UMA NOVA ACADEMIA DE IMORTAIS, QUE TAMBÉM SE CHAMARÁ A CASA DA GLOBO
No princípio era o jornalista Assis Chateaubriand, o Chatô ,de eterna memória,que segundo o Barão de Itararé,arrombou a janela da respeitada instituição Academia Brasileira de Letras,também conhecida como a Casa de Machado de Assis,pois foi fundada por este que foi o maior escritor brasileiro de todos os tempos.
Segundo o saudoso Barão, Chatô não arrombou a janela e adentrou o recinto ,usando um machado, mas, sim , a força da grana e do poder, que, como diz o Mano Caetano, “ergue e destrói coisas belas”.
Pois é, a triste estória vem se repetindo todas as vezes que um imortal bate as botas.Na maioria das vezes está lá, pronto para apoderar-se da cadeira, um global.
Desta vez foi o Merval Pereira,que, atropelando o intelectual e grande escritor nordestino Antonio Torres, ganhou o fardão quando deveria , talvez por sua familiaridade com as fardas e quando já deveria estar usando uma camisola de dormir.
A bagagem literária do renomado acadêmico restringe-se a artigos e reportagens de cunho direitista que espalha pelos jornalões e TV fechadas e do livro “O Lulismo no Poder”.
Mas, claro que o jornalista não é o único culpado pelo delito contra as letras brasileiras;contou com a cumplicidade de poderosos elementos de dentro e de fora desta antes augusta instituição.
Dizem as más línguas que um poderoso e riquíssimo político adentrou o recinto depois de prometer consertar o telhado do prédio; muitos pularam a janela, este entrou pelo telhado.
A Literatura brasileira, descontente,descoroçoada, vai saindo de fininho pela porta, mesmo.
Não é a toa que renomados escritores recusaram-se usar o fardão .
Abaixo o currículo de Antonio Torres:
Antônio Torres-
Nascido em Sátiro Dias, no sertão da Bahia, em 1940, Antônio Torres estudou em Alagoinhas e Salvador, onde ingressou no Jornal da Bahia. Ao mudar-se para São Paulo, aos 20 anos, passou a trabalhar no diário Última Hora. Na capital paulista, viria a trocar o jornalismo pela publicidade, tendo sido redator e diretor de criação de várias agências, também em Portugal e no Rio de Janeiro.
Estreou na literatura em 1972, com o romance Um Cão Uivando para a Lua, que causou um grande impacto, sendo considerado a revelação do ano pela crítica, e abriu caminho para a sua carreira literária, que hoje conta com 17 livros publicados, alguns deles com várias edições no Brasil e traduções em muitos países. Em 1998, recebeu do governo francês o título de Chevalier des Arts et des Lettres, por seus livros publicados na França até então (Essa terra e Um táxi para Viena d’Áustria).
Mais conhecido como romancista, Antônio Torres é também contista (Meninos, eu conto) e cronista (Sobre Pessoas, Do Palácio do Catete à venda de Josias Cardoso), cujo conjunto da obra mereceu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 2000. No ano seguinte, foi agraciado (junto com o catarinense Salim Miguel, por Nur na Escuridão), com o Prêmio Zaffari & Bourbon, da 9ª. Jornada Literária Nacional de Passo Fundo, por seu romance Meu Querido Canibal
Pela Editora Record- (Romances):Um cão uivando para a Lua;Os homens dos pés redondos;Essa terra; Carta ao Bispo; Adeus, velho; Balada da infância perdida; Um táxi para Viena d’Áustria; O cachorro e o lobo;Meu querido canibal; O nobre seqüestrador; Pelo fundo da agulha; (Contos):Meninos, eu conto -Pela Editora Rocco; (História para crianças): Minu, o gato azul; Pela Editora Leitura- (Crônicas, perfis e memórias): Sobre Pessoas; Pela Íbis Libris: Do Palácio do Catete à venda de Josias Cardoso; (Crônica – escrita por ocasião da Primavera dos Livros de 2007, realizada no Museu da República/ Palácio do Catete, Rio de Janeiro, e da qual Antônio Torres foi o patrono). Fora de mercado: O Centro de nossas desatenções (Relume-Dumará/ RioArte) O Circo no Brasil (Funarte/ Atração).