“Mário Quintana, o poeta do mapa da cidade de Porto Alegre”

“Olho o mapa da cidade / como quem examinasse / a anatomia do corpo / ...

Sinto uma dor infinita / das ruas de Porto Alegre / onde jamais passarei...”

Quando se pensa em Porto Alegre, necessariamente se pensa em Mário Quintana. Muitas vezes confundido com a paisagem das ruas do centro da cidade, por seu amor pela cidade, em sentimento recíproco.

Suas caminhadas pela Praça da Alfândega, pelo Correio do Povo, onde publicou o Caderno H, teve por objetivo conversar com as pessoas, estabelecendo uma ponte entre o sonhado e o vivido.

Realidade e imaginação, Porto Alegre e poesia se associaram para compor o quadro e permitir a adoção da cidade pelo Poeta. ele conseguiu, através da sua obra, estabelecer comunicação afetiva com Porto Alegre e encontrou a maneira de ajudar a ver e a refletir o encanto pela cidade, que correspondeu à sua necessidade, num encontro marcado com o Poeta e com o mundo.

Quintana soube desfrutar Porto Alegre, vindo a ser integrado em sua paisagem, tal como a imagem da cidade foi transfigurada nas metáforas de seus poemas.

“Porto Alegre, antes era uma grande cidade pequena. /

Agora, é uma pequena cidade grande.”

O Poeta soube ver Porto Alegre como são vistas as fadas; teve olhos para revelar a face secreta da cidade e das suas pessoas. Além dos poemas, escreveu o livro de crônicas, “Porto Alegre Ontem e Hoje”, em 1971.

Foi um poeta de andanças pelas ruas de sua amada Porto Alegre; segundo Aluízio Ribeiro, “a cidade que adotou como sua e cantou como ninguém.”

Pedro Maciel escreveu que “... o poeta ama a cidade e a cidade ama o poeta... Ninguém mais compreendeu tão bem a alma feminina e acolhedora de Porto Alegre, quanto Quintana, e soube com ela manter um caso de amor tão profundo e explícito...”

Sérgio Napp disse que “A Casa de Cultura Mário Quintana é o barco que singra a cidade-porto em busca da voz do poeta – símbolo que, ancorado na cidade faz dela seu itinerário de canções.”

Já Waldir Silveira conclui que “Porto Alegre aprendeu a reconhecer-se nos versos de Quintana.”

Mário Quintana na escolha das rimas criou para os porto-alegrenses um clima de acalento para com a cidade, com que expressou a vida, o esperar, o sonhar e se transcreveu em sua representação.

“Céus de Porto Alegre, como farei para levar-vos para o céu?”