Origens da Literatura Brasileira
A história da literatura brasileira se iniciou fora do alcance da mentalidade européia, a partir da qual surgiram fortes tendências culturais, mas do mesmo do pensamento americano, ou seja, através da relação do complexo colonial.
Por muito tempo, a colonização no Brasil se deu apenas por meio da exploração de seus bens (o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o outro, etc.) e povoamento de suas áreas, visando a apenas o lucro da metrópole. Até então, o Brasil passava por um processo de transição de costumes pelos portugueses e pelo usufruto dos povos nativistas e dos negros. Com isso, não se podia ter nenhuma criação cultural ou de pensamento, mas somente a partir do momento em que o país se tornasse sujeito de sua própria história.
Com o método de exploração utilizado pelos portugueses, foi se formando as chamadas ilhas sociais (Bahia, Recife, Minas Gerais, Rio de Janeiro) a partir das quais o Brasil se transformou em um “arquipélago cultural”, que, por meio de sua extensão geográfica, passaram por diversas manifestações importantes, vindas pelo processo de colonização: o surgimento do Barroco, da Arcádia, da Ilustração, do Pré-Romantismo, etc.
O clímax do surgimento de nossa literatura começa a ocorrer entre 1580 e 1640 sob a queda de Portugal após uma longa trajetória literária a partir do Humanismo em que surgiram grandes escritores como Fernão Lopes. Desde esse acontecimento, o Brasil passa por um processo de aprimoramento intelectual, de um nativismo estático – discorrendo sobre a paisagem – e um nativismo dinâmico – falando sobre o ambiente e o homem na prosa poética -, podendo ser destacados Silva Alvarenga, Sousa Caldas e Botelho de Oliveira.
Após trezentos anos de processo colonial – entre os séculos XVI e XVIII – a literatura brasileira passa a ser formada pelo próprio pensar de seus a partir da crítica literária de seus próprios escritores, poetas, romancistas, passando por uma dinâmica cultura e de mestiçagem, ponto central do ensaísmo sócio-cultural de intelectuais importantes: de Silvo Romero a Euclides, de Oliveira Viana a Gilberto Freire.