UMA BREVE VISÃO SOBRE A OBRA DE ADRIANO ESPÍNOLA

Resumo: O artigo se propõe a fazer um breve olhar sobre a obra de Adriano Espínola, um autor cearense que se denomina como inquieto e tem como característica principal de sua obra retratar o cenário cearense, partindo dos mais bucólicos aos mais contemporâneos, desgrenhando também pelo cotidiano de personagens cearenses como rendeiras e pescadores. Não á toa Adriano Espínola é um dos nomes citados como componente da elite dos poetas cearenses.

Palavras-chave: Adriano Espínola. Poetas Cearenses. Literatura Cearense.

Adriano Espínola nasceu em Fortaleza em 1952. Quando jovem queria ser atleta, gostava de natação, nadava os quatro estilos: peito, costa, golfinho e nado-livre. Ao voltar de uma viagem aos EUA, fez o vestibular e com sua pontuação poderia ingressar nos cursos de Direito ou Economia. Porém, no dia da matrícula estava lendo Ana Karenina e quando se deu conta já era tarde. Não havia mais vaga para Direito e Economia, cursos estes que pretendia cursar. Descobriu que só havia vaga para o curso de Letras, e percebeu que assim como na natação, o curso de Letras lhe oferecia a oportunidade de ser dinâmico e penetrar nesse mundo de várias maneiras. Segundo ele, em uma entrevista ao jornal O Povo, em toda a sua carreira, a diversidade formal tem sido uma de suas características primordiais. “Sou muito inquieto no fazer artístico. Não gosto de ter de fazer a mesma coisa sempre.”

Poeta, ensaísta e professor da UFC, parte de sua obra é dedicada à Fortaleza, sua cidade natal. "Fala, favela" (1981), "Táxi" (1986) e "Beira-Sol" (1997), sintetizam a experiência sensorial com a cidade. Seu livro de poesias "Beira-Sol" (1997) recebeu o Prêmio de Poesia – 2006 da FBN para Obra em Curso e "Praia provisória" (2006) rendeu-lhe o Prêmio ABL de Poesia, em 2007. Segundo a comissão para a atribuição desse prêmio, “Espínola se notabiliza pelo domínio consolidado da técnica do verso, que permite ao poeta circular à vontade das formas livres às fixas, com igual proveito estético. A isso se alia um fecundo diálogo intertextual com vozes proeminentes da lírica brasileira e universal, sem que tal prática impeça o poeta de manifestar um timbre próprio”. O Jangadeiro está na coletânea Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século, organizada por Ítalo Moriconi. Como ensaísta lançou "As artes de enganar: um estudo das máscaras poéticas e biográficas de Gregório de Mattos" (2000), sua tese de doutorado. Seu livro-poema "Táxi" foi traduzido para o inglês por Charles Perrone e lançado na coleção Literatura Mundial em Tradução (Nova York/Londres: Garland, 1993). Em 2007, entrou para o mundo dos contos com a obra Malindrânia, mundo que segundo ele há muito tempo estava “paquerando”. Como escritor convidado, participou, dentre outros eventos, do Festival Internacional de Poesia do Mundo Latino, em Bucareste (1997), do 18º. Salão do Livro, em Paris (1998), e do Congresso de Escritores Brasil-Portugal, no Porto (2000). É membro do PEN Club do Brasil desde 2006. Foi professor-leitor de Cultura e Literatura Brasileiras na Université Stendhal Grenoble III, em Grenoble-França, de 1989 a 1991, e professor convidado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, de Teoria Literária, de 2004 a 2007. Atualmente é professor associado de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza.

Podemos observar em suas obras a presença do cenário de sua terra natal Fortaleza, com toda a sua exuberância natural e com traços bucólicos, onde ele relata o cotidiano de figuras cearenses como jangadeiros e rendeiras.Vejamos nos trechos abaixo:

LÍNGUA-MAR

[...]

É a língua portuguesa, a que primeiro

transpôs o abismo e as dores velejantes,

no mistério das águas mais distantes,

e que agora me banha por inteiro.

[...]

A RENDEIRA

 [...]

Na teia da manhã que se desvela,

a rendeira compõe seu labirinto,

movendo sem saber e por instinto

a rede dos instantes numa tela.

[...]

CONCLUSÃO

Podemos observar na obra de Adriano Espínola a presença do cenário cearense bem como de seu vocabulário inovador. Observamos também, a partir do estudo sobre o autor, a qualidade de suas obras, premiadas e reconhecidas em vários lugares do mundo, mostrando assim que, a Literatura Cearense merece ser respeitada e reconhecida por todos os amantes das ”letras”.

REFERÊNCIAS

Adriano Espínola. Disponível em: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/ceara/adriano_espindola.html.Data de Acesso: 30/10/2010.

Jornal da Poesia. Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/espino.html. Data de Acesso:30/10/2010.