O LIVRO INFANTIL

O dia 18 de abril é festejado como o DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL, em homenagem ao jornalista e literato JOSÉ BENTO MONTEIRO LOBATO, paulista de Taubaté, nascido a 18 de abril de 1882 (1882-1948).

Pode-se dizer que MONTEIRO LOBATO inaugurou a nossa literatura infantil com a sua imensa galeria de personagens que até hoje povoa o imaginário de todos os brasileiros e até ganhou o mundo: Visconde de Sabugosa, Pedrinho, Emília, Tia Nastácia, Dona Benta dentre outras personagens do Sítio do Picapau Amarelo, que fez sucesso, também, como série de televisão.

Monteiro Lobato foi jornalista e escritor brasileiro, engajado na luta nacionalista pelo ferro e pelo petróleo. Sua participação nesse movimento culminou com a criação da PETROBRAS, durante o segundo governo de Getúlio Vargas.

A maior parte de sua vida, no entanto, foi praticamente dedicada à literatura infantil, com a publicação de obras importantes, como O saci (1921), A aventura de Hans Staden (1927), Peter Pan (1930), Reinações de Narizinho (1931), Viagem Ao Céu (1932), Caçadas de Pedrinho (1933), História do mundo para crianças (1933), Emília no país da gramática (1934), Geografia de Dona Benta, Os doze trabalhos de Hércules (1944), dentre outras.

Monteiro Lobato influenciou toda uma geração de escritores que vieram a escrever para o público infantil. Assim, hoje, o Brasil conta com renomados autores nessa área. Dentre alguns, podemos citar: José Paulo Paes, Ana Maria Machado, Lygia Bojunga Nunes, Sylvia Orthoff, Elias José, Bartolomeu Campos de Queirós, Sérgio Caparelli, Roseana Murray, Ruth Rocha, Ziraldo e tantos outros. Ouso destacar uma jovem escritora, Laura Bergallo, já com doze títulos publicados e vários prêmios (A Criatura, Prêmio Adolfo Aizen 2006; Alice no Espelho, Prêmio Jabuti 2007, Operação Buraco de Minhoca – indicação PNBE 2011; Jogo da memória – selecionado para o Catálogo da FNLIJ da 48ª Feira do Livro Infantil de Bolonha 2011). Alguns de seus livros já foram traduzidos e publicados nos USA e na França.

As escritoras Lygia Bojunga Nunes e Ana Maria Machado foram as duas únicas brasileiras laureadas com o Prêmio Hans Christian Andersen, considerado como “Pequeno Prêmio Nobel”, nos anos de 1982 e 2000, respectivamente.

Esse prêmio é uma homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875), nascido a 2 de abril, proclamado DIA MUNDIAL DO LIVRO INFANTIL. Andersen criou histórias e personagens inesquecíveis como O soldadinho de Chumbo, O patinho feio, A pequena Sereia, dentre tantas outras obras que seguem, ainda hoje, encantando os leitores de todas as idades.

Concedido bienalmente, desde 1956, pelo International Board on Books for Young People (IBBY) – organização não-governamental fundada na Suíça, quel atua como representante de uma rede de pessoas em torno do mundo que se interessam e que promovem o livro infantil, contempla escritores e ilustradores vivos, pelo conjunto de sua obra. Consiste numa medalha de ouro entregue ao homenageado pela rainha da Dinamarca, Margarida II, que é a patrona do prêmio.

A vencedora da primeira edição deste importante prêmio em 2010 foi a escritora britânica JK Rowling (autora da saga Harry Potter). Receberam também uma medalha ( o “Pequeno Prêmio Nobel da Literatura Infantil”) o escritor britânico David Almond e a ilustradora alemã Jutta Bauer, anunciados durante a última edição da Feira do Livro Infantil de Bolonha, realizada agora em março de 2011. Vale destacar que dois brasileiros estiveram entre os 5 finalistas do prêmio: Bartolomeu Campos de Queirós (escritor) e Roger Mello (ilustrador). O escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queirós já teve várias indicações a esse prêmio, sem, contudo, tê-lo arrebatado até hoje.

Fico imaginando que se Monteiro Lobato estivesse vivo hoje, com certeza já teria sido distinguido com esse prêmio. Sua obra identifica-se muito com os trabalhos do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, um “patinho feio” que se transformou no “grande cisne” da literatura mundial.

“Um país se faz com homens e livros”, afirmou um dia Monteiro Lobato. Sim, os livros são importantes, principalmente para a criança, que precisa, desde a mais tenra idade, receber o alimento das palavras. E isso pode ser feito através da narração de histórias fantásticas, como as que foram imaginadas por Andersen, por Lobato e por tantos outros que se dedicam a escrever para esse público: crianças de hoje, autores de amanhã.

José de Castro
Enviado por José de Castro em 12/04/2011
Código do texto: T2903484
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