Ao influxo do condicional

Cadavérico ser que ao reflexo do iminente se desbota... Lágrimas?!... Alegrias?!... Do oriente uma pálida imagem ao além uma eterna agonia acena e remonta: doces vertigens daquela antecessora juventude que, agora mais do que nunca, há muito se fora...

Uma frasal e destemperada exclamação ao passado ressona: por mais que o Doutor Tempo tente enganar a sobriedade dessa vil realidade, o outono da mocidade rústica chega. Esquelética face o tempo silenciosamente sulca; uma mensagem aos vaidosos manda: uma fatalidade que através de risos se manifesta e, ao sopé de uma verdade, lhe chama de déspota!... Isto quando não achincalha e o aprisiona na masmorra da própria incredulidade...

A leve impressão do amadurecimento também se mostra fatídica. Ledo engano, oh realidade: mostre ao menos - às pinceladas da ilusão - uma sutil e derradeira sobriedade... Ao alerta do instante o horizonte ao longe uma mímica às entranhas do abstrato discretamente expõe uma abismal e grotesca verdade: bobo daquele que se deixar levar por essa leviana impressão, pois irá se desbaratar nas garras pontiagudas de uma Harpia faminta e, por consequência, esmorecer languidamente nos braços de um Morfeu criminoso, travestido de um carrasco destituído de algo totalmente pecaminoso...

Somos capazes de enxergar em nós mil e uma seriedades, mas volta e meia caímos em contradição... Tamanho desleixo se deve muito quando adquirimos ante o espelho da formalidade aquela imaginária e bela perfeição... Aí, segure-se: cobramos o impossível, porque esbarramos na neutralidade do tempo intangível e, porque não, inacessível...

Reflito. Mergulho nas entranhas da desrazão... Tento entender o quão infantil somos perante o contraste desta banal e estonteante boçalidade... Da fantasmagórica imagem espalhada aos quatro ventos os traços de uma só e corrompida brutalidade: a do tempo da senilidade... Fende a pele a idade. Brinda o espírito a inocência. A alma reflete a ciência da vivência. A bagagem é tão somente o espelho da experiência dos anos em essência. Em síntese, o que prevalece até ao final desta ênfase é o não subjugar de toda essa inexperiência que ora se aconchega nesse emaranhado de ideias contrastantes repleto de onisciências que atualmente se sobrepõem a esse novo e faceto surrealismo adornado de algo alienado àquelas inolvidáveis incidências...

Pálido poeta
Enviado por Pálido poeta em 09/08/2011
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