LOBATO - CONTEXTO - De Narizinho a Vilão
LOBATO – CONTEXTO – de Narizinho à Vilão
Se no meu quintal tivesse um Pé de Jaca que desse manga, eu cresceria achando normal.
Sou do tempo em que desidratação matava em 12 horas, perdi meu irmão assim, minha avó gritava quando a gente queria tomar leite depois de chupar manga, era veneno. Mais adianta eu só conseguiria conquistar uma garota (gata, mina) se usasse o perfume Lancaster e fumasse, pois para as belas, era um odor mágico e másculo a mistura deste perfume com o do tabaco, além da pose machista a lá mocinho arrebatado de cinema, bem Televisão era a janela do trem, e de bom tinha música com musicalidade e as vezes letras ótimas.
Neste tempo passado, os ares eram outros, nossa educação vinha de nossos pais, avós e mestres na escola, respeitávamos sim aos adultos e principalmente os Idosos que tinham muito para nos contar, nos levantávamos respeitosamente quando um visitante adentrava a sala de aula, temíamos ao professor, sua chibata e sua régua, além do castigo no porão ou de joelhos frente à classe. Se havia divergências raciais, não me dava conta, todos que eram diferentes, eram simplesmente diferentes, não havia rejeição, só troça, meus maiores amigos era o tição e o macarrão, outro grande amigo era o Jaca Mole. Meu apelido variava de Tapete, De quatro, a patinho feio. Tudo isso não era levado a sério por ninguém e se havia brigas por causa dos apelidos, era culpa do apelidado por se importar, quanto mais se importava e ficava zangado, mais o apelido “pegava”. No mais o cara com os lábios cortados era o Soia, aprendia então de menino, na escola, as dificuldades que viriam na vida adulta, aprendia a não dar atenção a pilherias e brincadeiras, nem mesmo racismo adulto. Notei depois que a crueldade aumentou com o advento do racismo importado desde os Black Power levantarem os punhos e as grandes guerras racistas no cinema, nós brazucas achamos que deveríamos acirrar o racismo para imitar os EUA. Se havia racismo declarado antes disso no Brasil, era muito escondido nas nossas classes sociais, pois tínhamos uma retidão cimentada em religião e costumes que nos impedia de “vergar a chibata da intolerância sobre as diferenças físicas e mentais”. Isto apareceu com força primeiramente nas Classes mais abastadas e mais puerilmente arrogante dada sua posição na escala social por mérito e na maioria das vezes por sorte do destino de nascimento.
Entretanto nas décadas anteriores se brincávamos com Nego quando não caga na entrada, caga na saída” o “Branquela desbotado cheirava a azedo até debaixo do sabonete” o Sarará era querido pois quase todos eram divertidos e audazes, e por Sarará tínhamos em conta os Brancos/negroides com cabelos pichaim avermelhados e os ruivos de cabelos encaracolados.
Monteiro Lobato em sua época podia ser racista sim, estávamos mais perto da lei Áurea do que estamos agora, e os ditamos da moda de hoje ao havia nem em sonho naquela época, erram uns racistas diferentes do politicamente correto de hoje, pois não havia uma depreciação no sentido que a palavra tem hoje e sim uma espécie de avaliação de raças de maneira errônea, pois o Negro ao ser trazido como escravo, muitas vezes já o era na sua terra por ser prisioneiro de guerra e no mínimo sabia o que era ser escravo, pois sua própria cultura os ensinava que aos perdedores de uma batalha = escravidão pelos vencedores. Os Europeus se aproveitaram muito disso. Por outro lado a sistemática do arrogante povo europeu no Brasil principalmente, os fazia crer que eram seres inferiores, e que a maior graça alcançada seria não trabalhar. Ora quando do advento da Lei Áurea o que se lhes oferecia? LIBERDADE, e liberdade para este povo significava NUNCA MAIS TER DE TRABALHAR, com o trabalhavam, conseguiram um sentimento de ojeriza ao trabalho, em contrapartida não lhes ofereceram educação e nem oportunidade para que encarasse um trabalho superior com rendimento maior, e um trabalho digno com horário correto, descanso e laser, lhes ofereceram uma liberdade de animal, soltaram o bicho da gaiola, assim sem mais nem menos, Vários negros continuaram a servir os mesmos patrões, sob a remuneração de casa e comida e nada mais.
Esta raça não era e não é uma raça de vagabas, mas assim ficou sendo carimbada imediatamente a Lei Áurea, se já antes, durante a escravidão já lhes eram imputada a prequiça, agora então. Pois assim neste quadro onde não havia pensamentos claros sobre as raças humanas e muito menos sobre o que se estava fazendo em termos de discriminação e racismo, planta-se um dos maiores escritores do Brasil: MONTEIRO LOBATO.
Mesmo um gênio tem um cérebro humano e condicionado a sociedade que o cerca.
Não é hora de atirar pedras em Monteiro Lobato e muito menos de queimar sua obra, é hora dos acirrados grupos anti racistas e os analistas duros e empedernidos, começarem a julgar-se, e notar que estão sendo muito mais cruéis que a causa que combatem, que estão julgando um personagem e sua obra calcados nos tempos modernos de agora, nas idéias e claridades que se adveio, estão cometendo uma injustiça tirando o Ator Lobato de seu Palco e trazendo-o para o século XXI, estão julgado um sujeito num fórum estranho ao seu, num palco com atores tendenciosos e ignorantes.
A MÁXIMA DA RELIGIÃO CATÓLICA diz que vem dos lábios de Jesus ‘NÃO JULGAIS SE NÃO QUERES ASSIM SERES JULGADOS”
VIVA MOTEIRO LOBATO DO BRASIL E DE TODAS AS ERAS E SÉCULOS.