Somente umas breves palavras

Cada escritor tem um estilo, mas certamente foi influenciado por outros escritores, um professor, um modo de vida ou tantos outros fatores.

Na minha época de colégio, nas aulas de literatura, tive um professor que me marcou porque explicava as causas que interferiam no modo de escrever dos diversos poetas. Fiquei muito impressionado de como tais fatores internos e externos se mostravam claramente nas suas obras. Foi nessa época que fiquei conhecendo um movimento literário que foi chamado de Ultra Romantismo, também conhecido por Condoreirismo, por ser o condor a ave que voa mais alto.

Tratava-se de um grupo de jovens estudantes de direito que abandonam tudo, viviam como boêmios para se dedicarem a pessoa amada, que na maioria das vezes era uma paixão impossível, ou até inexistente, mas que lhes servia de fonte de inspiração. Chegavam ao cúmulo de escrever vários versos somente para dizer da possibilidade de vê-la na janela. Um dos ícones desse movimento foi Álvares de Azevedo, que morreu tísico aos vinte anos e cuja obra principal foi Lira dos Vinte anos.

Depois disso decidi fincar meus pés no chão, e escrever sobre outros temas, jamais gostei daqueles versos tristes, chorosos e cheios de sofrimento.

Sinto que fui influenciado por um estilo oposto ao Ultra Romantismo, muito mais agradável porque fala do amor, dos costumes, da família e das flores como no poema abaixo:

O MENSAGEIRO DO AMOR

Não escrevo por desilusão,

tão pouco um romance perdido,

amor não correspondido,

distância, saudade ou uma dor.

Sofrimento não rima meus versos,

pra falar de tristeza eu não presto.

É mais fácil falar de amor,

e encontrar no amanhã a esperança,

recordar só as boas lembranças,

desejar sempre o amor em primeiro.

Ter a graça de ser um poeta,

e do amor ser o seu mensageiro!