ESCREvendo CRÔNICA E ARTIGO.  

Escrever é uma atividade humana por excelência. Escrever com estilo, talvez seja uma qualidade muito comum aos especialistas, especialmente aqueles versados em literatura ou outro ramo semelhante. Escrever com elegância e com estilo, já se configura como um “plus” a mais na arte da comunicação escrita. Escrever com elegância, estilo, criatividade e arte, ultrapassa níveis de normalidade, passando a significar meio que um privilégio de poucos concedido pelos deuses.

Os bons escritores são ousados. Não devem ser bons só porque dominam o idioma, mas acima de tudo, porque dominam o sentimento dele. Melhor que falar bem é pensar bem o que se fala. O bom pensamento, associado ao estilo, elegância, criatividade, conduzem o texto a uma obra de arte. Na escrita o menos importante é quem escreve. Sua maior importância se dá pela certeza dos que irão ler, interagir.  Havendo essa compreensão, certamente o escritor, cercado pelos seus mais íntimos atributos, chegará aos seus objetivos.

Com o advento da internete, várias pessoas estão se aventurando escrever em blogs, sites, twiteres, etc. Nesse ambiente virtual, tudo leva a crer que se podem tudo, inclusive escrever mal, sem estilo, sequer sem dominando o idioma pátrio. O conhecido internetês já está tomando conta dos mais jovens e algumas vezes dificultando a compreensão do que se ler. Independente disto, não podemos esquivar no reino da acomodação e deixar de escrevermos com responsabilidade.  Quero dizer que escrever correto não tem moda. É obrigação de todos zelarem pela boa comunicação escrita. Não é obrigação escrever com arte, posto que isto se liga a diferenças individuais.

Um dos estilos mais utilizados na atualidade, talvez seja mesmo A CRÔNICA e o ARTIGO. Parece que um quantitativo maior de pessoas que se aventuram escrever textos para os blogs e assemelhados, utiliza muito destas formas. Mas há cuidados importantes a serem observados.  Numa abordagem geral, alguns aspectos práticos da crônica e do artigo, merecem ser delineados.  Um artigo não pode se perder das seguintes características:

 

· Ligada à vida cotidiana;

· Narrativa informal, familiar, intimista;

· Uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial;

· Sensibilidade no contato com a realidade;

· Síntese;

· Uso do fato como meio ou pretexto para o artista exercer seu estilo e criatividade;

· Dose de lirismo;

· Natureza ensaística;

· Leveza;

· Diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada;

· Uso do humor;

· Brevidade;

· É um fato moderno: está sujeita à rápida transformação e à fugacidade da vida moderna.

Grosso modo, o ARTIGO seria o inverso. Mas não é tanto assim, pois há um pouco mais de formalismo, principalmente porque uma das características fundamentais é a fidelidade aos fatos, pois o leitor ao final do texto terá que ficar informado, quando se tratar de matéria jornalística. O articulista tem que ter foco na informação principal, embora outras possam permear o texto, mas sem tomar o lugar principal. Um bom artigo é RELEVANTE AO PÚBLICO, é PESSOAL, deve primar por um CONTEÚDO ORIGINAL e, acima de tudo, TEM QUE SER LEGÍVEL.

Embora com características próprias, ARTIGO e CRONICA podem ser mesclados com características um do outro. Um ARTIGO pode ser sobre a vida cotidiana, da mesma forma que se pode dar forma leve ao cotidiano, inclusive com humor, brevidade e coloquialismo na linguagem. Mas deve-se ter muito cuidado ao dar pitadas de interpretações particulares em ambos. Particularmente, sempre associamos a crônica aos aspectos da narrativa cotidiana com dose de lirismo. Já no ARTIGO o lirismo pode levar o articulista pouco versado a confundir o leitor, mas isto é uma linha tênue que se bem não fizer mal não fará. Dependerá da forma com que o assunto seja retomado para que no final o assunto principal fique bem concluído.

Outros estilos literários que confundem são a prosa, a poesia e o poema. Grosso modo, poema é a forma com que a poesia é exposta, poesia é o sentimento poético e a prosa é um texto corrido que, necessariamente, não carece de poesia. Mas estas intersecções poderão ser teorizadas oportunamente.

Carlos Sena, escriDOR.