Discussões Quentes...

Oportuna matéria versando sobre a não ressonância das idéias, ou melhor, ”As Discussões Quentes”, se acaloram e não chegam, ao ancoradouro necessário que se pretende as partes e até na eminência de provocar rupturas, envidando nascentes das famosas dissidências, como até o próprio texto abaixo, questiona, talvez até seja valido, por algumas vértices. Que adianta concordar por concordar? “Panos quentes” é o artifício que costumo me valer, já usei muito, porem agora vejo, por um lado foi benéfico, e malévolo ao mesmo tempo. Soluções momentaneas, permanecendo os problemas. Amor... Ódio... Discussões, e por falarem ódio há as afirmações que o oposto do amor não é o ódio e sim a indiferença, muito usado no meio. Aplicado o esfriamento nas ações da persona, no sentido de podar os seus desenvolvimentos. A pretexto, passo artigo do Ir.: Charles Evaldo Boller, fazendo enfoque ao tema, como segue :

Charles Evaldo Boller

Sinopse: Considerações ao irmão que não concorda com o pensamento do outro.

“Em qualquer discussão, aquele que concorda com seu interlocutor está apoiando a caminhada, transmitindo energia para a persistência na mesma linha de pensamento. E isto é muito bom! Discordar também é bom e salutar. Ruim é quando o pensamento de alguém é ignorado. É suficiente para deixar qualquer um triste, chateado mesmo! Isto porque, em tal circunstância, conta-se com uma grande perda, algo além do ódio, algo que nem mesmo considera o próximo igual, quanto mais companheiro, irmão. Poderá existir mal maior?

É deveras apreciado quando aportam aqueles que não concordam. A sua interpelação não é considerada ofensa, ao contrário, vê-se nisso uma demonstração de coragem, de profundo amor pelo interlocutor, algo que só o irmão faz.

Compartilho com Elie Wiesel, escritor de nacionalidade norte-americana e romena: "O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença". Partindo deste pensamento pode-se formular salutar postura diante da crítica construtiva.

Como é importante aquele que discorda que se opõem com idéias e pensamentos que fazem ambos crescerem! Poderá existir bem maior? Existirá demonstração de amor, de carinho maior que este? Que venha! Que desça o malho na cabeça do cinzel e mande para longe as asperezas. Todos crescerão! Críticos e criticados.

O ovo, mesmo não sendo um símbolo da Maçonaria, é reconhecido por ela como o símbolo da vida, a junção entre o masculino e o feminino, o inicio, o começo de uma nova vida, a fertilidade. O ovo cósmico é considerado o início de todas as coisas e dele deriva o ovo filosófico. O Grande Arquiteto do Universo é um grande escultor, porque lindas são as figuras irregulares que ele cria usando choques irregulares, constantes, às vezes fortes, outras vezes suaves. Uma atividade inconstante no tempo, a semelhança da atuação do malho e do cinzel. Sucessivos choques entre pedras brutas do fundo do rio arrancam pequenas lascas, culminando com o arredondamento das pedras originais, e as transformam em algo belo, irregular, quase sempre semelhante a um ovo. Porque será? É um artista caprichoso! A matemática do Grande Geômetra é complicada! Ele deve ter uma formulação estatística e matemática para orientar estas pancadas que resultam nestas belas obras de arte e que são encontradas em profusão por ai. O que para Ele é matemática, para as suas limitadas criaturas é o caos.

Sabe-se que onde o limitado intelecto humano atua, a linha irregular, devido sua complexa interpretação, muitas vezes é desconsiderada, mormente se a emoção toma conta, aí então, fica difícil pensar.

Partindo da observação da natureza poder-se-ia inferir que discussões acaloradas, onde aportam ideias conflitantes, tem a faculdade de polir as pessoas de uma forma até mais caprichosa que numa outra, onde cada um concorda com a linha de pensamento do outro, e estes debates mais quentes têm a faculdade de abrir caminhos que facilitam a interpretação de temas complicados.

O caos, na Maçonaria, tem relação com a intelectualidade. Poderíamos afirmar que de uma discussão caótica e acalorada, aonde interlocutores se chocam aleatoriamente e reiteradas vezes, podem aportar resultados fascinantes, totalmente novos, poderá vir a dar à luz um "ovo". E deste "ovo", deste novo conceito, a origem de nova verdade, propiciar novo horizonte, induzir à compreensão de antiga verdade com novo formato, mudar a posição do observador para novo e inusitado ângulo.

Numa etapa seguinte, com a visão modificada, o uso do cinzel poderia mudar-lhe a forma para equilibrar a interpretação do calor da discussão emotiva com a frieza do intelecto.

É comum o uso de uma técnica conhecida como "brainstorm", em português "tormenta cerebral", ou ainda, em português bem claro, "torró de parpite". É um recurso para detectar soluções e solucionar problemas muito complicados. Consiste em reunir um grupo de pessoas, tecnicamente aptas e envolvidas na mesma linha de atuação, expor o problema, enunciar soluções já aventadas, para em seguida solicitar que cada um do grupo exponha o que lhe vem à cabeça, por mais ridículo que esta ideia lhe pareça. Estas colaborações são então tabuladas, comparadas, analisadas e sintetizadas pelo mesmo grupo. Repete-se o processo tantas vezes quantas se julgarem necessárias, ou até aportar uma solução satisfatória para o que lhe deu causa. Esta é uma técnica baseada no caos. E funciona!

A discussão acalorada é assim, baseada em choques aleatórios de palpites, de considerações. O que de início parece tolice, agressão ao intelecto, é na verdade a manifestação da intelectualidade. E dela afloram pensamentos inusitados. Esta a razão de valorizar, e enaltecer muito àquele que tem a franqueza, a honestidade, a coragem de levantar e dizer: Eu não concordo!”

Bibliografia:

1. 1. KNELLER, Jane, Kant e o Poder da Imaginação, ISBN 978-85-370-0633-7, primeira edição, Madras Editora limitada., 200 páginas, São Paulo, 2007;

2. 2. ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret Editores Limitada, 140 páginas, São Paulo, 2007;

3. 3. SCHWARTZ, David J., A Mágica de Pensar Grande, A Força Mágica do Pensamento Construtivo, título original: The Magic of Thinking Big, tradução: Miécio Araújo Jorge Honkis, ISBN 85-01-00199-6, 12ª edição, Editora Record, 284 páginas, Rio de Janeiro, 1994;

4. 4. SEMLER, Ricardo, Virando a Própria Mesa, Uma História de Sucesso Empresarial Made in Brasil, ISBN 85-325-1348-4, primeira edição, Editora Rocco limitada., 232 páginas, Rio de Janeiro, 2002;

5. 5. WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland, O Corpo Fala, A Línguagem Silenciosa da Comunicação Não-verbal, ISBN 85-326-0208-8, 33ª edição, Editora Vozes limitada., 288 páginas, Petrópolis, 1994.

Data do texto: 16/10/2003.

Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.

Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná.

Local: Curitiba.

Grau do Texto: Aprendiz Maçom.

Área de Estudo: Comportamento, Comunicação, Educação, Maçonaria, Pensamento, Tolerância.

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 13/04/2011
Reeditado em 14/04/2011
Código do texto: T2905522
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