A POESIA E O QUE CHAMAM DE POESIA

Segundo o Priberam:

Poesia

s. f.

1. ARTE de fazer obras em verso.

2. Género de COMPOSIÇÃO poética.

3. Conjunto das obras em verso existentes numa língua.

4. Composição poética pouco extensa.

5. Qualidade dos versos.

6. Maneira de fazer versos, PARTICULAR A UM AUTOR, a uma nação.

7. INSPIRAÇÃO.

8. ELEVAÇÃO de ideias.

9. O que desperta o sentimento do belo.

Segundo a Wikipédia:

A poesia, ou gênero lírico, ou lírica é uma das sete ARTES tradicionais, pela qual a linguagem humana é utilizada com FINS ESTÉTICOS, ou seja, ela retrata algo que tudo pode acontecer dependendo da IMAGINAÇÃO DO AUTOR COMO DO LEITOR. "Poesia, segundo o modo de falar comum, quer dizer duas coisas. A ARTE, que a ensina, e a obra feita com a ARTE; a arte é a poesia, a obra poema, o poeta o artífice."[1] O sentido da mensagem poética também pode ser importante, ainda que seja a FORMA ESTÉTICA a definir um texto como poético. A poesia compreende aspectos metafísicos (no sentido de sua imaterialidade) e da possibilidade de esses elementos transcenderem ao mundo fático. Esse é o terreno que compete verdadeiramente ao poeta.[2]

Num contexto mais alargado, a poesia aparece também identificada com a própria arte, o que tem razão de ser já que qualquer arte é, também, UMA FORMA DE LINGUAGEM (ainda que, não necessariamente, verbal).

Segundo a Cegalla (resumido e adaptado):

O gênero lírico engloba: poema, soneto, canção, hino, ode, elegia, balada, bucólica.

No verso tradicional, distingue-se o metro, o ritmo e a rima. Nos versos brancos ou soltos o poema é composto sem rima. Já o verso livre não se preocupa com nenhum dos três aspectos do verso tradicional e, por ser mais espontâneo e livre de artifícios, o verso moderno não freia tanto a IMAGINAÇÃO CRIADORA do poeta (é a famosa poesia moderna, inserida no Brasil oficialmente em 1922).

OBS: Os destaques em maiúsculas são meus.

Para um estudo dos gêneros literários do poema:

http://rosabe.sites.uol.com.br/genlitpoema.htm

Depois destas didáticas e chatíssimas citações acima, não pretendo me estender muito sobre o assunto, que é a poesia, obviamente.

Em cada definição de poesia que pesquisei ou em todas de que me lembro, assim como em todos os exemplos de poesias, de autores consagrados ou não, a que tive e tenho acesso, um único aspecto é intrínseco, inerente, indispensável e insubstituível ao poema: a criatividade artística, que pode ser lida como imaginação e originalidade também, como queiram.

Uma poesia original pode ser bem ou mal escrita, pode ou não despertar o sentimento do belo em quem lê, pode ser mesmo escrita por uma ingênua garotinha de 8 anos, ou por alguém que escreve como quem ainda está se alfabetizando, pode ser composta por um autor de rap ou de rock ou até de brega, axé ou coisa que o valha (pode, sim, mesmo que eu nunca tenha percebido nenhuma), pode seguir o modelo tradicional, rimado, ritmado e métrico, ou pode seguir o modelo moderno, solto e fluindo de acordo com o ritmo próprio do autor.

Mas uma texto que repete frases feitas e comuns, já de todos exaustivamente conhecidas e sem qualquer marca individual, ao ponto de figurarem em parachoques de caminhões, cartões de felicitações ou de pêsames, bilhetinhos de biscoitos da sorte, horóscopos de jornal ou facebooks da vida, NÃO É POESIA.

O quanto ler isto magoa ou ofende as pessoas é um reflexo da intransigência de alguns ao se negarem a examinar seus textos sob a luz do conceito de poesia, que corrompem, distorcem e distendem até o limite, tentando enquadrar o conceito no que compõem, quando, ao se escrever poesia e publicá-la sob esta classificação, deveria acontecer o contrário.

Não é por que eu sou livre para escrever o que quero e publicá-lo que vou fazê-lo à revelia do conhecimento que tão duramente foi acumulado em tantos séculos de História humana e à revelia das próprias classificações disponibilizadas e didaticamente explicadas aqui no site.

Não é em nome da liberdade de que se dispõe em um site aberto e público que vou agir de forma desonesta, publicando meus textos sob uma categoria à qual não pertencem.

Sim, isto é uma forma de desonestidade.

A minha arrogância (aliada à minha intransigência) que me fez escrever este texto é por mim justificada pela arrogância e intransigência dos que copiam do senso comum frases óbvias, repetitivas e de domínio público e as publicam, modelando-as em linhas curtas à forma de um poema, com alguns pontos de interrogação e exclamação para dar efeito dramático e trocando algumas palavras por sinônimos pouco usados e então as colocam sob a denominação 'Poesia', não respeitando a própria classificação que me garante, em tese, o direito de efetivamente ler poesia, boa ou má ao abrir um texto, quando poderiam agir com mais lisura intelectual e publicar estes textos em 'Frases' ou 'Cartas', sei lá, menos em 'Poesia'.

Não deveriam, na verdade, nem mesmo publicá-las em prosa poética, já que, segundo a Wikipédia:

A prosa poética é prosa que QUEBRA algumas das regras normais da mesma para atingir uma IMAGÉTICA MAIS SOFISTICADA ou um maior EFEITO EMOCIONAL.

O objetivo máximo deste artigo é o de levar-nos à reflexão do nosso posicionamento diante das obras literárias que compomos e publicamos aqui no R.L. em respeito aos leitores, que, afinal, somos todos nós.

Iama K
Enviado por Iama K em 08/07/2011
Código do texto: T3082448
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