Portadores de cizâneas
Portadores de cizânias
Caro leitor, me perdoe por aquele tão pausado silêncio de antes. Sei que mil e uma indagações devem estar lhe sobrestando a alma, quiçá àquela impalpável e irrefreável vontade do espírito! Desfolha-se por dentro ruborizado em face deste rigoroso, cego e abrupto inverno as entranhas do entendimento. Falácia: pétalas e mais pétalas aos brumosos ventos são levadas magicamente e, aos braços do feérico e adiafano espaço, se absorvem; e, à necropsia do instante, se desprendem fantasmagoricamente como as brumas à etérea substância do rarefeito...
Deve estar se perguntando: quanta arrogância a vestimenta lho tingiu à tão pequena, equidistante, enevoada e matinal realidade?! Risos. Mas não se deixe levar pelo precioso tempo que ainda lhe resta, pois há coisas mais importantes a se comungar, se acautelar: - com aqueles Paparazzi, é claro. Pois, valho tão pouco para ser recomendado, lido e fotografado. “Ufa: quanta soberba carrega sobre este cadavérico ombro, heim?!...” Cuide-se: de aluno a professor passei a ser um daqueles pedantes, ‘dos bem arrogante’, viu! – E olha que sou apenas um ser que margeia e delineia por estas verdejantes paragens; imagine se eu bancasse o ‘Rei da Cocada Preta’, como crocitam em vão por aí, e, ao púlpito da empáfia, esmurrasse um ‘cadiquinho’ a tampa opaca daquelas andejantes falsidades que ainda insistem em permear por aquelas esquinas laureadas de fofocas... Desculpe-me: de bobocas! – Aquelas: há, ‘ocê sabi né!’... Estaria perdido comigo. – Corrijo-me: com as ondulosas e boicorás ofioideas... – ‘a’ muito! Há como estaria! Porém não ouso balouçar as angulosas espinhas, triangular a língua, vampirizar os canídeos e, aos olhos da insensatez, embainhar a espada da ignorância em face deste horrendo levante, pois não mereço ser recomendado e ‘amedalhado’ àqueles simples quinhão... Perdoe-me: milhão...
Ao ponto final, corticosas nuvens aos olhos da dissonância não se entrelaçam às cordoalhas da ressonância e, às querelas deste mesmo fatídico cotidiano, não poderia sobreviver àquela mesma insânia, pois sou um ser fugidio, um trovador imundo, um nada que está a andejar temeramente chafurdado de incertezas, de lamas e, acima de tudo, estar vivendo destemperadamente como a um dito-cujo na boca laqueada dos sem dentes de supostas gentes que se dizem, ao menos à fachada ‘per si’, serem um dos melhores dirigentes, dissidentes...
Que, às contendas destas vis e insanas disputas, seja aos férreos acúleos corvejados de ferventes pragas coroados de encouraçados escafandros; – e, quem sabe, lá na frente, armados de uns ardentes zinabres repletos daqueles estridentes sabres... Emudeço... - Tenho raiva daqueles que, sob as asas de uma cortina umbrosa, majestosa objurgam maquiavelicamente os venosos patoás por aí... Ou se quer à placa-mãe neuronal às subjetivas apelações à tela mundana se entregam àquelas entrecortadas e malfadadas terminações... - Perdoe-me se assim ouso deste gigantesco expando panfletar. Pois nunca fui perfeito. E jamais alcançarei tamanha introspecção arranhando este enorme, dantesco e bizarro parapeito... Lágrimas silenciosas pela fronte bosquejam e segredam pelo oceano da existência fragatas de sobeja veemência... Aportam-se ao vácuo... “E, lá no poente, se me vir à nau balouçar nas águas de um bar imundo, grite ao mundo: eis aí mais um ‘Bocage d’esquina’, um vate imundo, apadreado de excomungado moribundo, vagabundo...
Poderia derruir aqui, à sombra desta minha miserável e incrédula literatura, os muros destas faciais soberbas, discórdias. Porém o bom senso me cobre, retorce, enxuga e costura os lábios para que eu não obstrua os compassos destes descompassos... De dor sorrio aleatoriamente... Faces abjetas soletram do Dó, Ré ao Lá e SI as discrepâncias... – O que, confesso não saber responder!... Morro de vontade de soprar ao vento, mas!... E, por incrível que agora se me pareça, não se destoam e não se perdem ao ‘hilário’, descongestionado e desajeitado andamento...
Às inconexões atemporais se despedem em conluios... Abolam-se... Entremeiam-se... Entreolham-se... E!... Ah!... Na interminável complacência se macaqueiam... É compreensiva a heresia, demasia... Entendo-os. Na contenda final, e, à penumbra de um picadeiro, assisto de tão perto à luz opaca da Praça da Igualdade, Saudade - aquela bizarra e aparvalhada ostentação de que ainda se acham no direito dos eternais lumes como se à fúnebre gaveta ao lado guardassem as relíquias já laureadas daquelas putrefatas ufanias... Com o perdão da sobranceria: àqueles montes enormes de eternos e infindáveis estrumes...
Findo as entrelinhas, despedindo deste chumaço de enxofre irritante, periclitante e aviltante... E, ao precioso tempo, penhoro e degusto o instante de desdéns ante as iguarias deste inobstante destempo que ora se me descortinou e se me apresentou junto a este malfadado, desconfortado e prestimoso alento, desalento...