Sinfonia
Sinfonia
Sinfonia ao longe fê-lo ouvir... Com suaves notas musicais preencheu o espaço vazio e amargo que há tempos o corroera tornando-o insensato e insensível às dores e às tristezas, em face do longínquo ano hibernado ao caos subjetivista de cujo palor o rosto o inundava taciturno como um lírio a um bafo d’infortúnio lançado pelo gênio à doentia fronte igual à quimera semente perdida - jogada à abismal sombra de um penedo...
Alma fortalecida pela força do tempo que já penara tantas injustiças, tanto sofrimento,... que na luz extrínseca e radiante do onipotente buscara paz e aconchego na manjedoura do discernimento e da prudência alcançara o caminho a ser seguido e no alívio às chagas e a tanta penúria proporcionado pelo ar da querente realidade o aduzira de encontro ao maldizente pecado...
Porém essa sinfonia toca-o fundo nos sentidos visionando-o a brancas névoas o ardente instante a destarte o recente ontem o antecipara de ignotas doçuras o divino talismã em que voluptuosas cenas o fez prantear de amoroso afã... Páginas torvas que não se dissipavam e de nódoas que não se lavavam... De todo ao pálido poeta não fora dado esquecer, a não ser o consolo dos idos sonhos de mancebo...
Relembra-lo dos momentos de fantasias vividas com tanta intensidade que lho pareceu real aos olhos que insistiam em ver a poesia e a se emocionar deixando transparecer em uma singela lágrima de toda a intensidade que procurava ocultá-lo dos olhares a espiar-lhe o semblante refletindo emoções à tão melosa melodia...