O livro parte II (mesa 6 da Flip)
A Mesa 5 e 6 da Flip 2010 colocou como tema recorrente : “O LIVRO”, e foi dividida em dois capítulos, o do dia 06 contou com Robert Darnton e John Makinson e a mediação de Cristiane Costa. Então, como fiz no Capítulo 1 vamos saber mais sobre os dois pesquisadores:
ROBERT DARNTON nasceu em Nova York em 1939 é historiador norte-americano, formado em Harvard, Estados Unidos, e com doutorado em história na universidade inglesa de Oxford, especialista em história da França do século XVIII, com estudos focados no Iluminismo, na Revolução Francesa e no mundo literário.
Durante muitos anos professor da Universidade de Princeton, Darnton é hoje diretor da Biblioteca da Universidade de Harvard, a segunda maior do mundo, após a do Congresso Americano. Sua missão é a de digitalizar e tornar acessível gratuitamente pela internet o conjunto da produção intelectual de Harvard.
JOHN MAKINSON formado em inglês e história pela Universidade de Cambridge (1954, Derby, Inglaterra) iniciou sua vida profissional como jornalista da agência de notícia Reuters e do jornal The Financial Times. Depois de fundar uma empresa de consultoria financeira, Makinson volta ao Financial Times, dessa vez como diretor administrativo do jornal. Torna-se, então, diretor financeiro do Pearson Group, do qual o Penguin Group é subsidiário. Em 2002, Makinson é nomeado CEO da tradicional editora britânica. Na Flip 2010, debateu sobre o futuro do livro frente ao grande processo de transformação por que passa o mercado editorial.
A ênfase de John Makinson e Darnton ao comentar que alguns pensam que estamos vivendo uma situação na área em que envolve o livro; como na época da Renascença, contudo afirmam:
“Estamos vivendo a quarta tela: a primeira foi a tela de cinema, a segunda a TV, a terceira a tela de computador, e a quarta é a tela do i-pod!”
Sobre: O fim dos livros impressos!? Makinson, ainda com otimismo fala:
"Da mesma forma que a televisão não matou o rádio, acredito que o livro digital e o livro impresso serão complementares. Mas é inegável que o negócio das livrarias físicas está em declínio, não somente pela ameaça representada pelo livro eletrônico, mas também pelas vendas online de empresas como a Amazon."
Robert opina: “Penso que o livro não morreu! Estaticamente mais livros são publicados. O livro de papel também foi uma nova tecnologia para o Iluminismo, pois terminou com o papiro e o manuscrito (course). Vejam bem; somente este ano 1 milhão de livros serão impressos no mundo, então, de certa forma, é absurdo dizer que o livro está morrendo. Os consumidores querem comprar um livro inteiro e não uma única página. Eu gosto de ler o jornal impresso para folhear e ter a sensação de ver o mundo chegar, De fato, está havendo um período de transição também no jornalismo impresso.”
Ele, se mostra temeroso com o processo em curso de privatização de um patrimônio universal, por meio da digitalização de bibliotecas inteiras por empresas privadas, como o Google, que já disponibilizou 2 milhões de títulos em domínio público para acesso grátis, mas pretende cobrar pelo acesso a outros livros digitalizados:
"Eu admiro o Google, que em 20 anos revolucionou a forma de processarmos informações, mas ao mesmo tempo ele representa uma ameaça. Tenho por mim que; quando livros da Biblioteca de Harvard são vendidos em forma digital, o saber está sendo privatizado."
“O alerta que faço para os meus alunos é que; ao buscar nos sites de busca uma palavra para encontrar um texto, ele vai cair de pára-quedas e não lê vagarosamente, e com esta leitura superficial e rápida o futuro esta perigando, pois se perdermos a leitura de imersão ficaremos mais pobres.”
Ainda, Robert, pontua: “Eu não tenho um único aluno que leia jornal impresso. Mas, para mim, não há nada que se compare a receber o New York Times de manhã cedinho.”
John Makinson confirma que no jornal on-line você busca algo certo e com isso, você se diminui como leitor, já no jornal impresso, você lê e encontra notícias que você não esperava ler. John acredita que com o livro digital, o chamado e-book; é possível enriquecer o conteúdo oferecido aos leitores.
“Em um e-book de história da segunda guerra mundial, por exemplo, é possível inserir trechos de documentários sobre o tema que dão ao leitor uma visão mais ampla do assunto. Coisa que não é possível no livro impresso.”
“Tenho pesadelos com o desaparecimento dos arquivos digitais. Até agora ninguém resolveu o problema básico da conservação da tecnologia, que vai se tornando obsoleta. É preciso que os arquivos acompanhem as atualizações tecnologias”. Robert fala com ponderação acompanhado por John Makinson, que lembrou a importância de garantir os direitos autorais na era dos livros digitais. Darnton completa o pensamento do colega de mesa:
“O futuro da edição é empolgante!”