaval em plano pessoal, o que motiva, desafia e ainda diverte como retratam Zé Kéti e Elton Medeiros:
“... É só nos carnavais / encontrava-te sem encontrar este teu lindo / olhar.../ na esperança de que tivesse esta máscara / que sempre me fez mal / mal que findou só / depois do carnaval.”
Os mascarados encontram a inspiração necessária para reinventar os dias de carnaval em descobertas cores de alegria e como símbolo de criação, lembro Carybé, um dos pintores que melhor retratou a beleza e o colorido da alma e da vida baiana, sempre presente na arte popular. Também em Romero Brito, que através da sua arte alegre e colorida, criou personagens inspirados no carnaval do Nordeste e do Rio de Janeiro. Assim, inspirado, Francisco Alvim descreve: “Carnaval // Sol //... O mundo, uma fantasia...”
Os mascarados fazem do carnaval o espaço para se sentirem livres e transformarem esses dias no limite da inspiração. Ganham embalo nas passarelas, durante os desfiles.
O sucesso do carnaval reside na insistência e no prazer em participar e em estrelar com personalidade e talento, que às vezes, faz falta nos dias comuns. É preciso ter vontade, alegria e coragem; no entanto, com as máscaras, tornam-se desconhecidos e para quem tudo se torna permitido: novos amigos, novos passos, muita purpurina e fantasias, como na marchinha de Zé Kéti e Pereira Mattos,
“Quanto riso, oh / Quanta alegria //... Na mesma máscara negra /
que se esconde teu rosto / eu quero matar a saudade /
vou beijar-te agora / não me leve a mal / hoje é carnaval.”