A Sombra do Vento: considerações aleatórias
Ainda sob os efeitos da emoção que me causou a leitura de A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón e já sentindo saudades de seus personagens, teço sobre esta obra algumas considerações aleatórias.
O mesmo fascínio do protagonista Daniel Sempere me assolou ao ler este livro. Também eu quis saber algo sobre seu autor, sobre o qual nunca ouvi falar. Carlos Ruiz Zafón nasceu em Barcelona, recebeu o prêmio Edebé com o seu primeiro livro El Príncipe de La Niebla. Atualmente, vive em Los Angeles e escreve para jornais.
Envolvi-me com o enredo, os personagens e a narrativa como há muito não acontecia comigo.
A trama acontece em Barcelona, de 1945 a 1966. Aos 10 anos, Daniel Sempere, certa noite acordou assustado, porque não se lembrava mais do rosto da mãe, que morrera de cólera. Naquela madrugada, seu pai dono de uma livraria “especializada em edições para colecionadores e livros antigos”, levou-o ao “Cemitério dos Livros Esquecidos”, um misterioso labirinto, onde eram deixados os livros de escritores que não eram mais lembrados. Era costume na primeira visita, a pessoa escolher um livro para levar, e Daniel escolheu A Sombra do Vento, de Julián Carax, que, para mim, é o verdadeiro protagonista, pois foi ele que instigou a trama. O romance arrebatou-o. Leu-o num átimo. Fascinado, como nada soubesse sobre o autor, embora tenha crescido entre livros, resolveu procurar outras obras dele e saber quem tinha sido. Descobriu que era barcelonês, que viva em Paris e era pianista em um bordel, e o mais intrigante: um homem estranhamente comprava e queimava qualquer exemplar dos livros de Julián.
Daniel deparou-se com uma intrincada história cheia de mistério, vingança, ódio, decepção, solidão, sangue e mortes suspeitas (assassinatos?).
Agora, pensando no enredo, ao escrever estes comentários, encontro nitidamente duas histórias de amor, que o escritor conduz lado a lado: Julián e Penélope (cujo final é trágico, com a separação dos amantes e a morte de Penélope, esvaída em sangue, ao dar à luz, porque o pai não permitiu que a ajudassem) e Daniel e Bea (cujo final é feliz), de tal modo que Julián se viu em Daniel e em seu amor proibido.
Zafón amarra todos os núcleos da sua narração com mestria. O livro, narrado em primeira pessoa, não se enquadra em nenhuma classificação de romance, pois é policial, suspense, apresenta pitadas de comédia e histórias de amor.
É uma narrativa com muita ação, vivida por personagens atraentes, cativantes, extraordinários. Em cada capítulo, há uma situação nova, contadas com metáforas que impressionam pela qualidade e propriedade de imagem que me fizeram parar várias vezes e desfrutar de tanta criatividade e da beleza desta prosa poética.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google
Respeite os direitos autorais.
Ainda sob os efeitos da emoção que me causou a leitura de A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón e já sentindo saudades de seus personagens, teço sobre esta obra algumas considerações aleatórias.
O mesmo fascínio do protagonista Daniel Sempere me assolou ao ler este livro. Também eu quis saber algo sobre seu autor, sobre o qual nunca ouvi falar. Carlos Ruiz Zafón nasceu em Barcelona, recebeu o prêmio Edebé com o seu primeiro livro El Príncipe de La Niebla. Atualmente, vive em Los Angeles e escreve para jornais.
Envolvi-me com o enredo, os personagens e a narrativa como há muito não acontecia comigo.
A trama acontece em Barcelona, de 1945 a 1966. Aos 10 anos, Daniel Sempere, certa noite acordou assustado, porque não se lembrava mais do rosto da mãe, que morrera de cólera. Naquela madrugada, seu pai dono de uma livraria “especializada em edições para colecionadores e livros antigos”, levou-o ao “Cemitério dos Livros Esquecidos”, um misterioso labirinto, onde eram deixados os livros de escritores que não eram mais lembrados. Era costume na primeira visita, a pessoa escolher um livro para levar, e Daniel escolheu A Sombra do Vento, de Julián Carax, que, para mim, é o verdadeiro protagonista, pois foi ele que instigou a trama. O romance arrebatou-o. Leu-o num átimo. Fascinado, como nada soubesse sobre o autor, embora tenha crescido entre livros, resolveu procurar outras obras dele e saber quem tinha sido. Descobriu que era barcelonês, que viva em Paris e era pianista em um bordel, e o mais intrigante: um homem estranhamente comprava e queimava qualquer exemplar dos livros de Julián.
Daniel deparou-se com uma intrincada história cheia de mistério, vingança, ódio, decepção, solidão, sangue e mortes suspeitas (assassinatos?).
Agora, pensando no enredo, ao escrever estes comentários, encontro nitidamente duas histórias de amor, que o escritor conduz lado a lado: Julián e Penélope (cujo final é trágico, com a separação dos amantes e a morte de Penélope, esvaída em sangue, ao dar à luz, porque o pai não permitiu que a ajudassem) e Daniel e Bea (cujo final é feliz), de tal modo que Julián se viu em Daniel e em seu amor proibido.
Zafón amarra todos os núcleos da sua narração com mestria. O livro, narrado em primeira pessoa, não se enquadra em nenhuma classificação de romance, pois é policial, suspense, apresenta pitadas de comédia e histórias de amor.
É uma narrativa com muita ação, vivida por personagens atraentes, cativantes, extraordinários. Em cada capítulo, há uma situação nova, contadas com metáforas que impressionam pela qualidade e propriedade de imagem que me fizeram parar várias vezes e desfrutar de tanta criatividade e da beleza desta prosa poética.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google
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