A ACADEMIA BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES - ABRAMES

Sérgio Martins Pandolfo*

"Nada mais patético, na Medicina, que o tecnicismo extremado, limitante, que apequena e soterra a quem é dele vezeiro”. SerPan

As Academias são agremiações de caráter científico, artístico ou literário, podendo ter origem e manutenção institucional ou particular. Instituições assaz vetustas, têm origem na remota Antiguidade, a primeira tendo sido fundada por Platão, no século IV a.C, derivando seu nome dos jardins do herói grego Academus, nos arrabaldes de Atenas, onde o famoso filósofo ensinava aos discípulos suas doutrinas e pensamentos, tendo essa notável escola filosófica sobrevivido por cerca de novecentos anos.

Já o dissemos alhures que a associação de iguais ou de mútuos interesses em qualquer das vertentes do humano engenho é uma necessidade e tem sido uma realidade ao longo de toda a existência de nossa espécie, por óbvias e múltiplas razões, cabendo ressaltar a facilitação do estreitamento de laços de amizade e o usufruto de parcerias e/ou assistências laborais, bem como da interpenetração de conhecimento e de trabalho. Diferentemente das leis da Física, aqui os iguais se atraem.

A Academia Brasileira de Médicos Escritores – ABRAMES que à primeira vista pode parecer tratar-se de uma agremiação acadêmica igual a tantas outras instituições que vicejam pelo Brasil e mundo em fora, tem, entretanto, um diferencial singular: é o único silogeu literário formado exclusivamente por médicos que se conhece no mundo! Mais ainda: o membro titular passa à categoria de Membro Emérito ao completar setenta anos de idade ou vinte anos na condição de titular, segundo sua vontade expressa em comunicado à diretoria, sem a perda de nenhuma de suas prerrogativas.

A criação de uma academia que congregasse exclusivamente médicos escritores foi uma genial e singular ideação de Mateus Vasconcelos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES), que, desafortunadamente, não assistiu a instalação da entidade que anelara e sonhara por já ter falecido quando a mesma veio a ser fundada, tendo, contudo, seu nome escolhido para patrono da cadeira de número 1, que honrosamente ocupamos.

A fundação por Marco Aurélio Caldas Barbosa, no anfiteatro Miguel Couto do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia, na cidade do Rio de Janeiro, propositadamente, no dia 17 de novembro de 1987 – dia e mês de nascimento de seu patrono – Manuel Antônio de Almeida (1831-1861) – médico, jornalista, cronista, romancista, crítico literário e também patrono da cadeira n° 28 da Academia Brasileira de Letras, destacado autor de “Memórias de um sargento de milícias”, considerado o primeiro romance urbano brasileiro, retratando a vida da cidade do Rio de Janeiro no início do século XIX, consoante nos diz o acadêmico e também fundador Hélio Begliomini, em livro que houve de lançar durante a Semana Acadêmica (24 a 26/11/2010) comemorativa ao 23º ano de fundação da entidade: Imortais da Abrames, “obra que demandou quatro anos de intensas, diuturnas e obsessivas pesquisas”, a redizer o autor. Trata-se de obra literária e de pesquisa da mais alta envergadura e qualidade, na qual se historia a trajetória desse silogeu, desde sua idealização, por Mateus Vasconcelos, como já frisamos, até nossos dias, contendo as biografias (com fotos), tão alentadas quanto possível de todos os patronos, fundadores, titulares e eméritos, dados estatísticos, símbolos acadêmicos e apêndices, demais de farta iconografia, distribuídos em quase seiscentas páginas, papel de superior qualidade e encadernação de luxo.

“Os patronímicos das cinquenta cadeiras da Abrames foram ilustres médicos escritores brasileiros, sendo que 23 deles pertenceram à vetusta Academia Nacional de medicina; 16 tiveram seus nomes ligados à glamorosa Academia Brasileira de Letras; e, outros, vínculos com igualmente notáveis entidades, tais como Academia Brasiliense de Letras, Academia Carioca de Letras, Academia Caxambuense de Letras, Academia Cearense de Letras, Academia Cristã de Letras, Academia de Medicina de Buenos Aires, Academia de Medicina de Nova Iorque, Academia de Medicina de Paris, Academia de Medicina de São Paulo, Academia de Ciências de Lisboa, Academia Fluminense de Letras, Academia Fluminense de Medicina, Academia paulista de Letras, Academia Luso-Brasileira de Letras, Academia Mato-Grossense de Letras, Academia Mineira de Letras, Academia Petropolitana de letras, Academia Pontifícia das Ciências, dentre diversas outras. Há uma só patronesse, Francisca Praguer Fróes patronímica da cadeira n° 24”, ainda a replicar os apontamentos do acadêmico Hélio Begliomini.

Os principais símbolos do sodalício são a medalha, o emblema e a bandeira, todos criados por seu fundador Marco Aurélio Caldas Barbosa, consoante se lê na ata de fundação, redigida por Manuel Baliú Monteiro (que por sinal era parauara): “Foi ele quem planejou a medalha, desenhou os diplomas, supervisionou os estatutos, delineou a bandeira, previu o emblema e organizou esta festa” (1989)

O colar acadêmico compõe-se de uma medalha circular dourada de seis centímetros de diâmetro, presa por uma faixa de coloração verde. No seu anverso tem-se, ao centro, o busto do patrono, com seu nome gravado no semicírculo superior e a data de fundação. No reverso da medalha encontra-se gravado o emblema da ABRAMES.

O emblema é de formato circular, tendo ao centro o símbolo de Asclépio sobre uma pena, significando, respectivamente, a arte médica interligada com a arte de escrever. Ao seu redor há dois ramos de oliveiras dedicados à deusa da sabedoria e da inteligência – Palas Atena. Externamente vai escrito o nome da academia.

A bandeira, igualmente planejada e concebida por Marco Aurélio Caldas Barbosa, como nos distintivos anteriores apresenta o símbolo do sodalício, de coloração branca sobre fundo verde, cor representativa da Medicina. Os dizeres são de cor preta, a serpente e os ramos de oliveira verdes e a pena de escritor é branca.

Mais recentemente, em 1999, o acervo simbolístico da academia foi enriquecido com o Hino da ABRAMES, letra e música de Zilda Cormack, e a Canção da ABRAMES, música e letra de Abílio Kac, ambos fundadores e ex-presidentes do silogeu exclusivo do médico escritor.

Levando em conta que a Internet extinguiu as fronteiras espaciais, constituindo-se em veículo ideal para a obra literária, a ABRAMES disponibiliza aos interessados no conhecimento de mais ações e dados históricos, textos e feições da entidade pelo site: www.abrames.com.br

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(*) Médico e Escritor. SOBRAMES/ABRAMES (Ocupante da cadeira n°1, patronímica de Mateus Vasconcelos)

E-mails: sergio.serpan@gmail.com - serpan@amazon.com.br

Site: www.sergiopandolfo.com

Nota: Veja imagens e instantes dessa festiva comemoração literária acadêmica na seção "Fotos", neste "site"

http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/album/index.php

Sérgio Pandolfo
Enviado por Sérgio Pandolfo em 07/12/2010
Reeditado em 28/12/2010
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