préfácio livro OUTROS TEMPOS...

Considero de extrema responsabilidade fazer a apresentação de um livro com tamanha qualidade e lirismo, quanto esta obra gestada por Ivan Corrêa.

Sua poesia flui naturalmente, assim como uma conversa ao pé da orelha ou no escuro da escada. E por fluir naturalmente, torna-se mais verdadeira e mais consistente.

De uma doçura ímpar e intimista, as palavras vão se entrelaçando, grafando no papel pérolas cintilantes que iluminam a alma. “Legítimos são os poemas e poesias que vão ficando esparramados pelo caminho que percorro”, “Sei que meus poemas não causam tempestades” são denotações irrepreensíveis pelo alto grau de sublimação que o poeta sugere em sua metapoesia despretensiosa e casual, como dito antes, feito conversa ao pé da orelha.

Afinal, quem não sente o cheiro de primavera na boca da pessoa amada, como em “Se você surgisse e beijasse de leve o meu rosto a estação do amor ficaria em nós para sempre”?

Seus poemas trazem não apenas o cheiro da estação do amor, mas a própria estação, com seu cheiro, seu brilho, seu gosto... seu gozo.

E o melhor é que nem precisam palavras para traduzir seu poema. Aliás, poemas assim a gente não traduz; apenas sente através da vibração da alma e do pulsar do coração.

por PAULO PAZZ,

livro: OUTROS TEMPOS, novas poesias:

Autor: IVAN CORRÊA.

Ivan Corrêa consegue, sem muito esforço, mas com magnânimos méritos, a dádiva de conceber poemas ímpares, pois todo poema, segundo ele “tem de ser ímpar”, “tem que flamejar mais que vestes brilhantes”.

O melhor de tudo é que tais vestes adornam sua poesia com a simplicidade dos lírios de Salomão e com a apoteótica imagem de um ipê casualmente parido no cerrado.

“Tenho em mim um poema solto, bradando em idiomas desconhecidos.”

E precisa ser mais que isso? O que se faz ufano encarrega-se de se perder num barulho imenso de tempestade anunciada, tenebrosa e, portanto, mal vinda. E poema bom é aquele que agrada aos olhos e aquece o coração, mesmo que o poeta insista em dizer que seus poemas “não causam tempestades”.

Que venha sobre nós esta tempestade de sensações gostosas e essa enxurrada de lirismo que esta obra produz “com engenho e arte” de simplesmente ser poeta... poeta, simplesmente!

Paulo Pazz - (grande poeta amigo meu).

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 08/12/2010
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