LIVRO É SOBREMESA
Em abril de 2011, fez 129 anos que nasceu um grande escritor brasileiro, por isso relembraremos um pouco da obra e da vida do escritor Monteiro Lobato, autor de uma frase fantástica: "Um país se faz com homens e livros”.
José Bento Monteiro Lobato nasceu no dia 18 de abril de 1882, na cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, e morreu de derrame na madrugada do dia 4 de julho de 1948.
Monteiro Lobato formou-se em Direito e chegou a atuar nessa área. É considerado o maior escritor da literatura infanto-juvenil do mundo, tendo produzido 26 títulos destinados ao referido público. O dia 18 de abril foi escolhido para a comemoração do Dia do Livro Infantil, em homenagem ao dia do nascimento desse escritor.
Imprescindível, porém, ressaltar que Lobato escreveu para o público adulto também. Entre as muitas obras destinadas a esse público, destaco: Urupês (1918); Cidades Mortas (1919) e Negrinha (1920). Urupês é um livro composto de 14 contos, sendo considerado a obra-prima de Lobato e um clássico da literatura brasileira. Esses contos revelam o cotidiano do caboclo do interior de São Paulo, registrando suas crenças e tradições. Como regra, os contos integrantes de Urupês têm um final trágico e inesperado! O “famoso” personagem Jeca Tatu foi criado nessa obra, simbolizando a precária situação do caboclo brasileiro, abandonado pelo poder público. Na verdade, acredito que Lobato criou esta personagem para denunciar , de forma irreverente e caricatural, a situação em que vivia o brasileiro do interior. Urupês antecipa uma postura ecológica, pois há uma preocupação em defender o ambiente.
Monteiro Lobato iniciou o movimento editorial no Brasil, pois, no ano de 1918, fundou a "Monteiro Lobato e Cia". Mister trazer à luz que esta foi a primeira editora brasileira. Antes, todos os livros brasileiros eram impressos em Lisboa ou em Paris. O escritor, deixando aflorar o seu lado empresarial, chegou a dizer que "livro é sobremesa: tem que ser posto debaixo do nariz do freguês".
Em dezembro de 1920, publicou “A Menina do Narizinho Arrebitado”, sua primeira obra destinada ao público infantil e que deu origem ao personagem Lúcia, mais conhecida como a Narizinho do Sítio do Picapau Amarelo.
Monteiro Lobato chegou a ser preso, por divulgar que o Brasil era um grande produtor de petróleo, contrariando, assim, interesses estrangeiros. Defendia a tese de que a extração de petróleo, em território brasileiro, deveria ser entregue à iniciativa privada!
Entre as principais personagens criadas por Monteiro Lobato, destacam-se: Jeca Tatu, a boneca Emília, o Visconde de Sabugosa (que foi criado pelas mãos de Tia Nastácia, a partir de um sabugo de milho), Narizinho, Pedrinho, Tia Nastácia, Saci, Cuca e Dona Benta, esta última é um exemplo de avó: alegre, simpática, mas sem deixar de ser uma grande educadora!
A Emília, a boneca de pano, é uma das melhores personagens da literatura brasileira. Monteiro Lobato, o criador, referiu-se da seguinte maneira à criatura: “Quando escrevo um desses livros, ela me entra nos dois dedos que batem as teclas e diz o que quer, não o que eu quero. Cada vez mais, Emília é o que quer ser, e não o que eu quero que ela seja.” (Monteiro Lobato, in A Barca de Gleyre).
Nobre leitor, será que aprendemos a lição deixada por Monteiro Lobato e estamos oferecendo livros para os nossos “Pedrinhos”??? Fica, então, a sugestão!