Erotismo, pornografia e outras divagações
Hoje li a crônica intitulada “Será que a leitura de jornais nos torna estúpidos?”, do Rubem Alves (o link para ela está lá embaixo). Nessa crônica, ele trata de vários aspectos referentes à leitura, uma obra sem dúvida dialógica e intertextual. Perfeita para ler e para orientar leituras também na sala de aula.
Duas coisas me chamaram atenção nessa crônica, a primeira é que fiquei pensando “Será que eu ensino meus alunos a pensar ou simplesmente oriento o pensamento deles?”. Não sei responder ainda... mas quando eles vão contra algo que digo sinto que estou no caminho certo.
A segunda me tocou ao ler este trecho “Esse gosto pela minúcia escabrosa se deriva da pornografia, que encontra seus prazeres na contemplação dos detalhes sórdidos, que são sempre os mesmos, como o comprovam as salas de “imagens eróticas“ da Internet.” Para Alves o jornal nada mais faz do que dar detalhes que a gente não precisa sobre coisas que a gente também não precisa saber. (PIIIIII!)
Mas a questão da pornografia me fez pensar... é sempre muito complicado explicar para as pessoas a diferença do erotismo e da pornografia. Um amigo, Fabiano Freire, diz que o erotismo é a pornografia com a luz apagada, mas que se acende de vez em quando. A pornografia, ah, a pornografia é a luz acesa o tempo todo, “a contemplação dos detalhes sórdidos” e repetidos.
Quem leu um poema pornográfico leu todos, quem leu um poema erótico, bom, quem leu um poema erótico acendeu a sua própria luz.
http://www.rubemalves.com.br/seraquealeituradosjornaisnostornaestupidos.htm