“QUEM NÃO SE COMUNICA, SE TRUMBICA”
“QUEM NÃO SE COMUNICA, SE TRUMBICA”
por Tânia Du Bois
A língua é passaporte. Através dela identifica-se o indivíduo, mostrando, refletindo, de onde vem a pessoa que a postula. Chacrinha já dizia: “quem não se comunica, se trumbica.” A língua é o foco da nossa capacidade de expressão. É importante ficarmos atentos à força das palavras e do pensamento.
“Se as palavras encantam/ o menino/ sai a brincar com elas/
algo maior acontece...” (Pedro Du Bois)
A comunicação escrita e oral ganhou suportes transformadores e se espalhou pelas cidades com intensidade crescente, propondo novo olhar sobre seu povo e sua língua, que simboliza a voz interna do bom senso, favorecendo a troca de ideias. Ela potencializa nossa inteligência para os fatos.
A língua, como sentido das palavras, se transforma a partir do significado concreto para o abstrato. Ela é o mistério. Como deixou Ludwig Wittgenstein, para reflexão: “os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo.” Quer dizer que podemos traçar nossa linha com base na educação, aspiração e ideologia, numa forma de expressar-se para a vida social, porque a língua inicia o ciclo de mudanças que se estendem a explorar os verdadeiros potenciais, com reciprocidade; faz existir a possibilidade de abrir portas para o novo, de espelhar a auto-imagem e diferenciar a comunicação.
E mais, a forma de escrever e falar se manifesta sem que sejamos diferentes, apenas devemos nos adequar às questões locais. A língua se distingue do acordo para com a classe social, a experiência de vida e a região geográfica; suas estruturas e formas são inseparáveis da história de seus falantes, sinalizando a mudança rumo ao pensamento. Na visão de Leandro Karnal, “A língua é rica em sons e ideias e produz ações.” A linguagem também representa a revolução na produção literária, trazendo novas palavras, expressões e significados.
A comunicação é viver o renascimento de expressar as emoções e fazer ajustes no desejar: o diálogo para que a comunicação se realize, lembrando que a língua é patrimônio cultural. É caráter. Ela une e identifica um povo. Segundo Pedro Du Bois, “A língua universaliza/ as palavras: sabemos/ os significados...” e, Luís Fernando Veríssimo, diz que “o caráter de um povo decorre de sua língua”, marcando a notável expansão da consciência a refletir a criatividade no cotidiano.
“degustar almas / escrever poesias com a língua / deixar a cena colorida / presa na memória.” (Silvia de Luca)